14 de janeiro de 2008

Escolhas difíceis


Sou do tipo de pessoa que escolhe demasiado. Que, a todos os níveis, tanto escolhe que acaba por ficar sem nada. Ou sozinha. E tantas vezes, quando finalmente escolho, percebo que alguém escolheu primeiro.

Mas desta vez trata-se de algo diferente. Da «escolha» do(a) comprador(a) para a minha casa. Se calhar é por ainda ter um ano para a vender, mas a verdade é que estou a ser um bocado exigente. Por isso, esta semana recusei uma oferta que até nem era má.

Primeiro, porque a proposta começou por ser muito baixa, para depois ir subindo aos poucos. No final até era razoável, mas não aceitei.

Segundo, não gostei nada da atitude do comprador. A ver a casa de mãos nos bolsos, com um ar indiferente, até que percebi que mora numa casa igual à minha, alugada (algo que não era permitido), e que só não a compra porque não quer dar o valor que lhe pedem (o mesmo que eu peço), ainda por cima tendo de fazer obras. Pormenor: se tem de fazer obras, é porque ele próprio não a estimou, já que é ele que vive nela. Assim, preferia a minha, que está como nova, e ainda por cima propondo declarar nos contratos valores abaixo dos reais. N.º 1, não preciso de declarar valores abaixo, tudo o que ganhar nesta venda vou aplicar na venda da outra. N.º 2, nunca gostei de passar ao lado da lei, é uma atitude um bocado tótó mas tenho sempre medo de ser apanhada.

Terceiro, não gostei da atitude do vendedor. A querer ganhar demasiada confiança, nunca tendo os valores na ponta da língua, a pressionar, cheio de argumentos que não são para mim. Pela amostra, se opto por este vendedor vou ter de ser eu a tratar de toda a papelada, e não é isso que normalmente acontece com as agências imobiliárias.

Quarto, se a vendesse a este comprador queriam que eu deixasse a casa em Março. Além de não estar psicologicamente preparada para isso e de implicar algumas dificuldades logísticas, nunca a escritura iria ser feita nessa altura. Mas então de quem é a decisão final, minha ou do comprador? Parece-me que a casa ainda é minha...

Pelo caminho, tenho tido outras visitas, com quem tenho simpatizado. Uma delas fez-me uma proposta, abaixo do que eu peço, mas de forma educada. Entretanto, vou também optar pela venda privada, com a ajuda de um powerpoint que (acho) está a ficar muito giro.

Para já, tenho tempo. Espero daqui a um ano não estar a engolir as palavras que acabo de escrever.

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