30 de agosto de 2018

Desdicionário: Cromos

Geralmente de mãos nos bolsos a ver os carros a passar.

Tão deprimente.
Ainda mais deprimente do que os tigres tristes.
No comments.
O chamado pateta alegre.

É um dom, e geralmente só consigo apanhar os dos livros.
Topam-se logo no momento em que abrem a boca.

O que debita informações inúteis.

29 de agosto de 2018

Recordes de asneiras

Em 5 minutos - dentro de uma piscina imunda:
- uma chucha com doudou de pano
- meia dúzia de bolachas
- uma pulseira
- dois triciclos

Em 2 minutos - dentro de um regador cheio de água:
- dois biberões
- um cinzeiro
- um manual de instruções

As raparigas superam-se.

28 de agosto de 2018

Orange is the new black, de Piper Kerman

Não vi a série com o mesmo nome, por isso foi sem qualquer influência que avaliei este livro, uma experiência verídica. Piper Kerman é uma nova-iorquina com 35 anos, bem sucedida profissionalmente, com um namorado dedicado e uma família afetuosa. Só que, no início da idade adulta, Piper portou-se mal, e andou envolvida em tráfico de drogas, disfrutando de um tipo de vida que lhe proporcionava luxo e liberdade de movimentos.

Dez anos depois de ter entrado nos eixos (e de ter sido denunciada), Piper é finalmente condenada a 15 meses de prisão. Apesar de ser avisada para não criar amizades na cadeia, isso é uma inevitabilidade, e é graças a essas amizades que sobrevive praticamente ilesa ao período que passa detida. Descreve as alianças que faz, a relação com os guardas, as atividades diárias, as condições sanitárias, até as experiências culinárias, mas sempre um pouco de longe, como se não pertencesse realmente àquele lugar.

E esta é a parte de que gostei menos, a sensação de que Piper quase se sente superior a grande parte das detidas. Por ter cometido o crime há muitos anos, por ter uma pena leve, por ter sempre visitas e quem lhe escreva e envie livros, por ser fisicamente mais identificável com a classe alta. E isto, parecendo que não, deve ter-lhe facilitado um bocado a vida.

27 de agosto de 2018

Férias

Basicamente foram à volta destes dois seres, pequenos mas já grandes nas palavras que dizem, nas coisas que fazem, no amor que geram. Houve dias esgotantes, cheios de birras, teimosias ou fraldas para mudar. Houve dias cheios de descobertas e com muitas gargalhadas. Houve dias em que desejei estar a trabalhar. E hoje, que regressei ao trabalho, fiquei com um apertozinho no peito por não estar com elas.




1 de agosto de 2018

A igreja das meninas mortas, de Stephen Dobyns

Tinha este livro debaixo de olho há anos e não me lembro bem porquê, mas tenho uma vaga ideia de que mo aconselharam vivamente. Como já não existe na editora há muito tempo, comprei-o no OLX e até nem foi barato (€10 por um livro já antigo).

O livro começa com a constatação de um facto: a descoberta de três meninas mortas num sótão, vestidas com túnicas ornamentadas e cujas roupas foram sendo devolvidas lavadas e passadas à medida que elas iam desaparecendo.

A partir daqui o narrador retrata uma pequena cidade norte-americana, descrevendo com algum pormenor todos seus habitantes e as ligações entre eles. Ao longo do livro, as três raparigas vão desaparecendo, mas até muito perto do final não somos encaminhados de forma evidente para quaisquer suspeitos. As investigações arrastam-se por mais de 400 páginas, cheias de personagens e com poucos caminhos, numa leitura aborrecida que me fez ter vontade de acabar depressa o livro.

Cheguei ao final farta, ainda por cima sem ter achado a conclusão fantástica ou surpreendente. Continuo é a matutar no motivo por que queria tanto lê-lo.