Hoje quem conta a história é a minha Mãe, uma história passada ontem, no Hospital dos Lusíadas, antiga Clínica de Santo António, e que pode ser um bom indício do que se passa com os pagamentos da ADSE aos privados.
 Ontem, fui sujeita a uma pequena intervenção cirúrgica (quisto sinovial num punho) no Hospital dos Lusíadas, vulgo Clínica de Santo 
António,  Reboleira. Algo semelhante à que me foi feita no ano de 
2015, às duas mãos (síndrome do canal cárpico), com o intervalo de 1 mês, na mesma clínica.
Cirurgias muito semelhantes, ambulatórias.
 As três correram bem, felizmente.
 Mas... há 4 anos, quando cheguei, aguardei na sala que me indicaram, a cirurgia foi feita no bloco de otorrino e pouco depois vim-me embora.
 Era a Clínica de Santo António.
Mas agora NÃO. É Hospital dos Lusíadas.
Quando cheguei aguardei um pouco e fui conduzida a um quarto, onde 
estava uma doente que tinha sido intervencionada aos intestinos 2 dias 
antes. Disseram-me que tinha de me despir e deitar dentro da cama. Comecei a protestar, ligeiramente. Era uma cirurgia a um punho, em ambulatório, para quê?
 Protocolo… Palavra que ouvi várias vezes.
 Levaram-me para o Bloco Central. Luzes, enfermeiras, aparato, [monitores, sensores e coisas a apitar]… Disseram-me que a tensão arterial estava muito alta. Pudera, com tanto aparato, respondi.
 A cirurgia correu bem. Obrigada, Sr. Doutor.
 Levaram-me para a sala de recobro (!?). Comecei a ficar farta. Que cena, que encenação… Pedi e levaram-me para o quarto, onde me vesti e vim embora. Rapidamente. Estava com um vestido. Nem meias calcei. A minha querida Amiga Manela, trouxe-me para casa.
 Agora o que me atrevo a especular:
 Todos estamos a par, através dos canais televisivos da «guerra» entre
 privados e ADSE. Eu pertenço à ADSE. Fiz o pagamento da caução que me 
foi pedido  (muito semelhante à de há 4 anos).Os Lusíadas provavelmente irão apresentar os meus «gastos» de ontem: um internamento, o uso de uma cama, a utilização do bloco central e da sala de secobro e saída, tudo o que utilizei foi, com certeza,  desinfetado. Gastos...
 Tenho termos de comparação, sou médica e MUITO atenta, observadora. Foram gastos fúteis, desnecessários. Claro que quando a ADSE protesta contra gastos dos privados tem razão. Estes atos foram efetivamente realizados, mas ABSOLUTAMENTE desnecessários. VERGONHA…
Não deixem, s.f.f., o SNS acabar. TODOS podemos precisar dele.
 Garanto-vos, por experiência familiar e própria, que é MUITO bom.
 
4 comentários:
Incrível.
Nunca tinha pensado nisto, desta forma.
Nem nós. Ver para crer.
Já fui operado 3 vezes em ambulatório. Num hospital da "província"; Águeda e Cantanhede. 5 estrelas. Viva o SNS! Até a pequeno almoço tive direito. Em Águeda tive quarto e em Cantanhede fui tratado como um Rei.
Eu também sou adepta do SNS, quando são casos a sério continua a ser a melhor opção!
Enviar um comentário