25 de outubro de 2010

Parar para quê?

Se eu, que ando na estrada apenas duas vez por dia, assisto a isto diariamente, como é que a polícia, que supostamente anda na rua todo o dia, não vê? Passar os semáforos com o sinal vermelho está a tornar-se um hábito em Lisboa, e ainda por cima um hábito impune.

Se dantes o amarelo era sinal de «acelera, antes que fique vermelho», agora passou a ser «calma, passo quando me apetecer». A primeira vez que assisti às consequências desta atitude foi no início do ano, em Belém, quando um condutor que passou com o vermelho não matou por pura sorte uma mãe e uma filha que passavam com o verde. Pelo que sei, foi a julgamento mas está tudo na mesma. Agora, foi um amigo meu, que na Gago Coutinho, ao passar calmamente com o verde, «apanha» de raspão com um que vinha de cima e que passara com o vermelho. Pormenor: enquanto o do primeiro caso teve de parar, porque se enfaixou num poste, este fugiu sem haver sequer tempo para ver a cor do carro.

Eu ando de Vespa muitas vezes e, como tal, estou sempre na fila da frente quando o sinal verde abre. E, mais do que nunca, nunca avanço antes de ter a certeza de que não vem ninguém a passar o vermelho. Mesmo habilitando-me a ouvir umas fortes buzinadelas. E garanto que muitas vezes já tenho evitado acidentes por esperar.

Mas que autoridades temos nós que, em vez de controlarem transgressões muito graves como esta, andam entretidas a passar multas e a controlar filmagens de televisão como já vi aqui no meu condomínio? Tenho cá para mim que seria muito mais lucrativo e muito mais pedagógico.

24 de outubro de 2010

Até Dezembro, ainda há tempo

Os meus cadernos de trabalho para os próximos meses (sim, porque todas as minhas reuniões ficam registadas em pequenos cadernos que depois de terminados guardo religiosamente... nem imaginam o jeito que este «arquivo » já me deu...) vão ter imagens destas:

Cada um custou €0,80 e são editados pelo Museu da Presidência da República. Comprei-os hoje depois de visitar a exposição Viva a República, altamente recomendável. Completíssima (tão completa que acho que um dia inteiro não daria para ler tudo o que lá está escrito e exposto) e muitíssimo bem montada, com especial destaque para a recriação da conhecida alegoria sobre a implantação da República e para a reconstituição das trincheiras portuguesas durante a I Guerra Mundial. Previa-se estar aberta até final de Outubro. Prolongou-se agora até 1 de Dezembro. Justifica-se.

18 de outubro de 2010

Há coisas fantásticas

Três anos depois de ter colocado o aparelho, posso finalmente voltar a comer maçãs à dentada e a provar todos os sabores de pastilha elástica que entretanto apareceram. E graças aos meus amigos e colegas nem sequer tive de ir às compras - tinha este presente em cima da minha secretária quando voltei hoje do dentista. Há coisas fantásticas tão simples, não há?

17 de outubro de 2010

E porque não há famílias perfeitas...

... não pude deixar de gostar desta novela gráfica a que não resisti em Barcelona: Fun Home - Una familia tragicómica, de Alison Bechdel.

Um livro de memórias, chocante, imoral e ao mesmo tempo ternurento, que retrata pessoas reais, com quem nos cruzamos todos os dias e que até podemos ter na nossa família ou sermos nós próprios.

Dizer que foi banido e censurado em algumas livrarias dos EUA e que foi seleccionado um dos melhores 10 livros de 2006 pela New York Magazine e pelo Times é mais do que suficiente.

14 de outubro de 2010

Três minutos depois...

... do 29.º aniversário do meu querido maninho, ainda é tempo de dizer publicamente que o adoro mais do que tudo na vida.

12 de outubro de 2010

High tech

Para quem, como eu, ainda não acredita que os livros em papel irão desaparecer:

11 de outubro de 2010

O Japão é um lugar estranho, de Peter Carey


Por motivos que não esperava, fui despertada nos últimos tempos para o universo da banda desenhada manga e para os filmes anime. Há dias, na Fnac, encontrei perdido junto da literatura de ficção um livrinho pequenino, em formato de bolso, qualquer coisa do tipo How to draw manga. Folheei-o e achei graça, mas deixei-o lá.

