Este The Circle não é autobiográfico, mas retrata uma situação altamente provável. Mae consegue o emprego da sua vida no The Circle, uma empresa fornecedora de todo o tipo de serviços através da web: redes sociais, vigilância, deteção de pessoas, investigação... Pela descrição, em quase tudo consigo encontrar semelhanças com a Google: a existência de um campus, de todo o tipo de equipamentos desportivos, de lojas e serviços, de concertos e outros acontecimentos culturais.
À medida que os dias vão passando, Mae vai sendo incentivada a participar cada vez mais nas atividades da empresa, publicando e comentando online, aderindo a grupos, assistindo a todo o tipo de eventos organizados internamente. De início, apresenta alguma resistência, mas depressa se envolve no sistema, dormindo no campus, tornando-se uma figura influenciadora de estilos e até mesmo «transparente» (através de um sistema que filma e reproduz em direto tudo aquilo que faz). Mae ganha milhões de seguidores, e tanto ela como a empresa querem cada vez mais, o que se torna asfixiante para nós, leitores, e que nos faz pôr em causa tudo aquilo que fazemos através da internet.
Um livro muito interessante e, de certo modo, um alerta para aquilo no que nos podemos tornar. Penso que esta crítica da Time diz quase tudo:
Timely and potent. We have met Big Brother, and he is us.
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