19 de abril de 2010

Reviravoltas

Há 3 anos, precisamente no dia dos meus anos, fiquei muito impressionada com o enforcamento de Saddam Hussein. Porque me parecia frágil, velho, acabado, sem qualquer hipótese de se defender. Porque por princípio sou contra a pena de morte. Porque me pareceu um gesto sádico a transmissão televisiva da execução. Fazia uma pequena ideia das atrocidades que o ditador havia cometido. Mas uma ideia mesmo muito pequena.

Acabei há dias de ver «House of Saddam», uma série da HBO em 4 episódios que passou há meses e que tinha aqui gravada. E aconselho-a a toda a gente. Em primeiro lugar, porque está muitíssimo bem interpretada por um elenco israelita e iraniano. Em segundo, porque nos dá uma perspectiva muito mais próxima e clara das coisas. Mostra-nos Saddam desde o dia em que tomou o poder até ao dia do seu enforcamento, depois de ter sido encontrado num buraco, escondido como um animal. Um homem que adorava os seus filhos e filhas mas que era capaz de matar o seu melhor amigo só para parecer ainda mais forte. Um homem que dizia reconhecer um traidor ainda antes do o próprio saber que o era.

Recordo as imagens da execução de Saddam. Mas recordo também os rostos dos milhares de homens mortos com uma bala na testa, após julgamentos sumários. E tenho pena de um e dos outros.

1 comentário:

Rama disse...

boa dica! vou tentar arranjar por aqui.