E uma edição da Tinta-da-China para a Sábado trouxe-me entretanto esta maravilha: O Japão é um lugar estranho, de Peter Carey. O pai, Peter Carey, leva o filho, Charlie, numa viagem ao Japão. Não para conhecer o «Verdadeiro Japão», como Charlie faz questão de advertir o pai, mas o Japão dos dias de hoje, o Japão povoado da cultura manga, o Japão em cujas ruas circulam naturalmente visualistas de cabelo no ar e vestuário muito inusitado.

Entrevistam desenhadores e argumentistas de manga e de anime, conhecem outros fãs como Charlie, visitam um fabricante de espadas, percorrem um mega centro comercial de jogos electrónicos...

No fim da viagem, feito o balanço, não será este também o «Verdadeiro Japão»?

10 de outubro de 2010

Jardineiros não há muitos

As minhas leituras atrasadas da National Geographic trazem-me por vezes surpresas completamente inesperadas. Na edição de Junho deste ano, fui surpreendida pelos jardineiros, uma ave que vive exclusivamente na zona da Papua-Nova Guiné, distribuindo-se por cerca de 20 espécies.

E o que torna estes jardineiros tão especiais? A construção artística de caramanchões apenas para seduzir as fêmeas. Segundo alguns biólogos, são as aves «mais intrigantemente humanas», sendo a única espécie, para além da nossa, capaz de matar (pequenos insectos) com fins meramente decorativos.

Utilizam galhos, flores, insectos mortos, bolotas, bagas, latas... tudo o que apanham e que seja vistoso e colorido. Alguns exemplos destas maravilhas artisticamente construídas:

Fotografia de Jean Marc Gayman

Fotografias de Tim Laman

4 de outubro de 2010

Serviço público para as minhas amigas

Ontem tomei a primeira dose da vacina contra o HPV (papilomavírus humano), responsável pela maioria dos casos de cancro do colo do útero. Daqui a 2 meses ser-me-á administrada a segunda dose e daqui a 6 meses a terceira. As 3 doses são caras (cerca de €450, sem comparticipação) mas, por me ter sido aconselhada por quem sabe e por me ter apercebido de que a maioria das pessoas ainda julga que esta vacina só é eficaz se tomada na adolescência, aqui ficam alguns dados importantes. Para que, se puderem, sigam o o meu exemplo.

- O cancro do colo do útero é a segunda maior causa de morte de mulheres entre os 15 e os 44 anos, logo a seguir ao cancro da mama.

- Na Europa, morrem anualmente 15 000 mulheres de cancro do colo do útero - o equivalente a 40 mulheres por dia e duas mulheres por hora.

- O cancro do colo o útero é causado exclusivamente pelo HPV.

- Cerca de 70% das pessoas sexualmente activas serão expostas ao HPV num determinado momento das suas vidas.

- A ligação entre o HPV e o cancro do colo do útero é muito mais estreita do que a ligação entre o tabaco e o cancro do pulmão.

- A vacina do cancro do colo do útero cobre os tipos de HPV que causam 75% dos casos de cancro do colo do útero.

Se, até há algum tempo, a vacina contra o HPV era recomendada exclusivamente a raparigas antes de iniciarem a sua vida sexual (fazendo inclusivamente parte do Plano Nacional de Vacinaçãoi), estudos mais recentes demonstram que, mesmo quando administrada mais tarde, a vacina é eficaz, tanto na prevenção da infecção como na diminuição da probabilidade da sua degeneração em cancro.

Gastamos muito facilmente €100 ou €150 num par de botas. Gastar €450 repartidos por 6 meses para salvar a nossa vida parece-me um muito bom negócio.


PS: Conselho (este também) de amiga: não pesquisem no Google imagens de HPV. É muito, muito mau.

