22 de janeiro de 2016

Je ne suis pas Charlie

Há coisas com que não se brinca, e nem a liberdade de imprensa pode justificar isto. A caricatura feita por Laurent Sourisseau a propósito dos abusos sexuais e assaltos na Alemanha, na passagem de ano:


A rainha Rania da Jordânia publicou nas redes sociais uma versão alternativa, do caricaturista Osama Hajjaj:

6 comentários:

João disse...

Mas Vespa, só agora?

Então e quando Charlie gozava com egípcios que foram executados porque lutavam pela democracia e foram ridicularizados na capa do jornal? Isto foi antes do atentado. Nessa altura a liberdade de expressão justificava isso?

Já para nem falar da censura a caricaturas de judeus ou o porquê de não haver caricaturas no Charlie a satirizar a Arábia Sáudita, etc.

Portanto, o Charlie Hebdo, foi apenas o atacado que toda a gente quis endeusar na altura. E, na minha opinião, o facto deste post em concreto nem sequer ter comentários até agora, mostra como as pessoas se confundem com a noção de liberdade de expressão etc.

Vespinha disse...

Olá João, eu não ando atrás dos comentários, se não havia aqui nenhum, paciência. Se os visitantes do blogue concordarem, tudo bem. Se não, podem vir aqui dar a sua opinião tal como tu o fizeste, e eu responderei sempre que conseguir.

Quanto ao Charlie, se reparares nunca aqui me pronunciei sobre o mesmo, nem a favor nem contra, precisamente porque a liberdade de expressão é um conceito por vezes ambíguo e nunca consegui julgar de caras o que uns e outros fizeram. E também porque nunca segui de perto as caricaturas do Charlie, exceto na altura do atentado e também esporadicamente nos meses seguintes.

A semana passada, quando me deparei com esta, fiquei sinceramente chocada, talvez porque envolvesse a morte e uma criança e porque acho que foi humor gratuito.

Joãp disse...

Olá Vespa,
O meu comentário em parte alguma visa implicar que andas atrás dos comentários. Apenas que é, na minha opinião, sintomática a falta de comentários neste em particular quando o Charlie Hebdo era e continua a ser de certa forma um tema sagrado.

Pode ser interpretação a mais da minha parte, mas aquando dos atentados, lembro-me de ver aqui uma imagem ou foto com aquilo que para muitos era a suprema expressão de liberdade "Je Suis Charlie"

Quanto ao tipo de humor do Charlie, na minha opinião é decadente, tal como são decadentes todos os que, em vez de olharem para a questão como ela era (radicalização, assimilação vs multiculturalismo, etc.) preferiram transformar o acontecimento num atentado das arábias contra o ocidente. Isso é que foi, e é, triste.

Adicionalmente, conheces um cartoonista chamado Carlos Latuff? É capaz de te interessar!

Vespinha disse...

Olá João, bom dia. Não conhecia Carlos Latuff, estive agora a dar uma vista de olhos rápida e tenho de explorar mais. Obrigada pela dica!

Voltando ao Charlie, aqui no blogue não viste nada, porque não publiquei, nem aqui nem no Facebook. :)

João disse...

Boa tarde, sem querer ser picuinhas mas, foi aqui que eu vi:

http://vespaaabrandar.blogspot.pt/2015/01/sem-palavras.html

Não que queira dizer isto ou aquilo, como disse antes, mas lembrava-me bem de ter visto algo do género aqui.

Vespinha disse...

Olha, tens razão... Tinha apagado isto da memória. Mas ainda bem que lembraste, para pensar um bocadinho mais sobre isso... A parte boa é que também neste caso começo a ver as várias faces (e não só duas!) da mesma moeda. ;)