Mostrar mensagens com a etiqueta Medos. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Medos. Mostrar todas as mensagens

15 de janeiro de 2020

Ontem fui à rádio, e foi intenso

Há dias, recebi um convite do jornalista João Paulo Sacadura para lhe dar uma entrevista na Rádio Observador, no programa «Convidado extra». O mote seria o livro sobre gémeos mas falar-se-ia de muitas outras coisas. Mal sabia eu de quantas.

Estava nervosíssima. Ir à televisão cria uma certa ansiedade, mas na rádio não há a imagem para nos distrair, e o foco está todo nas palavras que dizemos.

Antes de entrar em estúdio, conversámos um pouco, mas da vida em geral e não da entrevista. E lá dentro, já com os nervos acalmados porque o João Paulo é uma pessoa incrível, gerou-se uma conversa tão descontraída e completa que eu própria me espantava com o caminho que seguia. Ele é um jornalista a sério, estava muitíssimo bem preparado, deve ter lido e visto tudo o que está disponível sobre mim, entrevistas em papel, em vídeo, até deve ter lido o blogue de uma ponta à outra.

Falámos sobre a minha vida profissional, sobre Vespas, sobre animais, sobre os meus autores de eleição, sobre as minhas filhas, sobre o nascimento delas, sobre a minha família e amigos e sobre tantas outras coisas que nem me passavam pela cabeça. Fez-me reviver bons momentos da minha vida que há muito não recordava.

Foi uma conversa tão intensa que depois estive uns bons 30 minutos quase sem conseguir pronunciar uma palavra. Obrigada.

O podcast está disponível aqui: https://observador.pt/programas/convidado-extra/no-dia-que-gerei-vida-fui-confrontada-com-a-morte/

10 de julho de 2018

Desejem-me sorte

Hoje é o dia da minha ressonância magnética anual à região cardiotorácica. Vou sempre com um frio no estômago e um nó na garganta.



22 de março de 2018

Filhos da quimio, de Nelson Marques

Com desconto, clicar aqui.
E quando uma mulher, grávida, descobre que tem um cancro? Cancro que esse que a pode matar se não fizer tratamentos mas que pode matar o feto se os fizer? Aqui contam-se as histórias de cinco mulheres que quiseram levar as suas gravidezes até ao fim, com uma esperança inabalável que em quase todos os casos as ajudou a vencer.

Quatro delas ainda cá estão para contar a história, histórias de amor mas também de medo, de um medo que nunca as deixará pela vida toda.

É mais um Retrato da Fundação que merece muito a pena ser lido.

15 de junho de 2015

A nossa experiência na Casa Assombrada


Já há quatro anos que tinha tentado participar no projeto, e o seu término inesperado na altura deixou-me de água na boca. Assim, logo que soube que tinha regressado, agora numa velha quinta em Belas, fui rápida a juntar um grupo e a inscrever-nos.

O objetivo é percorrermos mais de 20 divisões da casa, em busca de pistas, e concluirmos que o medo é mesmo psicológico. O nosso grupo inicial era de oito pessoas, mas duas desistiram praticamente ao entrar. Os outros seguiram. Não posso (nem quero) descrever aquilo porque passámos, para não estragar a experiência a quem ainda vai participar, mas posso garantir que vale a pena para quem se mentalize.

Saí de lá inteira mas nervosa, muito agradecida a um amigo que se prestava sempre a entrar de peito aberto em cada divisão e depois de alguns gritos, gargalhadas e suores frios.

Aconselho a quem tenha espírito para estas coisas. O Teatro Reflexo, que organizou o projeto, está de parabéns por ter organizado um evento que não esqueceremos tão cedo.

Para saberem mais sobre o Projeto Casa Assombrada, podem consultar a página do Facebook. Posso já adiantar que custa €10 por pessoa, que funciona nas noites de sexta-feira e sábado até final de julho e que se prevê que em setembro continue depois de uma pausa em agosto.

Nota: Podem ver um vídeo com a nossa linda figurinha depois de de lá sairmos aqui.

30 de junho de 2014

Para quem (como eu) tem medo de dar sangue


No sábado de manhã fui dar sangue, porque está a ser preciso e porque já o tinha feito outras duas vezes. Mas acho que nunca referi aqui o meu medo de dar sangue e de como as coisas terminam nesses dias. Chego ao centro de colheita e tudo bem, nervos zero. Deito-me na maca e continua tudo bem. Colocam-me o garrote, a agulha no braço e estou ali 10 minutos à espera de encher uma saqueta, sempre bem.

