27 de abril de 2010

Detector de mentiras

E se eu conseguisse, através da simples análise corporal, perceber quando é que alguém está a mentir? Quando alguém demonstra raiva, desprezo, medo, culpa, surpresa genuína? Às vezes dava jeito, outras nem por isso. Se algumas expressões já conheço, como o cruzar os braços numa posição defensiva, confesso que tenho alguma inveja de Cal Lightman e da sua equipa.

Para mim, Lie to me é uma das séries do momento, com uma brilhante interpretação de Tim Roth na pele do expert obcecado e cheio de tiques, sentido de humor q.b. e muitas mentiras e verdades apanhadas pelo meio.

O trailer ajuda:



E o genérico também:

25 de abril de 2010

Dia importante

Ainda não tinha 4 meses no dia 25 de Abril de 1974, por isso faço apenas uma pequena ideia de como se terá vivido antes.

Histórias contadas pelos meus pais e pelos meus avós, histórias de senhas ditas pelo telefone e de depósitos de combustível escondidos em subterrâneos, histórias de suspeitas que nunca se vieram a confirmar. Numa fotografia na parede da minha sala, o meu avô, jornalista «à antiga», aponta notas num bloco em pleno Largo do Carmo, ao lado de um tanque e de uma multidão dividida entre medo e curiosidade.

Notas que devem ter servido para compor a notícia publicada neste jornal:

19 de abril de 2010

Reviravoltas

Há 3 anos, precisamente no dia dos meus anos, fiquei muito impressionada com o enforcamento de Saddam Hussein. Porque me parecia frágil, velho, acabado, sem qualquer hipótese de se defender. Porque por princípio sou contra a pena de morte. Porque me pareceu um gesto sádico a transmissão televisiva da execução. Fazia uma pequena ideia das atrocidades que o ditador havia cometido. Mas uma ideia mesmo muito pequena.

Acabei há dias de ver «House of Saddam», uma série da HBO em 4 episódios que passou há meses e que tinha aqui gravada. E aconselho-a a toda a gente. Em primeiro lugar, porque está muitíssimo bem interpretada por um elenco israelita e iraniano. Em segundo, porque nos dá uma perspectiva muito mais próxima e clara das coisas. Mostra-nos Saddam desde o dia em que tomou o poder até ao dia do seu enforcamento, depois de ter sido encontrado num buraco, escondido como um animal. Um homem que adorava os seus filhos e filhas mas que era capaz de matar o seu melhor amigo só para parecer ainda mais forte. Um homem que dizia reconhecer um traidor ainda antes do o próprio saber que o era.

Recordo as imagens da execução de Saddam. Mas recordo também os rostos dos milhares de homens mortos com uma bala na testa, após julgamentos sumários. E tenho pena de um e dos outros.

Foram-me (outra vez) ao bolso

Quando comprei a minha primeira casa pedi um empréstimo ao BBVA. Porque era o banco que tinha acordo com a EPUL e porque supostamente tudo seria mais fácil. Não tenho memória de grandes facilidades ou de grandes dificuldades, apesar de me lembrar que o meu pai já estava pelos cabelos com a quantidade de papelada que lhe pediram por ser meu avalista.

Durante 6 anos, andei a pagar esse empréstimo com um spread de 0,9%, nada meigo e que nunca me deixaram negociar. É claro que quando decidi trocar de casa nem uma simulação lhes pedi. Ao aperceberem-se de que estava a pedir um empréstimo a outro banco, foi com grande descaramento que me ligaram a «pedir satisfações». Disse-lhes que não tinham nada a ver com isso e acabou.

Só que através do BBVA ainda tinha um empréstimo automóvel (que há muito que não está comigo) que só terminei de pagar em Janeiro deste ano. Alegria! Satisfação! Alívio! Mal pude, fui tentar fechar a dita conta. Sublinho: tentar. Porque, como pelos vistos ainda havia cheques na minha posse, teria de os procurar e só depois avançar com o encerramento da conta. E é claro que não os encontrei, devo tê-los rasgado entretanto. Hoje lá fui de novo ao banco, tentar mais uma vez o dito encerramento. E consegui. Ah pois consegui. Não sem antes ter pago €6,00 por cada um dos cheques que não encontrei, não vá alguém aparecer no banco com a minha assinatura para os levantar. Foram €66,00 por 11 cheques emitidos entre 2002 e 2007.

E foram 8 anos em que estes senhores me roubaram. Até ao último dia. Não sei o que se passará com o banco em que agora tenho conta. Pelo menos sei que ainda nada sei.

14 de abril de 2010

À la mode

Uma das melhores amigas da minha mãe descobriu isto e eu tenho de divulgar: segundo o Le Figaro, a Vespa está mesmo na moda em Paris. Mais ou menos potentes, mais ou menos coloridas, as Vespinhas já se vêem por todo o lado, sobretudo agora com o bom tempo a chegar. E eu, que ainda só fiz 500 km com a Vespa nova, mal posso esperar para que Lisboa também adira à moda.

10 de abril de 2010

Então, não atendes?

Desafio quem me lê a encontrar aqui o telemóvel. Encontraram? Eu também, e ainda bem que isto é virtual, senão não estaríamos agora aqui, uma a escrever e outros a ler.

E não é por já ter apanhando duas multas de €120,00 por falar ao telemóvel enquanto conduzia que publico isto. Não, não é (até porque essas devem ter sido as duas únicas vezes na vida em que não usei auricular...).

É porque acredito mesmo que com um telemóvel na mão se conduz pior (para dizer a verdade, o simples facto de falarmos ao telemóvel, ainda que com auricular, já distrai q.b.). E para que se saiba porque é que às vezes não atendo o telemóvel. Porque não tenho o auricular posto ou ali à mão. Por muito irritante que seja o som do telemóvel a tocar sem parar.

5 de abril de 2010

Amor de pai

Se alguma vantagem posso encontrar em ter trabalhado que nem uma moura durante os últimos 3 meses e também durante os 3 dias da Páscoa, terá a ver com pequenas surpresas que me fizeram sentir que, apesar de enclausurada, houve gente lá fora que não se esqueceu de que eu estava lá dentro.

Depois de uma 5.ª feira com tolerância de ponto que para mim não existiu, na véspera de um sábado na expectativa de continuar na empresa, a meio de uma 6.ª feira-santa que me parecia uma 6.ª feira qualquer, o meu telemóvel toca e o meu pai pede-me para ir lá fora. Vou, em stress, a pensar no paginador que fica à minha espera. O meu pai traz na mão dois ramos de flores: «Um para ti e outro para a tua colega que também cá está, para o dia não vos custar tanto.» E um pacote de amêndoas de chocolate. Um beijinho e vai-se embora a correr para não me tomar mais tempo.

Não tive tolerância de ponto, não tive a 6.ª feira nem o sábado para descansar. Mas tenho um pai que com um gesto tão simples e tão dele alegrou o nosso o dia e mudou mais um bocadinho a nossa vida.

Posso meter uma cunha para o clonar?

Restart

A Vespa está de volta, com novas histórias, novas críticas, novas queixas, novos gostos e desgostos. A partir de agora.