26 de março de 2019

21 de março de 2019

Privados e ADSE: uma explicação?

Hoje quem conta a história é a minha Mãe, uma história passada ontem, no Hospital dos Lusíadas, antiga Clínica de Santo António, e que pode ser um bom indício do que se passa com os pagamentos da ADSE aos privados.

Ontem, fui sujeita a uma pequena intervenção cirúrgica (quisto sinovial num punho) no Hospital dos Lusíadas, vulgo Clínica de Santo António, Reboleira. Algo semelhante à que me foi feita no ano de 2015, às duas mãos (síndrome do canal cárpico), com o intervalo de 1 mês, na mesma clínica.
Cirurgias muito semelhantes, ambulatórias.
As três correram bem, felizmente.
Mas... há 4 anos, quando cheguei, aguardei na sala que me indicaram, a cirurgia foi feita no bloco de otorrino e pouco depois vim-me embora.
Era a Clínica de Santo António.


Mas agora NÃO. É Hospital dos Lusíadas.
Quando cheguei aguardei um pouco e fui conduzida a um quarto, onde estava uma doente que tinha sido intervencionada aos intestinos 2 dias antes. Disseram-me que tinha de me despir e deitar dentro da cama. Comecei a protestar, ligeiramente. Era uma cirurgia a um punho, em ambulatório, para quê?
Protocolo… Palavra que ouvi várias vezes.
Levaram-me para o Bloco Central. Luzes, enfermeiras, aparato, [monitores, sensores e coisas a apitar]… Disseram-me que a tensão arterial estava muito alta. Pudera, com tanto aparato, respondi.
A cirurgia correu bem. Obrigada, Sr. Doutor.
Levaram-me para a sala de recobro (!?). Comecei a ficar farta. Que cena, que encenação… Pedi e levaram-me para o quarto, onde me vesti e vim embora. Rapidamente. Estava com um vestido. Nem meias calcei. A minha querida Amiga Manela, trouxe-me para casa.


Agora o que me atrevo a especular:
Todos estamos a par, através dos canais televisivos da «guerra» entre privados e ADSE. Eu pertenço à ADSE. Fiz o pagamento da caução que me foi pedido (muito semelhante à de há 4 anos).Os Lusíadas provavelmente irão apresentar os meus «gastos» de ontem: um internamento, o uso de uma cama, a utilização do bloco central e da sala de secobro e saída, tudo o que utilizei foi, com certeza, desinfetado. Gastos...

Tenho termos de comparação, sou médica e MUITO atenta, observadora. Foram gastos fúteis, desnecessários. Claro que quando a ADSE protesta contra gastos dos privados tem razão. Estes atos foram efetivamente realizados, mas ABSOLUTAMENTE desnecessários. VERGONHA…


Não deixem, s.f.f., o SNS acabar. TODOS podemos precisar dele.
Garanto-vos, por experiência familiar e própria, que é MUITO bom.

Vamos votar na Luísa e na Maria?

Vamos votar na Luísa e na Maria para serem modelos das roupas da Kiabi?

É fácil:

1. Clicar neste link.

2. Clicar sobre a foto e selecionar «Voto».


3. Se não virem logo a foto, na caisa de pesquisa escrever «Luísa e Maria» para a foto aparecer.

4. Por fim, é só irem ao vosso mail para confirmarem o voto. Cada pessoa só pode votar 1 vez numa foto, por isso quanto mais partilharem mais pessoas podem votar.

Obrigada!

A humilhação, de Philip Roth

O título deste livro reflete na perfeição o seu conteúdo. Simon Axler é um autor de teatro que de repente, na casa dos 60 anos, sente que perdeu toda a inspiração, não se sentindo confortável para representar mais nenhum papel e imaginando que todos se riem dele. Isola-se, evita o seu agente como pode e acaba abandonado pela mulher, também já sem paciência para uma crise existencial.

