9 de novembro de 2014

Ainda o Muro

Apesar da cada vez maior quantidade de obstáculos que se foram construindo entre 1961 e 1989, cerca de 26 mil pessoas conseguiram fugir para Ocidente, como esta senhora de 77 anos, Frieda Schulze, que ainda em 1961 desceu com o seu gato ao colo por uma corda de um andar em Bernauer Strasse (uma das ruas fronteiriças), caindo em segurança numa rede de bombeiros no lado Oeste.


Para que se tenha uma noção do auge da divisão, em meados dos anos 70 para passar de Leste para Oeste seria preciso transpor, por esta ordem (informação recolhida na revista Sábado):
1. uma linha de vedação (66,5 km de gradeamento metálico) ativada pelo toque e que dá o alerta às torres de vigia (302 no total);
2. um tapete de pregos;
3. onde terreno de areia que denunciava quaisquer pegadas;
4. barreiras antitanque;
5. pontas de aço colocadas em X sobre bases de betão;
6. uma via asfaltada para patrulhas motorizadas;
7. uma pista de corrida para cães (quase 300);
8. o muro inicial, pintado de branco para denunciar qualquer movimentação.

3 comentários:

Cristina Torrão disse...

Há histórias incríveis. Como famílias com filhos pequenos que tentavam passar a fornteira e, por qualquer motivo, só conseguia a mãe ou o pai. O que não conseguia, ia preso, os filhos entregues a orfanatos.
Ou o caso de aldeias perto da fronteira (noutros pontos, que não em Berlim), de quem as autoridades desconfiavam que tivessem contactos a mais com o ocidente e determinavam a sua mudança. Numa questão de dias, as pessoas tinham de sair de suas casas, deixar tudo e ir para uma região que não conheciam.

Vespinha disse...

Foram tempos de uma grande violência, muitas vezes mais psicológica do que física...

E acredito que muitos guardas que vigiavam do lado leste também tivessem vontade de fugir.

Cristina Torrão disse...

Sim, a questão dos guardas é complicada. Há aquela famosa foto do guarda que aproveita para fugir, enquanto o muro está a ser construído...
Também certos informantes da STASI, que só o eram porque exerciam pressão sobre eles, era complicada.

Não posso deixar de achar interessante que um regime, que proclama a igualdade, degenere em tal controlo e violência...