Índice médio de felicidade, de David Machado

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Antes deste, tinha lido outro livro de David Machado, Deixem falar as pedras. Também aqui, David Machado tem a enorme capacidade de nos envolver com as histórias quase banais de gente comum.

Em Índice médio de felicidade, passado em Lisboa em plena crise económica, Daniel fica sozinho. A mulher parte com os filhos para Viana do Castelo, para trabalhar com os pais. Um dos seus melhores amigos não sai de casa há uns anos. E o outro encontra-se detido por num ato de desespero ter feito um assalto. E é com este amigo que Daniel fala ao longo de todo o livro, relatando aquilo porque passa depois de perder o emprego e na tentativa de conseguir outro.

Daniel resiste a ir também para Viana, agarrando todas as oportunidades que lhe surgem, pernoitando onde calha, sempre com esperança de que a vida lhe voltará a sorrir. Pelo meio, tenta gerir a falta que lhe fazem os filhos e a mulher, a ajuda que se sente obrigado a dar ao filho do amigo preso, o apoio contrariado que tem de prestar ao amigo que está em casa.

Um bom retrato do país em que vivemos desde há uns anos e daquilo por que muitas famílias têm de passar para se manterem acima da linha de água.