Obrigada às minhas bichinhas

Por estarem sempre presentes quando preciso delas. Por perceberem quando estou triste e quando estou contente. Por darem sempre mais uma oportunidade à minha por vezes indiferença. Por me revelarem um amor incondicional.

Hoje, no Dia do Animal, a Vespa e a TT têm direito a uma latinha gourmet. Amanhã, a Twiggy receberá um osso especial. E, todas, terão a minha companhia e a garantia de que nunca as esquecerei.

3 de outubro de 2010

Caderneta de cromos - My best of


Depois de 10 serões a rir-me e a sentir por vezes também um bocadinho de nostalgia, acho que se tem de exigir ao Nuno Markl que comece a pensar no segundo volume da sua (e nossa) Caderneta de cromos.

Anyway, esta já me encheu as medidas. Para além das coisas de que me lembro muitas vezes (como o Dartacão, os granizados Fá ou o Agora escolha), outras trouxeram à superfície memórias há muito enterradas e outras que julgava que só eu as tinha. Este é o meu best of desta edição:

- as Belinhas - a descrição da sensação de tirar uma Belinha do pacote e virem 6 ou 7 coladas umas às outras é perfeita. E sim, também eu as comia como se um naco de pão se tratasse;
- a Cola Cisne - a propósito de muitos da minha geração experimentarem comer esta cola porque era «docinha», Markl refere algo que eu já estou farta de contar mas em que até hoje ninguém acreditava: o truque de mordermos as pontas dos lápis de cor para colorir as pastilhas elásticas que mastigávamos. Sim, eu fazia isto na primária. E pelos vistos mais gente também;
- o jogo do Sabichão - aquilo funcionava mesmo, e nunca perdeu a magia até Markl contar como conseguia baralhar o boneco... Afinal, era tudo uma questão de magnetismo;
- os bichos da seda e os grilos - durante os poucos anos que mediaram até convencermos o meu pai a ter um gato em casa, por lá também passaram estes dois espécimes. Ainda me lembro do desgraçado do grilo dentro da minúscula e ridícula gaiola de plástico, e de à noite o metermos na cuba da máquina de lavar roupa para não o ouvirmos a grilar...
- os Kalkitos - este é daqueles entretenimentos que tenho a certeza de que ainda hoje usaria se ainda existissem. Mas o que é passou pela cabeça de alguém para os descontinuarem?
- os Estrumpfes - tinha tantos e já não sei de nenhum...
- os jogos eletrónicos portáteis - tinha um tio que estava sempre na vanguarda destas coisas, e como eu adorava jogar a estes precursores das PSP e afins... Acho que ainda hoje conseguiria ajudar o canalizador que corria com um balde para apanhar gotas caídas dos canos;
- as borrachinhas de cheiro e as «folhinhas queridas» - coleccionava-as às centenas, e nesta campo era alvo de algumas invejas;
- as perneiras - usei-as muito e bastante coloridas, tricotadas pela minha mãe ou pela minha avó, e anseio pelo dia em que voltarão a estar na moda;
- os autocolantes na janela - os meus não eram colados na janela, mas em toda a mobília, autocolantes minúsculos vindos na Bravo e que completavam a decoração do meu quarto, forrado de posters em todas as paredes e até no tecto (sim, no tecto estava o Michael J. Fox com o seu cão que até era parecido com o meu...);
- os Jogos sem fronteiras - no verão não perdíamos uma emissão, e lembro-me bem de uma vez, no Algarve, irmos visitar um cenário que tinha servido para os jogos do ano anterior. Estava tudo desfeito e até um pouco podre, mas que emoção...
- os livros da Anita - a doçura das ilustrações e a beleza das histórias encantaram-me horas a fio. Julgo que ainda devem estar guardados no consultório do meu pai. Espero que sim;
- O Monstro da Lagoa Negra - disto, lembro-me apenas dos óculos de papel e acetato e de uma imagem em 3D de peixes dentro da lagoa. E de mais nada;
- os Onda Choc e os Ministars - eles eram modernos e eu, secretamente, também o queria ser.