28 de agosto de 2018

Orange is the new black, de Piper Kerman

Não vi a série com o mesmo nome, por isso foi sem qualquer influência que avaliei este livro, uma experiência verídica. Piper Kerman é uma nova-iorquina com 35 anos, bem sucedida profissionalmente, com um namorado dedicado e uma família afetuosa. Só que, no início da idade adulta, Piper portou-se mal, e andou envolvida em tráfico de drogas, disfrutando de um tipo de vida que lhe proporcionava luxo e liberdade de movimentos.

Dez anos depois de ter entrado nos eixos (e de ter sido denunciada), Piper é finalmente condenada a 15 meses de prisão. Apesar de ser avisada para não criar amizades na cadeia, isso é uma inevitabilidade, e é graças a essas amizades que sobrevive praticamente ilesa ao período que passa detida. Descreve as alianças que faz, a relação com os guardas, as atividades diárias, as condições sanitárias, até as experiências culinárias, mas sempre um pouco de longe, como se não pertencesse realmente àquele lugar.

E esta é a parte de que gostei menos, a sensação de que Piper quase se sente superior a grande parte das detidas. Por ter cometido o crime há muitos anos, por ter uma pena leve, por ter sempre visitas e quem lhe escreva e envie livros, por ser fisicamente mais identificável com a classe alta. E isto, parecendo que não, deve ter-lhe facilitado um bocado a vida.

2 comentários:

Anónimo disse...

Pela tua descrição (não li o livro), soa que a série talvez seja melhor. Porque na série ela sente na pele o reflexo da sua superioridade.

Vespinha disse...

Sim, também tenho ideia de que a série deve ser melhor... Tenho de ver se a arranjo.