Fisicamente também afastado de todos, um dia bate-lhe à porta uma jovem mulher, filha de um casal amigo e a quem tinha pegado ao colo umas dezenas de anos antes. Ela procura contrariar a sua própria tendência homossexual, ele vê nela a sua salvação e o seu troféu, prova de que ainda poderá ter algo para dar. Mas a relação entre ambos servirá apenas para agravar ainda mais a humilhação de que Simon já é vítima.

Mais um extraordinário livro de Philip Roth, que numa linguagem precisa e muito clara consegue abordar temas muito reais e atuais.

20 de março de 2019

Um honroso terceiro lugar

A iniciativa Árvore Europeia do Ano 2018 deu o terceiro lugar à nossa azinheira secular do Monte Barbeiro, no Alentejo.

Bem merece, é linda.

18 de março de 2019

Em que dia, todos os anos, a Terra chega ao seu limite?

Anualmente, há o chamado dia da sobrecarga da Terra, aquele a partir do qual já estaremos a consumir mais do que o planeta consegue renovar durante todo o ano. Em 1987, a nível mundial, esse dia foi a 23 de outubro. Em 2018, a 1 de agosto. E no mesmo ano, em Portugal, esse dia foi a 16 de junho. Cada vez gastamos mais em menos tempo.

Pessoalmente podemos fazer o teste, que avalia em que data calharia o dia da sobrecarga  se todos fôssemos como nós.

Assumo e tenho vergonha de dizer que o meu calharia já no dia 18 de abril.

Podem fazer o teste aqui.

17 de março de 2019

Um ano sem ti

365 dias inteirinhos, tantos mas que parecem tão poucos, ao ponto de me lembrar ao pormenor deste dia há um ano. Ainda te sinto por aí, ainda falo "nas gatas" no plural, ainda estendo a mão na cama para sentir o teu pelo macio.

Querida Vespinha, tenho saudades tuas.

15 de março de 2019

Parabéns, Babá

Pelos seus 95 anos, seja onde for que os esteja a comemorar. Há 22 anos que não celebramos este dia consigo, mas fazemo-lo sempre no nosso coração. Daqui onde estamos, enviamos-lhe todos o abraço mais apertado que é possível dar, com a Maria e a Luísa a ajudar.

Babá, apesar de serem muito pequenas, já comecei a falar-lhes de si, da minha querida Avó, e falam da Babá sempre que mexem na minha pulseira.

Até um dia.

14 de março de 2019

Vox, de Christina Dalcher

Este livro promete muito mas depois acaba por dar muito pouco. À partida, seria mais uma distopia, com as mulheres como alvo a serem banidas de toda a força laboral e a limitarem-se a poder dizer 100 palavras por dia, punidas por choques de uma pulseira elétrica sempre que ultrapassem o limite.

Jean é uma dessas mulheres, mãe de três rapazes e de uma rapariga de 6 anos, também ela já treinada para estar quase sempre calada. Com o marido a trabalhar para o governo, que pretende generalizar o Movimento Puro, Jean sente-se aprisionada, até que é subitamente chamada, como cientista, para resolver um problema de saúde do irmão do presidente, problema esse relacionado precisamente com a fala.

Há uma miscelânea de temas e de estilos neste livro: o filho mais velho de Jean é um adepto do Movimento, Jean passa a vida a lamentar não ter lutado pelos direitos das mulheres 20 anos antes, pelo meio tem um amante com quem tenta lutar contra o Movimento Puro que quer conquistar o mundo, preocupa-se com a filha mas a certa altura esta deixa de ter protagonismo... Parece que a autora quis escrever um livro ao estilo de Margaret Atwood, misturando laivos de Dan Brown, de Ira Levin (The Stepford wives), acabando por gerar um Frankenstein sem classificação possível.

A história base dava pano para mangas. Ficou-se por aí.

