13 de janeiro de 2013

A crónica de Daniel Oliveira, os animais e eu

Ontem fiquei acordada para ver o Eixo do Mal, programa que prefiro sempre ver à noite do que depois nas repetições. Não me perguntem porquê. Para além de querer ouvir as opiniões acerca das trapalhadas deste governo, estava com bastante curiosidade em ouvir Daniel Oliveira falar sobre a sua crónica sobre o cão que matou a criança, que podem ler aqui.

Para além de toda a polémica sobre o abate ou não do cão, acerca da qual também tenho dúvidas (em que condições o cão atacou a criança, em que condições vivia o cão, em que condições vivia a criança, que alternativas haverá...), estava com especial curiosidade em perceber o último parágrafo da crónica de Daniel Oliveira: «A vida do ser humano mais asqueroso vale mais do que a vida do animal doméstico de que mais gostamos. Sempre.»

Porque, para mim, é aqui que esta o cerne da questão. Porque aceito que Daniel Oliveira pense assim, mas não aceito que chame fanáticos a quem pensa o contrário. Como eu. Para quem a vida dos meus animais valerá muito mais do que a vida de uns tantos violadores ou até mesmo aldrabões que por aí andam.

Para mim, humanismo não se limita à defesa dos direitos humanos. Humanismo, para mim, significa ser humano e ser tolerante, para com os humanos e para com os outros. E isso Daniel Oliveira não está a ser.

Nota 1. Infelizmente, há muitos, muitos anos, lidei com um problema parecido, quando um cão que tínhamos, o Brown, começou a atacar a minha avó indiscriminadamente e com extrema violência, felizmente apenas nas pernas. A minha avô era uma das maiores amigas dos animais que eu conheci. E foi ela que teve de decidir o abate do Brown, que se tinha tornado perigoso para todos nós, que ainda éramos pequenos. Nunca esquecerei o sofrimento dela e as lágrimas que chorou nesse dia e nos seguintes.

Nota 2. Faz hoje 5 meses que tive de me despedir da minha Twiggy, que por minha decisão foi eutanasiada (prefiro esta palavra) devido a um invasor cancro na mama. E choro por ela como choro por outras pessoas que também perdi.

13 comentários:

  1. Primeiro, quero solidarizar-me contigo, no que se refere ao `"episódio" vivido pela tua Babá. Ela pesava apenas 43 Kg, e lembro-me perfeitamente da veterinária dizer, que, da "próxima", o Brown a podia atirar ao chão e morder-lhe o pescoço! Quanto à tua Twiggy, tenho a certeza que tomaste a atitude certa, e lhe proporcionaste uma morte digna, na altura em que ia começar a ter sofrimento. Também ela tem um lugar especial no meu coração.
    Em relação ao Daniel Oliveira, julgo que não é digno de ser adjetivado.

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  2. Concordo em absoluto contigo.
    Há muitas pessoas infinitamente piores que animais.
    Os donos do Zico é que têm que ser ensinados pois não me admiro nada que se abata o Zico e eles daqui a uns dias arranjem outro!!!

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  3. Concordo. E confesso que pensei o mesmo quando li a crónica.

    Dou mais valor aos meus gatos que a certos humanos. E já afirmei várias vezes que numa situação de perigo iminente, não me tentaria salvar sem antes agarrar nos meus melhores companheiros.

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  4. Subscrevo e Concordo plenamente!

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  5. Eu nem quero ler o que esse traste disse, já ouvi por alto...não quero mais ódio e nojo dentro de mim...:/

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  6. Também li essa crónica e tive vontade de escrever sobre ela. Mas já tinha escrito tanto sobre o assunto (nomeadamente, no Delito de Opinião, como comentadora), que desisti. Agora, a Vespinha animou-me. Pensei responder precisamente a essa última frase e a outra em que ele diz qualquer coisa como: "um cão que convive com uma criança e, depois, a mata". Como é que ele sabe que o cão "conviveu" com a criança? O facto de viver na mesma casa não quer dizer que tenha "convivido". É como a Vespinha diz, não se tem conhecimento de causa.
    Penso que o que incendiou os ânimos foi, de facto, a petição, que não assinei e sobre a qual também não tenho opinião formada.

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  7. Para resumir a minha opinião, sou contra a pena de morte aplicada tanto a homens como animais. Defendo, no entanto, a eutanásia em casos de doença prolongada. No caso, gostava que o Zico se mantivesse vivo se se constatar que não é perigoso. :(

    pippacoco.blogspot.pt

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  8. A diferença entre homens e animais assenta na racionalidade.

    A um ser humano é possível mudar racionalizando o seu comportamento. A um animal não.

    Como se pode afirmar peremptoriamente que o Zico não é perigoso?

    O abate dele será preventivo e não punitivo e assenta precisamente na incapacidade de racionalizar.

    O que me preocupa mesmo são os seres humanos de raça perigosa que escolhem para companheiro este tipo de animais.

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  9. Não sei se a todos os seres humanos é possível a mudança, racionalizando o seu comportamento...

    "O que me preocupa mesmo são os seres humanos de raça perigosa que escolhem para companheiro este tipo de animais" - e eu acrescento: e sem hipótese, nem vontade nenhuma, de os educar convenientemente. Não vejo nada de racional nesta atitude!

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  10. Esse individuo pode ter a certeza que o deixaria morrer com prazer, nem que fosse só para o meu cão não perder uma orelha...quanto mais a vida.
    Esse monstrinho não faz a mínima ideia do que fala e muito me aborrece saber que a redacção do Expresso deixou publicar tais alarvidades...

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  11. Anda por aqui tudo a "descascar" no Daniel Oliveira... Eu li a crónica que ele escreveu, e também assisti em directo ao eixo do mal em que abordaram o assunto. E muito sinceramente não vejo o porquê de estes insultos! O homem só expressou a sua opinião e eu subscrevo muitas das coisas que ele diz! Então vocês, todos os dias metem carne de peixe na panela de animais que foram mortos por humanos e não se importam com isso? Ou é só os animais domésticos que têm importância? Um abraço a todos

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  12. Oa animais não podem ser vistos como objetos!!!

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  13. Eu não insultei o Daniel Oliveira, apenas defendi a minha opinião, a de que não posso concordar que QUALQUER ser humano, seja ele qual for, vale mais do que QUALQUER animal. Há exceções, muitas mesmo.

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