Christopher Hitchens foi um jornalista, cronista e crítico literário de dupla nacionalidade (britânica e norte-americana), escrevendo para publicações como a Vanity Fair, a Harper's e a The New Yorker. Fez reportagens fantásticas, submetendo-se a coisas a que poucos repórteres se submeteriam por uma peça. Era profundamente ateu. E, em 2011, foi-lhe diagnosticado um cancro no esófago que o venceu em 19 meses, aos 62 anos.
Mortalidade reúne alguns dos seus escritos nos últimos meses de vida, em que reflete sobre a doença e o seu papel social, mantendo sempre que possível o registo jornalístico e cronístico, por vezes até com algum sentido de humor. Hitchens fala da reação das pessoas perante a seja doença, descreve os que lhe diziam rezar por ele, propõe um manual de conduta para lidar com pessoas com cancro, e desmonta com mestria a máxima de Nietzsche "O que não nos mata torna-nos mais fortes". Mas também descreve as dores, as tentativas de tratamento, e o último capitulo deixa de ser uma crónica para ser uma série de ideias que não teve tempo de desenvolver.
É um livro curto e duro, muito duro, que nos mostra o cancro de um modo muito mais racional do que estamos habituados a ver.
E recomendas?
ResponderEliminarSim, recomendo. Não há lamechice, mas uma visão muito objetiva e às vezes também irónica, embora por outras vezes também triste.
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