O problema é sempre depois, quando tiram a agulha e me pedem para fazer pressão no braço com uma gaze. É nesse momento, e só nesse, que começa o «drama». Começo a ver tudo desfocado, e vou aguentando até ter mesmo de pedir ajuda. Então, geralmente, baixam-me a cabeça e elevam-me bastante as pernas. Cinco minutos depois já estou bem. Mas a verdade é que esta pequena indisposição causa algum aparato. E, desta vez, nem me queriam deixar ir para casa sozinha, muito menos de Vespa. E, quando insisti que estava bem e que aquela reação era normal, lá me libertaram com a condição de ligar quando chegasse a casa.

Tudo isto para dizer que, por muito medo que tenham, vale a pena ir, porque depois senti-mo-nos com a missão cumprida e somos sempre, sempre acarinhados pelos enfermeiros que lá estão. Sempre preocupados, sempre com sentido de humor, fazem-nos sentir que não somos mais um número. E o que é uma indisposiçãozita que dura uns 10 minutos comparada com as vidas que o nosso sangue pode salvar?

1 de maio de 2013

Senti um sismo e tive medo

Há anos, há muitos anos, que eu, parvamente, gostava de saber o que era sentir um sismo. Ao ponto de há 3 ou 4 anos, quando houve um em Lisboa, ter tido «pena» de não ter dado por nada. De facto, há coisas acerca das quais mais valia estarmos bem caladinhos.

De dia 29 para dia 30, dormia num hotel em Ponta Delgada quando acordei com a cama a tremer. Acordei estremunhada, olhei para o relógio: 6h24. A cama oscilava em movimentos certos, de trás para a frente, e no quarto ouviam-se as madeiras (ou as paredes, não sei bem) a estalar. Não faço ideia de quanto tempo durou, sei que pareceu bastante.

Quando parou, imaginei que haveria réplicas, mas na verdade ainda não tinha a certeza se tinha sido mesmo um sismo ou um sonho. Just in case, levantei-me e fui para a porta do quarto: para me colocar debaixo da ombreira e, já agora, para ver se mais alguém no hotel tinha dado por isso. Deparo com meia de dúzia de estrangeiros a sair do quarto com as malas como se nada fosse, a caminho do check out. Ainda fiquei com mais dúvidas.

Voltei a deitar-me, custou-me imenso a voltar a adormecer, e foi só de manhã, quando a minha amiga Mary me ligou pouco depois das 8 e meia para saber se estava tudo bem, que tive a certeza do que tinha acontecido.

Não tinha sido um sonho, o sismo não tinha sido fraco (5,9 na escala de Richter) e não, não tem graça nenhuma. Sobretudo quando se está longe de casa e num quarto desconhecido.

12 de setembro de 2012

Um dia aconteceu


Ainda a propósito do tópico desta manhã, e da segurança rodoviária, quero partilhar convosco a imagem do que restou do carro do meu pai num dia há 15 anos. Era depois do almoço e ele conduzia depressa e com sono. O meu irmão ia ao lado, a dormir. Ao passarem na IC19 perto da saída para Rio de Mouro, o meu pai cabeceou e adormeceu. Ao relaxar, carregou ainda com mais força no acelerador. E assim foi. Encaixou-se debaixo de uma carrinha que seguia à frente, o carro torceu-se por completo, o teto de abrir saltou, e até os faróis de trás estalaram com a força do embate e a contorção do carro.

Ambos sobreviveram, e praticamente ilesos. O meu irmão partiu o esterno por causa do cinto de segurança (que, se não fosse posto, não lhe teria salvado a vida). O meu ficou apenas com alguns cortes na cabeça por causa do aro do teto de abrir.

Mas ficaram marcas, e positivas. Moderar a velocidade e não tentar combater o sono.

Em mim também ficou uma marca. Um medo pavoroso de acidentes rodoviários e a recordação daquele dia em que eu e a minha avó, após sabermos do acidente, chegámos ao local e deparámos com os dois ainda atónitos e baralhados: o meu pai bastante sujo de sangue; o meu irmão com um carrinho na mão que tinha comprado pouco antes.

Não sei o que os salvou e não consigo conceber a minha vida se isso não tivesse acontecido. Mas esta imagem lembra-me que a linha entre a sobrevivência e a tragédia é muito, muito ténue.

Custa mesmo muito, mas vejam

Este vídeo faz parte de uma campanha de Natal da TAC (Transport Accident Commission, Austrália), alertando para o abuso do álcool e para a condução inconsciente: seja por distração, sono, cansaço ou qualquer outro motivo.