12 de março de 2019

Stop what you're doing and read this!, vários autores

Um livro interessante apesar de por vezes um pouco abstrato, o que o torna mais difícil por ter sido lido em inglês. Mas o sumo que se tira são as reflexões sobre o motivo por que deixamos de fazer tanta coisa na nossa vida, como passear, ir ao cinema, ver televisão, ir à praia, jogar, para nos agarrarmos a um livro.

Desde a necessidade de viver vidas em paralelo para muitas vezes fugirmos à nossa, passando pela mera curiosidade em conhecer outras realidades, um livro pode ser uma solução para muitas situações, com a enorme vantagem de estar sempre à nossa disposição, de lhe podermos pegar ou largá-lo quando nos apetecer, de o podermos abandonar ou reler de novo, de o analisarmos sozinhos ou em grupo.

Um livro pode «salvar» vidas perdidas ou ajudar a sobreviver a vidas que não queremos, ou ainda acrescentar algo a vidas já preenchidas. É um manancial de possibilidades.

8 de março de 2019

Feliz Dia da Mulher


Das mães e das filhas, das avós e das netas, das tias e das sobrinhas, das irmãs e das cunhadas, das sogras e das noras, das madrinhas e das afilhadas, das madastras e das enteadas, das solteiras e das casadas, das viúvas e das divorciadas, das amigas e das conhecidas.

Mas também... dos pais e dos filhos, dos avôs e dos netos, dos tios e dos sobrinhos, dos irmãos e dos cunhados, dos sogros e dos genros, dos padrinhos e dos afilhados, dos padrastos e dos enteados, dos solteiros e dos casados, dos viúvos e dos divorciados, dos amigos e dos conhecidos.

De todos os que todos os dias ajudam a dignificar o ser Mulher.

7 de março de 2019

Cães e gatos


Se puderem, não percam esta exposição no Pavilhão do Conhecimento Ciência Viva, em Lisboa. É super interativa, podemos passar lá um bom para de horas e aprender, experimentando, uma série de coisas sobre os quatro patas.

Ver e sentir os movimentos de um cão ou gato, tentar superá-los na altura a que saltam ou na velocidade com que contornam obstáculos, participar em jogos de identificação de raças ou de características, sentir a suavidade da pelagem, interpretar latidos ou miados e descodificá-los... são apenas algumas das atividades que nos entretêm durante um bom bocado.

Até setembro deste ano.


 

 

4 de março de 2019

Oblomov, de Ivan Goncharov

Comecei a ler este livro com grande expectativa, por ser de um autor russo e por pertencer à coleção da Tinta-da-china selecionada por Ricardo Araújo Pereira, de que já tinha lido Os Cadernos de Pickwick.

Esperava um pouco da personagem que encontrei, um homem de trinta anos de uma indolência incrível, que tudo adia, sem vontade de fazer nada e que até para se vestir necessita da ajuda do seu criado. Mas esperava mais, talvez peripécias de um preguiçoso e não tanto a descrição do amor platónico que, também por preguiça, acaba por não ter consequências. E quando esta parte ocupa umas 300 páginas das mais de 600 do livro, a vontade de chegar ao fim era cada vez maior.

Fiquei bem ciente do conceito de oblomovite (estado derivado do nome de Oblomov), em que alguém passa pela vida quase apenas por passar. Mas talvez um terço das páginas tivesse chegado, mesmo para ainda fazer o retrato de uma Rússia novecentista em que os grandes senhores latifundiários entram em decadência.

Não achei assim muita piada.

1 de março de 2019

E tão felizes que elas iam


Nos primeiros anos resisti a mascarar a Luísa e a Maria, por não achar muita piada à coisa e porque elas também não iriam perceber porque estariam vestidas de maneira diferente.

Mas este ano teria sido uma maldade e egoísmo meus deixá-las na escola com a roupa do dia a dia. Com os seus fatos de nuvem e de Sol, coisas de que gostam muito, chegaram à escola felizes como há muito tempo não iam.

Enquanto não me pedirem para ir de princesas posso dar-me por muito satisfeita.