5 de dezembro de 2010

O festim da aranha

Gosto muito de livros grandes, daqueles que demoram semanas a ler e dos quais acabamos por fazer parte. Mas, de vez em quando, também gosto de livros de contos, sobretudo se forem colectâneas de autores diferentes. Porque me permitem conhecer novos escritores e porque numa só noite leio histórias inteiras, por vezes mais marcantes do que alguns romances.

Este comprei-o porque o objecto me atraiu: capa toda em tons de vermelho, páginas tingidas por fora de vermelho. E depois o miolo não me desiludiu. São mais de 20 «histórias em estado de crueldade», muitas sem rodeios e com maldade pura, desde um quase linchamento gratuito até um emparedamento por um marido traído, passando por uma mulher que aperta a barriga durante a gravidez apenas para dar à luz seres que possa dispensar para feiras de curiosidades. Depois de ler O festim da aranha, quero ainda passar ao Este é o tempo dos assassinos (da mesma colecção), mas para já ficaram-me nomes como Dino Buzatti («Não esperavam outra coisa»), Saki («Sredni Vashtar»), Octave Mirbeau («As bocas inúteis»), Stanley Ellin («A pergunta»), Maupassant («A mãe dos monstros») e Balzac («A grande Bretèche»).

Não fuja deste livro quem é impressionável. Apenas duas ou três histórias me deram a volta à barriga. O que compensa tendo em conta a qualidade da generalidade do livro.

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