A 10 de dezembro de 1989, quando o primeiro anúncio do género foi para o ar, o número de mortos na estrada tinha sido de 776. Vinte anos mais tarde, o número tinha baixado para 303.

Preparem-se para se arrepiarem e para vos virem as lágrimas aos olhos. Porque há imagens que nos fazem pensar, espero que quando voltarem a andar na estrada se vejam a vós próprios e aos outros de outra maneira. Eu vejo.

7 de outubro de 2011

De olhos bem abertos...

... é como devemos andar. Não quero ser demasiado alarmista, mas alertar para gestos simples como olhar bem à volta quando nos dirigimos para casa ou para o carro, disfarçar quando vemos alguém suspeito, trancá-lo quando entramos lá dentro. E contra mim falo, porque tenho sido uma descuidada nestas coisas. As histórias que ouvia sempre me chegaram através de uma corrente de mails, ou tinham-se passado com uma amiga de uma amiga. Mas desta vez foi mais próximo.

Na madrugada de 4 para 5 de outubro (véspera de feriado, portanto), a J. dirigiu-se para o carro na zona de Santos, perto d'A Barraca, com mais 3 amigos. As ruas estavam cheias de gente, a noite estava quente, a zona era tudo menos isolada. Já sentados lá dentro, foram confrontados por quatro homens armados com uma caçadeira que os obrigaram a sair do carro e, depois de alguma confusão, arrancaram com ele. O carro apareceu horas depois na Costa de Caparica, em bastante mau estado, depois de ter estado envolvido num tiroteio.

A história terminou apenas com danos materiais mas podia ter acabado muito pior. E pergunto-me a que estado está a chegar este país quando os roubos são feitos cara a cara, à vista desarmada, com recurso a armas. Começo a ter medo.

PS: A última história deste género que tinha ouvido, narrada também na primeira pessoa, aconteceu há uns anos em Luanda, com uma amiga. No meio do trânsito, homens armados obrigaram-nas a sair do carro e fugiram com ele. Mas isto foi há uns anos. Em Luanda. Não em Lisboa, no bairro de Santos, com as ruas pejadas de gente.

30 de setembro de 2011

Paranoia

Chego ao edifício e ativo o comando do portão da garagem. Enquanto espero que abra, os faróis do jipe vão iluminando uma área cada vez maior, que varro com o olhar à procura de qualquer pequena sombra em movimento. Entro e percorro os 20 ou 30 metros até ao meu lugar com a mesma atenção. Saio. Caminho em direção à zona do átrio das escadas sempre a fazer barulho com os pés. Quando lá chego, atiro com a porta à espera do que de lá poderá sair. Subo as escadas, dois lances em que o vértice de cada degrau pode ser um pequeno esconderijo. Chego ao patamar do meu piso, passo pelo sensor para as luzes se ligarem todas. Meto a chave na porta, abro-a devagar, as gatas esperam-me. Observo-as, tento detetar alguma reação diferente. Fecho a porta e faço a ronda à casa. Nada. Respiro fundo. Uff.

É com esta atitude paranoica que ando há 3 dias, quando soube que um vizinho encontrou um rato na cozinha, vindo (espero) do pátio dele e não de uma qualquer ventilação. Mas se há no dele também pode haver no meu. E pode entrar em casa. E as gatas podem não lhe ligar nenhuma. E pode esconder-se e aparecer-me durante a noite. E...

Adoro bicharada, não tenho medo de aranhas, cobras ou gafanhotos, mas estas criaturas tiram-me do sério de um modo irracional. E só vou descansar quando a Rentokil cá vier e eu vir caixas ratoeiras espalhadas por tudo quanto é lado.

14 de setembro de 2011

Verdade de hoje

«I wasn't surprised. I had spent so long being terrified that finally having my worst fears realised brought a kind of bleak relief. (...) In a way I was glad it happened, because now I didn't have to worry about when it was going to happen.»
Man and boy, Tony Parsons

23 de julho de 2011

Diabólico


Parafraseando Nuno Rogeiro, que há pouco ouvi a comentar os massacres na televisão, diabólico é o único adjetivo que consigo encontrar para classificar o que se passou na Noruega. Um homem ter o sangue frio para fazer explodir uma bomba no centro de Oslo e depois, disfarçado de polícia, ir para uma pequena ilha cheia de jovens matá-los a sangue frio é algo que não consigo conceber. Digno dos mais violentos thrillers que hoje em dia já vou tendo dificuldade em ver.

