Craig é um adolescente nova-iorquino, que vive com os pais e a irmã em Brooklyn e que aos 14 anos se empenha a cem por cento em entrar para uma escola secundária de topo que o encarreirará para estudos na área da Gestão ou do Direito.
Menos de um ano depois, Craig está completamente «queimado», numa expressão que acho que é a que define melhor o estado em que se encontra. A pressão dos estudos, dos trabalhos para casa, da participação em atividades extracurriculares, e de entretanto fumar erva de vez em quando com os amigos, afoga-o numa depressão que o paralisa e que o impede de manter alguma coisa no estômago e de dormir uma noite tranquila. Até que um dia, no limite, e com ideias suicidas, dá voluntariamente entrada na ala psiquiátrica de um hospital. Ali passa cinco dias (cerca de dois terços do livro), onde depara com casos muito piores do que o seu e onde se torna uma ajuda para muitos dos outros pacientes. Ali, tem tempo para pensar na vida, no que o atormenta e no que realmente o pode fazer feliz.
É um livro supostamente para «jovens adultos» mas pesado, em que sentimos na pele a angústia e as ansiedades de Craig e em que tentamos abaná-lo a qualquer momento. Terminei-o com o coração um bocado apertado, apesar de o final do livro ser bastante positivo.
Pior foi quando fui pesquisar sobre o autor, que aos 20 e poucos anos esteve também internado na psiquiatria de um hospital. E quando descobri que Ned Vizzini se suicidou em dezembro do ano passado, aos 32 anos, em Brooklyn. Nem o seu livro o conseguiu salvar.
2 comentários:
Deve ser interessante, mas triste ver que um tipo tão novo ter morrido.
Levei cá um murro no estômago quando li a história dele... :(
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