Era uma vez 3 irmãos*: João, Joaquim e Maria Augusta, todos nascidos em Currelos, na Beira Alta, entre o final dos anos 20 e o início dos anos 30. Todos Oliveiras.
João, devido a problemas de saúde, cedo se mudou para Lisboa, para mais perto do mar, onde foi criado pelos padrinhos. Joaquim, devido a uma discussão com o pai por causa de um pessegueiro, emigrou para o Brasil, sem nada nem ninguém. Maria Augusta ficou, com o desgosto da mãe e a zanga do pai. João e Joaquim já morreram, um em Lisboa em 1989, outro no Rio em 2006. Desde a partida para o Brasil, julgo que nos anos 50, só se viram uma vez, em Lisboa, e já praticamente sem João ter noção desse encontro. Maria Augusta era o único elo de ligação, que com o tempo se foi perdendo.
João era o pai do meu pai, o meu avô João. E desde há uns tempos que eu e o meu irmão nos interrogávamos se não teríamos primos no Brasil, talvez até parecidos connosco.
No dia 1 de Março deste ano tudo mudou. Recebi uma mensagem no Facebook, com o título «Contato familiar no Brasil». Era o neto mais velho do tio Joaquim, que andava à procura da «família portuguesa». E a partir daí os acontecimentos precipitaram-se: troca de nomes, de contactos, de mails, e agora… a vinda dele e de mais uma prima a Portugal. (Curiosidade: o Vinicius é a cara chapada do meu irmão, em moreno e mais magro…)
Nos últimos dias, descobri e apaixonei-me pela minha nova família, e abriram-se novos horizontes na minha vida. Sinto-me muito, muito feliz e sortuda por saber que tenho uns primos (todos Oliveiras) que parece que conheço desde sempre e de quem agora nos despedimos com as lágrimas a escorrer pela cara abaixo.
É só o princípio de uma história feliz.
* Sei, pelo Geneall, que houve um quarto irmão, mais velho, chamado António Gonçalo, mas os pormenores ficam por aqui.
8 comentários:
lindo!
(1 conselho: não plantem pessegueiros! ;))
:) Ainda não tinha feito essa associação...
(Sabias que os pessegueiros duram uma dúzia de anos e as oliveiras centenas?)
Também tenho vários primos no Brasil. Alguns já vieram cá. A minha irmã já foi lá conhecer os restantes e foi um encontro que mais pareceu reencontro. Há qualquer coisa de especial na família, qualquer coisa que nos corre no sangue e nos aproxima. Nem sempre é assim, mas quando isso acontece, é mesmo muito bom. Fico feliz por ti.
Estou morta para ouvir o relato completo, ao vivo e a cores!
P.S.: Foste ao MUDE?
Relatório amanhã! Depois do MUDE, assisti a uma cena surreal... amanhã conto.
Acho que tenho de me meter nisso do facebook, pode ser que descubra algum Silva perdido pelo mundo
As lágrimas caem-me... ao ler estas palavras... Foi uma descoberta maravilhosa para toda a nossa família. Os nossos avós Germano e Albertina deveriam ficar radiantes com estas descobertas. Para a minha mãe, a Maria Augusta foi o reviver, o renascer do irmão que partiu, sem se ter tido a oportunidade de se despedir... Ela fala dos irmãos com um amor imenso, das saudades, das brincadeiras , de todas as vivências que aqueles três irmãos unidos tiveram na juventude.
É uma história bonita que tem não um final mas uma continuação feliz. :)
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