23 de janeiro de 2010

E num instante tudo pode mudar

Sábado de manhã, programa calmo, ver a casa nova da Mary. Sem stress, pequeno-almoço nas calmas, café com eles e com os miúdos. Ao entrarmos na avenida da Índia, passa por nós um Audi A6 ou A8, nitidamente desvairado. Seguimos atrás dele, sempre com comentários de que o condutor não pode estar bem. Passamos o semáforo do Egas Moniz, estamos quase a chegar ao semáforo do Museu dos Coches. Vemo-lo vermelho bastante antes de lá chegarmos. O sujeito do Audi nem trava.

Da direita, ao sinal verde, arranca um monovolume Peugeot com mãe e filha lá dentro. Assistimos a tudo como que em câmara lenta. O Audi arranca a parte da frente do Peugeot. Derrapa. Galga o passeio. Arranca meia dúzia ou mais de pilaretes do Jardim do Império. Acaba enrolado num poste numa verdadeira bola de chapa amarrotada. Vamos à Polícia, regressamos ao local, mãe e filha encontram-se bem. A miúda chora, a mãe está surpreendemente calma, provavelmente na sequência da sua presença de espírito que a fez olhar para a esquerda e travar a fundo, mesmo tendo prioridade. Ao longe, a uns 100 metros, a bola de chapa lá está, nem me atrevo a olhar para ela.

Começam a chegar Polícia, bombeiros, INEM, com alguma descoordenação devido à quantidade de autoridades ali presentes. O condutor do Audi também sobreviveu, apenas com um ou outro arranhão. O carro topo de gama deve ter-lhe salvado a vida. «Graças a Deus», diz a senhora do Peugeot. Aliviada pela sobrevivência deste homem que provocou o acidente, que esteve a meio metro de lhe ter destruído a vida e a família, mas que não viu o acidente em câmara lenta como nós vimos. Nunca terá noção do que poderia ter causado.

Fomos ver a casa nova, distraímo-nos durante algum tempo. Mas continua comigo a sensação de enjoo que me tomou ao fim da manhã.

PS: Relembro os meus tópicos de 06.11.07, 05.05.08 e 19.11.09.

17 de janeiro de 2010

«Casa onde não há pão...»

Aqui deste lado do mundo onde se vive «a crise», onde a minha casa está quente e eu também, não me saem da cabeça as imagens de seres humanos a lutar com quem lhes dá comida porque querem mais. Seres humanos que, enquanto lutam por algo comestível, respondem às câmaras: «Eu não luto, eu sou um pai, eu sou um adulto, eu não luto.» O Haiti já era muito pobre e violento, agora é extremamente pobre e violento.

7 de outubro de 2009

Pelo menos um minuto de silêncio

Três tipos de morte assustam-me muito e deixam-me em pânico perante a simples ideia: num acidente de viação, numa actividade lúdico-recreativa e no trabalho.

Hoje, morreu mais um trabalhador da construção civil. Que não veio nas notícias mas que me impressionou por ter sido a menos de 50 metros da casa onde vivi até aos 28 anos, num local que se vê do quarto onde dormi tantas noites. Um contentor de cimento içado por uma grua soltou-se lá de cima, caiu sobre as lajes de um prédio em construção, partiu-as e matou um trabalhador que na pior hora da sua vida encontrou a morte.

Provavelmente, alguém que para ter de trabalhar numa obra já teria uma vida difícil. Provavelmente, alguém com família que precisaria dele para sobreviver. Provavelmente, alguém a quem nunca será feita justiça.

8 de julho de 2009

Abrir os olhos à força

Para 300.º tópico deste blog, um assunto que para mim é de importância extrema por, por motivos totalmente alheios à minha vontade e à minha iniciativa, ter alterado totalmente e para sempre a minha vida: os créditos pessoais. Aqueles que são tão fáceis, tão fáceis, que basta um telefonema para os obter. E, num abrir e fechar de olhos, lá estarão €20.000 ou €30.000 na conta, com juros que podem chegar aos 30 por cento. Aqueles que há quem peça tantas vezes que chega a pedi-los para pagar os que pediu antes...

Quantas vezes quase perdi a cabeça com ofertas destas que me chegam a casa ou ao telemóvel, vindas de bancos e de empresas de crédito como a Cofidis e afins, que anunciam os seus produtos como «energia para viver», como algo que resolverá todos os problemas e não como algo que arranjará muitos mais.

Por isso, e à falta de uma qualquer entidade reguladora que limite este tipo de ataque aos mais suscetíveis e fáceis de convencer, fiquei positivamente surpreendida com uma oferta de crédito que recebi do banco onde atualmente tenho a maior parte dos meus rendimentos, o Santander. Porque a proposta continha 4 folhas A4, apresentadas pela seguinte ordem:

1.º Carta dirigida a mim, com informação do crédito pré-aprovado e hipotética prestação mensal.

2.º Uma folha A4 (esta sim, a mais importante) com a seguinte informação: «Antes de avançar com o seu crédito... deverá sempre: avaliar a necessidade de adquirir determinado bem ou serviço e o seu preço antes da respetiva compra; definir quais as suas necessidades e fazer o planeamento do seu orçamento familiar, considerando as receitas e as despesas; (...) ter sempre em atenção a percentagem do seu orçamento que ficará destinada ao empréstimo; ter em atenção todas as condições do crédito, nomeadamente o prazo, o montante de empréstimo e a TAEG; pensar no futuro - o crédito contratado hoje irá manter-se durante o prazo que escolheu; não financiar por um prazo longo um bem cujo benefício se esgote no imediato.»

3.º Original do contrato de crédito pré-preenchido.

4.º Cópia do documento anterior.

Não sei se outros bancos estarão a fazer o mesmo, ou se isto será alguma obrigatoriedade recente, mas louvo o alerta do banco. Porque, se há pessoas que não conseguem pensar com clareza, que haja pelo menos alguém que faça isso por elas.

14 de maio de 2009

Não custa nada? Ai custa, custa...

Hoje fui fazer 2 coisas que muita gente me disse que «não custam nada»: 1. a minha primeira mamografia; 2. extracção de sinais.

Pois agora, umas horinhas valentes depois, posso dizer que:

1. custa sim senhor, a mamografia. Porque fiquei ridiculamente de mamas ao léu, calças de ganga vestidas e botas calçadas (antes me despisse toda, sempre era mais coerente). Porque dói e não é pouco. A conversa de que só dói a quem tem um peito pequeno não passa disso mesmo, conversa. Eu, que vario entre o 36 e o 38, vi-me aflita quando fui literalmente esmagada, prensada, em vários ângulos diferentes...

2. e custa sim senhor, a extracção de sinais. Porque, no espaço de apenas 2 horas, voltei a ficar na mesma situação ridícula (mamas ao léu, calças de ganga e botas). Porque, em vez do spray que me diriam ser a anestesia local, tive de levar uma injecçãozita junto a cada sinal - o que, em resumo, deu 5 injecções: uma de cada lado do pescoço, uma na axila, uma debaixo da mama esquerda e uma nas costas. Porque, mesmo levadas as injecções, a sensação e o cheiro a queimado não me largaram durante uns tempos. E porque ainda tive de dar €125.

Eu sei que isto parece ridículo, que há coisas que doem mil vezes mais, que para quem já teve filhos isto não é nada, que nos hospitais se sofre muito mais todos os dias... E que estes são procedimentos médicos importantes que podem salvar vidas. Mas não me voltem a dizer que «não custa nada»...

6 de novembro de 2007

(In)segurança rodoviária

Nos últimos dias têm-se sucedido notícias acerca de uma série de acidentes rodoviários mais ou menos graves. Na semana passada um atropelamento brutal no Cais do Sodré matou mãe e filha, ontem um acidente com um autocarro na A23 já fez 15 vítimas mortais, hoje n acidentes com ligeiros e pesados bloquearam as duas pontes sobre o Tejo, há bocado outra amálgama de ferros torcidos ali no cruzamento com a Católica...

O que é que se passa? É só coincidência ou estamos mesmo a conduzir cada vez pior? Na semana passada a minha mãe só não foi atropelada por um triz, hoje não me bateram também por outro triz... Do alto do meu Disco sinto-me relativamente segura, apesar de saber que, se tiver de ser, será. Na Vespa, já nem tanto, mas aí todos os sentidos estão 100 por cento alerta.

Mas a verdade é que temos de reflectir um bocadinho (bastante) mais quando nos sentamos ao volante. Um dos meus maiores medos é morrer num acidente rodoviário - porque acho que deve ser das coisas mais brutais que há, porque nunca estamos preparados para isso, porque devemos ficar sem perceber o que se passou...

Talvez por isso fique sempre tão preocupada quando sei que o meu irmão vai fazer uma viagem longa, ou quando sei que o meu pai anda a conduzir com sono... É engraçado, sempre que me despeço de alguém de que gosto e que sei que vai fazer um percurso qualquer, digo sempre: «Vai com cuidado». Cuidado connosco e com os outros. Para não acabarmos assim: