30 de dezembro de 2007

Mudança

A minha Vespa muda hoje de cor, por agora para verde, porque quero que o meu próximo ano de vida seja de esperança, de renascimento, de rejuvenescimento (passe a incongruência..). Mas outras cores virão, de preferência demonstrando a concretização de tudo aquilo que mais quero.

«O verde significa vigor, juventude, frescor, esperança e calma.»

«O verde não cansa a visão e ajuda a combater o cansaço. Para as religiões cristãs, simboliza ressurreição.»

«O verde é ligado ao elemento madeira e à primavera. Representam o crescimento, desenvolvimento, natureza e saúde.»

«O verde é a cor mais harmoniosa e calmante de todas. Representa as energias da natureza, esperança, perseverança, segurança e satisfação; fertilidade. Facilita a comunicação com as plantas e com a natureza. Simboliza: vida nova, energia, fertilidade, crescimento e saúde. Usada em excesso, determina orgulho, superioridade e arrogância.»

29 de dezembro de 2007

1.ª receita

Fiz hoje, para a passagem de ano, a primeira receita do livro que a minha mãe me escreveu: gelado de Filipinos. Parece-me que correu bem.

28 de dezembro de 2007

Fazer anos no fim de ano...

... é uma grande confusão.

Para começar, terei de comemorar não uma, mas 5 (CINCO) vezes, isto porque, ao fazer anos no dia 30 de Dezembro, ainda por cima num «domingo véspera de ponte para feriado», é completamente impossível juntar todos aqueles de quem gosto numa única ocasião. Assim, terei de: jantar a 29 com o meu pai, que estará de serviço dias 30 e 31; almoçar a 30 com a minha melhor amiga, que depois vai para a passagem de ano com a família; jantar a 30 com os meus amigos do dia-a-dia (mano, colegas de trabalho...); jantar a 4 de Janeiro com os meus amigos de curso, que agora estão dispersos; jantar em dia a definir associando estar com a minha mãe a estar com a minha prima (que também estão fora na passagem de ano). E ainda ficam alguns de fora. Com esses vou comemorando ao longo do ano.

E para ajudar, ao querer almoçar no domingo num sítio diferente, descubro que todos os sítios ditos «diferentes» e que eu queria experimentar fecham precisamente... ao domingo.

Ainda eu respondia, ao perguntarem-me se não acho chato fazer anos nesse dia: «Até acho giro». Pois...

Estou cansada e ainda nem sequer começou.

27 de dezembro de 2007

Desperdício

Como estou de férias, e uma vez que a minha Nespresso só trazia 12 cápsulas, uma de cada variedade, decidi ir às compras de mais recargas ao Chiado (não há mais pontos de venda em Lisboa). Já me tinham dito que aquilo era impossível (e eu própria já tinha visto várias vezes grandes filas à porta), que era preferível encomendar pela Net, porque entregam em casa e tudo, mas não... eu quis sacrificar-me. Afinal, não seria nada do outro mundo. Pois... quando lá cheguei, por volta das 13h30, estava a ser atendido o cliente n.º 200 e a senha que me queriam dar tinha o n.º 437. Pelas minhas contas, se aquilo abriu às 10h e tinham demorado 3h30 para atender 200 clientes, eu só teria sorte lá para as 19h... Ou talvez ficasse para amanhã. Pelos vistos, houve muita gente a receber este Natal um presente igual ao meu (maninho, afinal não foste nada original). Só para não deprimir tanto: parece que o fenómeno não é exclusivo de Lisboa, em Barcelona é o mesmo triste espectáculo.

Conclusão: meti o rabinho entre as pernas e vim para casa fazer a dita encomenda pela Net. Fazem-me a entrega no dia 02.01, na empresa. Pelo caminho, empanturrei-me no Hard Rock, com direito a apple cobbler e tudo. Agora estou tão enjoada que acho que vou estar mais um ano sem lá pôr os pés. Acho que vou ver um ou dois episódios do Nip/Tuck para desenjoar.

E assim se gasta um dia de férias...

25 de dezembro de 2007

Xmas Top5

Não resisto a registar aqui os melhores presentes que recebi ontem à noite:

- um livro de receitas escrito à mão pela minha mãe, com cores diferentes para os ingredientes se destacarem no meio do texto, com índice e com classificação de graus de dificuldade (carinhas vermelhas e verdes). É um livro de valor inestimável, escrito num caderno A4, com receitas experimentadas por ela ao longo da vida, e registadas carinhosamente desde Setembro para ficar pronto a tempo.

- uma fotografia do meu avô a preto e branco, sorridente, com óculos de massa, para fazer companhia à fotografia da minha avó que já tenho na sala.








- um roteiro da colecção Berardo, oferecido pela minha priminha para documentar a visita guiada em que me acompanhou há uns meses (ver tópico de 26 de Agosto).







- uma pregadeira em forma de gato, em feltro, oferecida pelo meu sobrinho de 3 anos. As minhas gatas estão a adorar brincar com ela...








- e... a Nespresso com que andava a sonhar há meses! Cinzenta, automática e a tirar cafés fantásticos e bem cremosos. Oferecida pelo meu maninho, mas sem o extra do George Clooney...


A todas as outras pessoas que me ofereceram presentes, obrigada, percebi que foram mesmo comprados a pensar em mim.

PS: Recebi também um forte abraço e um beijinho na cabeça de uma pessoa que não via há meses e que foi uma das mais importantes da minha vida. Soube bem.

24 de dezembro de 2007

Natal dividido

Quando vivia acompanhada, houve um Natal em que chorei por ter de me dividir por tantas famílias. Jantar em casa dos meus pais no dia 24, depois correr para casa da mãe do P. para passarmos com ela a meia-noite, passar o dia 25 em casa do pai dele, com quem eu tinha muito pouca confiança. Não era assim que eu queria o Natal, dividido por força de separações.

No ano seguinte, por o pai dele estar fora, passámos o dia 24 com os meus pais e o dia 25 com a mãe dele. Tudo muito sereno, tudo sem complicações.

Após a nossa separação, passei os dois dias de Natal com os meus pais, bem aconchegada porque eu era na altura o elemento mais fragilizado.

E então veio a separação dos meus pais, e a angústia de termos de reorganizar tradições, de não querermos deixar ninguém sozinho. O meu pai foi para a Beira Alta ter com uns tios, eu e o meu irmão ficámos cá, com a minha mãe e o meu tio paterno. Mas no dia 25 o meu pai esteve connosco em minha casa, adaptados e contentes por nos termos adaptado.

Este ano, baralhamos e voltamos a dar. O meu pai quer ficar sozinho hoje à noite, passando o dia de amanhã connosco, em casa dele. Custa-me muito, mas é por opção, não por falta de alternativas. E o meu tio paterno (mais uma vez, obrigada) estará sempre presente, como elo de ligação: hoje com a minha mãe, amanhã com o meu pai.

Resumindo: Seja onde for, seja com quem for, o que é preciso é que haja bacalhau com muito grão e azeite, muito calor, muita saúde e tranquilidade. Para mim e para todos de quem gosto. Feliz Natal.

22 de dezembro de 2007

Quem parte e quem fica

Ontem foi um dia mau. Bastante mau.

Para começar, a notícia da morte de um colega de trabalho, durante a noite, de forma repentina. Era um solitário, um pouco calado mas sempre preocupado com o bem-estar do próximo. Sempre pronto a ajudar, sempre com um sorriso meigo. Para trás deixou dezenas de colegas que gostavam dele mais do que se calhar pensava, deixou um lugar vazio e o trabalho todo a meio. Fazia os desenhos técnicos de que precisamos para colocar nos livros escolares. Agora não conseguimos olhar para eles. Morreu de 20 para 21 de Dezembro, não sei bem de quê nem se sozinho se acompanhado. Tinha 49 anos.

Para terminar, a notícia de que mais uma colega se vai embora. Cansou-se, deixou de ter paciência, quer experimentar coisas novas. Fico contente por ela. Mas fico triste por mim, porque o ambiente deixa de ser o que foi durante anos. Éramos 3 bastante unidas. Agora fico eu.

Há algo em comum nestes dois acontecimentos. Por muito confuso que pareça, acho que quem parte fica sempre melhor do que quem fica. O C. porque pelo menos já passou por aquilo que todos tememos, a morte, e já sabe o que isso é. A S., porque parte para o desconhecido, para um desafio. Quem fica, fica com o desconhecido e com o conhecido. Para mim não é confuso, é muito claro.

16 de dezembro de 2007

Natal à Mr. Bean

Hoje fiz finalmente a minha árvore de Natal. E como em algumas coisas sou muito organizadinha, tinha tudo bem arrumado na arrecadação em saquinhos separados: um para as luzes, outro para as bolas vermelhas, outro para as douradas, outro para os enfeites em feltro... Em três quartos de hora ficou tudo pronto, com presentes debaixo e tudo (aqueles para cuja compra tive de tirar um dia de férias)!

E não conseguir deixar de me lembrar de um colega meu que diz que fazer a árvore de Natal quando se mora sozinho lhe faz lembrar o Mr. Bean (procurar no YouTube «Mr. Bean Christmas»). Achei piada. Mas o que eu acho a sério é o seguinte: já basta ter de viver sozinha, e ainda por cima ter de me privar das luzinhas da árvore? Nã. Não me importo de ser uma Ms. Bean no Natal.

15 de dezembro de 2007

«Sou pensólogo...

... porque gosto de pensar sobre as coisas da vida.» (dizer isto com sotaque angolano)

No último dia de trabalho da L., foi a contar histórias parvas como esta que tomámos um último cafezinho no local do costume. Apesar de ser apenas um afastamento físico, vou ter muitas saudades das nossas gargalhadas diárias, das «cegadas» e das sessões no gav. Muitas mesmo.

Exagero?

Eu sem lentes + as gatas:


13 de dezembro de 2007

O pesadelo...

... continua.

Com as agências imobiliárias a bombardear-me com telefonemas e «pedidos de angariação» do apartamento. A minha agenda desta semana:
3.ª feira, 19h - Visita de agente Fita Métrica
4.ª feira, 19h - Visita de agente Home Life
5.ª feira, 19h - Visita de agente Winner
6.ª feira, 19h - Visita de agente Home Smile
Sábado, 11h - Visita de agente Vertikal
Sábado, 12h - Visita de agente Abra
A partir da próxima, semana, acabou, não aceito nem mais um.
Pelo meio, dezenas (e não estou a exagerar) de telefonemas de outras tantas imobiliárias que entretanto já recusei. Há muito, muito tempo que não me sentia tão aborrecida ao ouvir o telefone tocar.
E quando aqui entram, põem a cassete e começa a inevitável negociação sobre preços, percentagens de taxas, a casa vista à pressa... Sim, porque toda esta ganância não se deve ao facto de a casa ser muito apetecível, mas ao facto de estes vendedores terem objectivos mensais para cumprir, com x casas para angariar. É muito, muito cansativo.

Por mim, vou tentar vender a casa amigos dos amigos e assim ficarei muito mais contente.

10 de dezembro de 2007

A saga só agora começou...

«Cheira-me» (e isto fica entre aspas porque só alguns vão perceber o sentido da expressão) que a minha saga de compra e venda de casas vai ser muito, muito longa, com direito a preview e depois diversas sequelas do filme principal...

Stress n.º 1 - a compra: Finalmente decidida pela compra, lá fui para o banco (que dizem ter as melhores taxas do mercado) armada de todos os papéis e mais alguns para pedir o empréstimo do valor que falta. Ia de facto satisfeita, pelo menos desta vez estava prevenida com tudo: recibos de ordenado, n.º de sapatos e de calças que uso, declaração da entidade patronal, quantidade de calorias que ingiro por dia, cópias de extractos bancários, relatório das férias dos últimos 6 anos, cópia da escritura da casa actual, nº diário de vezes que me assoo quando estou constipada, cópia do últimmo IRS... Não havia mesmo mais nada que me pudessem pedir. Mas estava enganada. Porque, como ainda tenho uma casa para vender, e porque a quantia é considerável, vou ter de arranjar um fiador. Isto é: vou ter de arranjar todos estes documentos do meu pai. Não vai ser tarefa fácil.

Stress n.º 2 - a venda: Chegada a casa do banco, e incentivada por a minha primeira possível compradora ontem ter gostado da casa, peguei na máquina fotográfica, fotografei todas as divisões de todos os ângulos e mais algum e decidi começar a pôr anúncios em alguns sites. Só o conseguir fazer num, e mal. Primeiro, porque as imagens eram muito pesadas; depois, porque me faltavam alguns dados; por último, o site bloqueou e só me deixou colocar duas fotografias. Mas mesmo assim, 2 horas depois já me ligava um agente imobiliário a propor comercializá-la. E a insistir. E a insistir. E a insistir. Lá cedi a mostrar-lhe a casa amanhã, a avisá-lo de que não lhe dou exclusividade e a ser inflexível no valor com que quero ficar. Das duas uma: ou vai ser muito fácil vender a casa ou estão a gozar com a minha cara.

Cenas dos próximos episódios: ??

5 de dezembro de 2007

Angustiazinha

Está já marcada para o próximo domingo a primeira visita de uma possível compradora para a minha casa... Se por um lado quero a sério que ela goste do que vai ver, por outro é com um apertozinho no coração que a vou mostrar. Cinco anos a viver aqui não me podem deixar indiferente. Para compensar a angústia, vou na 6.ª feira ver as obras da nova casa e avançar de olhos meio fechados para a comprar.

4 de dezembro de 2007

Parabéns, prima

És a minha única prima e tenho muito orgulho nisso... afinal não é toda a gente que tem uma priminha com 21 anos que já é uma verdadeira mulher. Sorry ter-te roubado e adulterado a fotografia do hi5... É que acho que transmite todo o teu glamour!
See you later.

2 de dezembro de 2007

Compras...

... em stress porque ainda não as fiz. E porque toda a gente me pergunta, com ar incrédulo: O quê, AINDA não fizeste AS compras de Natal? Não, nem uma. E, pior do que tudo, não me apetece. Primeiro, porque ainda não me imbuí do espírito natalício. Segundo, porque estou sem imaginação. Terceiro, porque estou com paciência zero para entrar em qualquer loja que seja (e, a agravar, a cada dia que passa as lojas estão mais cheias...). Acho que vou optar pelas compras on-line - e, mesmo com estas, cuidado com os prazos de entrega... A evitar também ter de levantar o que quer que seja numa estação de correios.

28 de novembro de 2007

Quanto mais sujo, melhor

É esta a filosofia da dirty car art. Em vez de escrever a célebre frase «Lava-me, porco» (ou pior), Scott Wade entretém-se a desenhar obras de arte tendo apenas como base a poeira acumulada nos vidros dos carros. Uma arte muito efémera, mas, sem dúvida, uma forma de arte.







21 de novembro de 2007

2000!

Só para comemorar as 2000 visitas ao blog. Tendo em conta que não falo de nada de especial, não é mau.

Obrigada a quem o visita e a quem deixa os comentários que adoro ler.

19 de novembro de 2007

Quando os seguros de saúde não funcionam…

… recorre-se ao tradicional sistema nacional de saúde.
Com 2 seguros de saúde (sim, dois, um meu e outro através da empresa…), nenhum comparticipa uma operação à miopia avançada (cirurgia, não laser). Conclusão: tentar chegar ao mesmo médico através do sistema público, começando pela dificuldade em arranjar uma consulta e depois por uma longa espera pela cirurgia, espera essa que pode demorar anos. Enfim.

18 de novembro de 2007

Desmistificando o unicórnio

Eu, que gosto tanto de bichos, espantei-me comigo mesma ao perceber que havia um (ainda por cima enorme) de que nunca tinha ouvido falar. Nas minhas leituras atrasadas da National Geographic (vou na de Agosto...) dei com o narval, que não é assim tão raro e que se calcula existirem entre 40 e 70 mil exemplares.

O narval (em inglês narwhal) é um mamífero cetáceo cinzento e branco, da família das baleias, que vive no Círculo Polar Ártico. Mede entre 4 e 5 metros e, ao contrário da baleia «vulgar», não tem barbatana dorsal. Os machos distinguem-se claramente das fêmeas, e aqui está o seu grande trunfo: um enorme dente incisivo em espiral que se projecta para a frente como um chifre, que pode medir 3 metros de comprimento e que lhe permite «sentir» alguns factores externos, como mudanças subtis de temperatura. É o dente/chifre do místico unicórnio.

E é o seu dente, que o torna tão diferente, que o torna também tão cobiçado pelo marfim, vendido a cerca de €95 por cada 30 cm. Caçados pelos inuit pelo marfim e também pela gordura que contêm, milhares de narvais acabam por jazer intactos no fundo do oceano, uma vez que, se os tiros não forem certeiros (e dados no momento em que os narvais inspiram), os mamíferos vão ao fundo sem hipótese de recuperação. Não critico os inuit, que vivem do negócio como meio de subsistência, critico apenas quem não dá os tais tiros «certeiros», que tornam a caçada inútil para ambas as partes.

E aqui fica uma imagem dos «unicórnios» dos mares, para provar que este mito afinal é verdadeiro:

17 de novembro de 2007

Os fins não justificam os meios

E assim justifico a frase que escolhi ontem… porque contribuir para o menor sofrimento humano com o maior sofrimento dos animais não é justo. Isto a propósito da tourada promovida no dia 27 de Outubro para angariar fundos para a Abraço.

Apesar de ter objectivos meritórios, a Abraço nunca me convenceu, talvez pela atitude arrogante e pouco humilde da sua representante. Mas desta vez excederam-se. Promover uma tourada para arranjar dinheiro para a associação? Sacrificar e torturar 6 touros pela luta contra a SIDA? Não se justifica.

Pelo que tenho lido na Internet, foram várias as tentativas de associações protectoras dos animais no sentido de sensibilizar a Abraço para a incongruência desta acção. Mas todos os esforços foram em vão, apesar da quantidade de mails enviados por portugueses (e não só) para o evitar.

Não haverá formas mais honestas de arranjar dinheiro? Do meu não levarão.

16 de novembro de 2007

Ética

«O erro da ética até ao momento tem sido a crença de que só se deve aplicá-la em relação aos homens.»
Albert Schweitzer
Mais logo ou amanhã explico porque escolhi esta frase.

14 de novembro de 2007

A «ameaça»

Não resisto a publicar a «ameaça» que apareceu no jardim da casa da minha mãe ontem durante o dia.

Se é a sério, é completamente ridículo um suposto «ladrão» avisar com antecedência que vai «assaltar, gamar, pilhar, visitar, arrombar»...

Se é uma brincadeira, não só é de extremo mau gosto como ainda revela falta de cuidado: Qual é o «ladrão» que escreve utilizando ponto e vírgula? Qual é o «ladrão» que corrige os seus próprios erros ortográficos? Qual é o «ladrão» que escreve utilizando sinónimos?

E ainda, se é uma brincadeira, não teve piada nenhuma tendo em conta que a minha mãe não merece «partidas» destas. Just in case, já foram tomadas as devidas precauções.

Aqui ficam imagens da «ameaça»:


12 de novembro de 2007

Espinafres

Ouvi dizer que uma dose de espinafres por dia faz maravilhas pelos olhos e pela visão.

Na impossibilidade de fazer para já a tão desejada operação para remediar a tão elevada miopia (raios partam os seguros de saúde, que nunca autorizam nada quando é realmente preciso), vou passar a ingerir uma dose por dia. Não sei se acredito, mas não custa nada tentar.

10 de novembro de 2007

Acordar ao fim-de-semana...

... cá em casa é assim:



Com a diferença de que são 2 gatas e que não utilizam (acho) bastões de basebol. A partir das 08h30 (a hora da alvorada durante a semana), começam os miados, os saltos para cima da cama, o arranhar de tudo o que lhes aparece à frente, as correrias pela casa, de preferência atirando uma ou outra coisa para o chão ou fazendo barulhos irritantes com sacos de plástico. Das duas uma: ou ignoro e voltam a tentar com os mesmos métodos periodicamente, ou cedo e dou-lhes qualquer coisa para comer e volto para a cama. Seja como for, um sono descansado «de sonho», tipo 12 horas seguidas, é impossível. Mas não me importo.

7 de novembro de 2007

E agora para animar...

... o Top 5 dos meus gelados preferidos (não necessariamente por esta ordem)!

Não o consigo descrever, é bom demais para lhe atribuir palavras. Aqui vai a descrição da embalagem: We get our brownies from a bakery in New York that helps the homeless get work skills and become self-sufficient. Plus, they make the best brownies we've ever had. We also splurge on pure cream uncommonly tempting. In fact, the chocolate creation in this carton is downright decadent. Enjoy!

Uma verdadeira maldade esta da Häagen Dazs de colocar um produto à venda por todo o lado e depois o retirar... O Banoffee é do melhor, com banana, pedaços de tarde e caramelo líquido. Agora só o posso comer como deve ser na loja do Chiado, de preferência acompanhado de um crepe, de banana fresca e de caramelo quente por cima. Uma bomba que compensa saltar uma refeição.


Este gelado de morango é caseiro e tem uma receita ultra-secreta pertencente ao P. Nas noites de domingo dá força e ânimo para a semana seguinte.





Outra versão do gelado caseiro de morango, desta vez da minha mãe. Um bocadinho mais escuro do que o do P. mas igualmente irresistível. Se não mo tirarem da frente acabo com ele.




O gelado de iogurte da Bella Italia do Algarve. Não percebo como é que mais ninguém consegue fazer um gelado de iogurte assim, que saiba mesmo a iogurte natural açucarado. Sempre que vou lá abaixo vingo-me.

6 de novembro de 2007

(In)segurança rodoviária

Nos últimos dias têm-se sucedido notícias acerca de uma série de acidentes rodoviários mais ou menos graves. Na semana passada um atropelamento brutal no Cais do Sodré matou mãe e filha, ontem um acidente com um autocarro na A23 já fez 15 vítimas mortais, hoje n acidentes com ligeiros e pesados bloquearam as duas pontes sobre o Tejo, há bocado outra amálgama de ferros torcidos ali no cruzamento com a Católica...

O que é que se passa? É só coincidência ou estamos mesmo a conduzir cada vez pior? Na semana passada a minha mãe só não foi atropelada por um triz, hoje não me bateram também por outro triz... Do alto do meu Disco sinto-me relativamente segura, apesar de saber que, se tiver de ser, será. Na Vespa, já nem tanto, mas aí todos os sentidos estão 100 por cento alerta.

Mas a verdade é que temos de reflectir um bocadinho (bastante) mais quando nos sentamos ao volante. Um dos meus maiores medos é morrer num acidente rodoviário - porque acho que deve ser das coisas mais brutais que há, porque nunca estamos preparados para isso, porque devemos ficar sem perceber o que se passou...

Talvez por isso fique sempre tão preocupada quando sei que o meu irmão vai fazer uma viagem longa, ou quando sei que o meu pai anda a conduzir com sono... É engraçado, sempre que me despeço de alguém de que gosto e que sei que vai fazer um percurso qualquer, digo sempre: «Vai com cuidado». Cuidado connosco e com os outros. Para não acabarmos assim:

3 de novembro de 2007

Alternativa na relva

Na impossibilidade de ir dar uma das minhas corridinhas para o Estádio Universitário, para lá fui de dossier debaixo do braço ler os originais de um livro de Geografia. Deitada na relva, descalça e a ouvir os passos de corrida dos outros aspirantes a atletas e os rodados da bicicletas a deslizar. Souberam-me bem estas duas horinhas, o sol ainda quente e o cheiro da relva nos pés. Afinal, já que é só atravessar a rua, acho que vou para lá esponjar-me mais vezes...

2 de novembro de 2007

Melhores notícias

Para já, não haverá colar cervical, apenas a dita injecção (que já tomei), um medicamento diário que dá algumas tonturas (mas poucas) e 12 sessões de fisioterapia assim que a Multicare der autorização. Ufff...

31 de outubro de 2007

TAC

Parece chinês: «hérnia postero-lateral e foraminal esquerda do disco C6-C7 com provável compromisso da emergência radicular esquerda, a valorizar no contexto clínico» e «alterações degenerativas de uncodiscartrose predominando em C5-C6 a condicionaar redução do calibre dos buracos de conjugação de predomínio direito, o que eventualmente também poderá condicionar conflito com a emergência radicular direita de C6».

É «só» o relatório da minha TAC. Resumindo: com 33 anos já tenho uma das famosas hérnias cervicais(embora pequena) e um início de artrose vertebral acompanhada de lesões discais. Sintomas: dores no ombro/omoplata esquerdos e braço e mão dormentes. Solução:para já, uma injecção com um corticosteróide para reduzir a inflamação, depois analgésico em doses variadas e por fim fisioterapia à séria (sendo que estou a rezar para não me prescreverem um colar cervical...). Se nada disto der resultado, faca.

Só me apetece enterrar a cabeça na areia.

PS: Para além disto, ainda antes de ir à fisiatra, já percebi que as corridinhas vão ter de desaparecer do meu programa... E nem quero pensar no que se refere a conduzir a Vespa.

30 de outubro de 2007

Está tudo doido?


Nos últimos tempos tenho ouvido uma série de histórias de pessoas que querem fazer intervenções cirúrgicas consideradas estranhas, para não dizer impensáveis (pelo menos a mim nunca tais coisas me passariam pela cabeça).

Um homem queria implantar mamas nas costas, não me perguntem para quê... Outro, um «artista» australiano chamado Stelarc, implantou uma orelha feita de cartilagem humana no braço e agora ainda quer juntar ao implante um microfone para captar todos os sons que a prótese pode escutar... Outros ainda, sofrendo de uma disfunção chamada em inglês Body Integrity Identity Disorder, querem amputar braços ou pernas (ou ainda ficarem cegos ou surdos) por acharem que só assim se sentem completos e, ao não encontrarem médicos que o façam, automutilam-se para atingirem os seus objectivos...

Porque não quero saber mais pormenores acerca desta realidade, comprei duas séries de Nip/Tuck... Pelo menos tenho a ilusão de que o que vejo é só ficção...

O que acabo de ler I - Dr. House - Guia para a vida, de Toni de la Torre:

O nome de House serve para tudo, até para vender livros com supostas teorias acerca de como nos tornarmos em houses de trazer por casa... Supostamente, o livro ensina a ser irritante, a ser arrogante, a não ter vida própria... Adoro o Dr. House, mas o próprio e ponto final. Acho que vou ler o livro de Hugh Laurie (O traficante de armas), ainda com alguma esperança de, agora sim, o ver nas entrelinhas...


O que acabo de ler II - Café cão, de Paul Gilligan:

Como adoro animais, e como tenho algum sentido de humor, adoro também banda desenhada que personifique animais. Em Café Cão, Poncho, a «personagem» principal, tem um comportamento manhoso e espertalhão, mais de gato do que de cão, mas hilariante na mesma. Muito recomendável.

26 de outubro de 2007

Nojento!

Um «artista» da Costa Rica, Guillermo Habacuc Vargas, expôs um cão vadio faminto numa galeria de arte. Ninguém o alimentou ou lhe deu água, acabando o bicho por morrer durante a exposição.

Guillermo Habacuc Vargas foi o artista escolhido para representar o seu país na "Bienal Centroamericana Honduras 2008". Existe uma petição onde é pedido que ele não receba este prémio.

Por favor assinem a petição preenchendo o seu nome, e-mail, localidade e país em: http://www.petitiononline.com/13031953/petition.html

Um dos links onde esta história pode ser lida é: http://www.pluginamp.com/network/node/3575

25 de outubro de 2007

In pain...

Dou por mim a pensar que no último mês e meio não me lembro de momentos em que me tenha sentido fisicamente 100% bem. Primeiro os dentes, com a colocação do aparelho. Depois a gastroenterite. Depois as dores nas costas. Depois novamente os dentes, com os sucessivos apertos no aparelho. E agora, quando achava que estava tudo a voltar ao normal, as dores nas costas voltaram... Com a agravante de que parece que estão relacionadas com a cervical, que me afectam o braço direito, que não me deixam concentrar em nada, que vão ter de implicar uma TAC e consequente fisioterapia.

Socorro. Quero voltar aos 20s.

22 de outubro de 2007

Na idade dos porquês

Confesso que ontem o meu estado de espírito era um misto de ansiedade e de receio. Ansiedade porque já tinha saudades do puto e das suas tropelias; receio porque nunca tinha estado tanto tempo sozinha com ele, além de que as últimas semanas tinham sido deveras complicadas: birras, agressões à irmã, pedidos de desculpa muito pouco sinceros... Mas como dizem que as crianças só se portam realmente mal com os pais, decidi arriscar...

E que bom, parecia um anjinho!

Depois da histeria inicial quando soube que ia ficar comigo umas boas horas, seguiu-se alguma perplexidade quando se apercebeu de que afinal os pais não nos iam acompanhar. Mas mal chegámos ao Alvito, parece que se esqueceu deles... Saltava de escorrega em escorrega, primeiro um bocadinho a medo, depois com toda a bravura. Mas sempre com um olhinho em mim, que o medo de se perder era maior do que o chamamento das diversões. E para tornar tudo ainda mais perfeito, uma organização de adopção animal tinha a bicharada à porta do parque: escolher os bichos ou o escorrega era o mais difícil. «Fa uma festinha, fa...» «Porque é que não fazes tu?» «Fa tu pimeio...»

De vez em quando, lá o via a apertar as perninhas e a mexer nas calças: «Queres ir fazer chichi?» «Não.» «Mas vamos lá, porque eu é que estou aflita.» E lá íamos, para ser mesmo ele a fazer chichi.

Depois o único senão da tarde, quando queríamos estacionar em Sete Rios e o lugar que eu tinha visto estava ocupado quando lá chegámos. «P***RA, 'tá 'cupado...», ouvi a vozinha lá atrás. «O que é que disseste?» «... (silêncio)» «Isso não se diz, é muito feio...» «Mas o lugar 'tá 'cupado!» Siga.

E então o momento mais esperado, o encontro com as gatas. Elas, acima de tudo assustadas, ele já sem medo das festinhas. Banho tomado (sem um único «Nã que'o»), com cabelo e tudo, frango comprado, lá lhe dei a escolher massa ou arroz. «Mafinha.» Ou massinha. Sopa comida, tudo engolido, iogurte devorado, com pressa de ir brincar mais um bocadinho. Deitado no chão da sala, ao lado da Vespa, a fazer-lhe festinhas na cabeça e a comentar: «Poquê que ela 'tá a fechar os olhos?» «Porque está a gostar das festinhas.» «Poquê que ela 'tá a 'banar o rabo?» «Porque está contente.» «Poquê que ela 'tá a rir?»

A repetir muitas vezes.

PS: Antes de tudo isto, durante a manhã, já tinha corrido 10 km. Depois conto.

20 de outubro de 2007

Preguiça...

... de escrever. Ou porque não tenho assunto ou porque os assuntos que tenho não são para aqui chamados. Amanhá terei certamente novidades: Corrida do Tejo de manhã, entreter o reguila-mor à tarde. Entretanto, não há desculpas para não pôr em dia o relatório das leituras...

O que acabo de ler - O Fio do Horizonte, de Antonio Tabucchi:

A par com outro do mesmo autor, é um dos livros que tenho comigo há meses (se não há anos) há espera de vontade. Porque no início, há uns 10 anos, lia-os de seguida (Requiem, Afirma Pereira, Os Últimos Três Dias de Fernando Pessoa, etc.), mas entretanto outros autores apareceram e passaram-lhe à frente na minha ordem de prioridades. Agora li este, que parte da história da entrada de um cadáver na morgue para uma busca bastante existencialista do funcionário que o recebe - e que acaba por, nele, se encontrar a si próprio. Livro curioso, mas não inesquecível. Ainda tenho outro de Tabucchi à espera...

16 de outubro de 2007

Auster só a escrever, não a filmar...

Tenho pena mas é o que acho. Como já tinha dito, adoro todos os livros de Paul Auster, sem excepção. Por isso, foi com algum entusiasmo que fui ver A Vida Interior de Martin Frost, realizado por ele, produzido por Paulo Branco e filmado em Portugal. Não gostei. Talvez estivesse com uma expectativa demasiado elevada, mas não gostei:

- dos planos e do movimento da câmara - a máquina de escrever a rodar, o fumo da chaleira sobre fundo escuro...

- da actriz principal - chama-se Irène Jacob e parece que é bastante apreciada, mas eu achei-a bastante irritante;

- do arrastar demasiado lento de tudo - a história (por acaso baseada numa das histórias dentro da história de O Livro das Ilusões) devia ter-se ficado pela curta metragem, que aliás acho que já existe;

- do inesperado que na maioria das vezes é muito tão previsível.

Resumindo a história, o escritor Martin Frost (David Thewlis) refugia-se na casa de campo de uns amigos para descansar após a conclusão de um romance. Uma bela manhã, logo a seguir a ter uma ideia para um conto, acorda com uma mulher ao seu lado na cama, Claire (Irène Jacob), em retiro para escrever uma tese filosófica. Ao longo do filme, vamos percebendo que a mulher é de facto a musa do conto que Frost quer escrever e que, consequentemente, vai definhanho à medida que o conto chega ao fim. E mais não conto. Só acrescento que pelo meio ainda aparece o canalizador e aspirante a escritor Jim Fortunato (Michael Imperioli, da série Os Sopranos), com alguma deixas engraçadas, e a sua musa desiludida, representada por Sophie Auster.

Aguardo um novo livro de Auster para me tirar este gosto desagradável da boca...

13 de outubro de 2007

Parabéns, maninho

Sabes que és a pessoa de quem mais gosto no mundo, a única por quem daria a minha vida se fosse preciso.

És lindo, um cavalheiro, muito corajoso, muito amigo, muito querido, tens sido muito forte e demonstrado que tens uma grande virtude: a capacidade de saber perdoar. Todas estas qualidades são muito verdadeiras, desde que avaliadas umas horinhas depois de acordares... ;)

Tenhas a idade que tiveres, e mesmo quando já formos velhinhos, serás sempre o meu maninho pequenino.

Adoro-te.

10 de outubro de 2007

Uma homenagem sentida...

... ao Bento, que viveu uma vida cheia mais de mar do que de terra, que chegou a almirante e que a morte se encarregou de levar cedo demais. Aos seus 3 filhos e meus amigos, uma grande lágrima de tristeza, a recordar as suas gargalhadas lentas e sonoras.

PS: Tentarei nunca mais me esquecer de que não há barcos mas sim navios...

8 de outubro de 2007

Os direitos do leitor

Os Direitos Inalienáveis do Leitor, segundo Daniel Pennac, comentados por mim:

1 - Não Ler - às vezes também me apetece ter um livro para ler e não ter vontade de o fazer. Se bem que neste momento esteja numa fase precisamente contrária;

2 - Saltar Páginas - é inevitável para passar à frente as partes «chatas» e, muitas vezes, para evitar pôr um livro de lado. Faço-o algumas vezes, não muitas;

3 - Não Acabar Um Livro - é o que acontece quando o «saltar páginas» não resulta. Mas às vezes volta-se a ele mais tarde, umas vezes para o acabar, outras para o pôr de lado novamente;

4 - Reler - faço-o pouco, sobretudo porque numa releitura fico geralmente decepcionada com o que antes me tinha fascinado. E há tantos livros para serem lidos...;

5 - Ler Não Importa o Quê - confesso que sou um bocado elitista no que leio e, quando não o sou, arrependo-me quase sempre (veja-se o tempo que gastei a ler Stephen King). Mas, à falta de melhor, leio o que me vem à mão, desde a bula dos medicamentos aos folhetos do supermercado. Just in case, faço os possíveis por trazer sempre um livrito ou uma NG comigo;

6 - Amar os «Heróis» dos Romances - não propriamente amar, mas admirá-los, conhecê-los melhor, encontrar pontos em comum e aprender alguma coisa com eles;

7 - Ler Não Importa Onde - eis uma grande verdade, até ao volante em fila lenta (lenta no sentido em que pode ir a andar a 20 km/h);

8 - Saltar de Livro em Livro - gosto de ter vários em carteira, geralmente de estilos diferentes: vários tipos de ficção, história, BD;

9 - Ler em Voz Alta - muito, muito raro... Mas quando o faço, e isso acontece normalmente quando leio histórias para crianças, surpreendo-me sempre com a musicalidade das palavras (e com a minha capacidade de fazer vozes completamente ridículas);

10 - Não Falar do Que se Leu - ultimamente não tenho falado, mas escrito... para mais tarde recordar. Entretanto, vou convencendo quem posso a ler o mesmo que eu, para que o possamos comentar.

O que acabo de ler - Como Um Romance, de Daniel Pennac:

Um guia divertido para pais, professores e educadores empenhados em levar os mais novos até à leitura, retratando não só o acto de ler mas também o livro e o leitor. Sem dramatizar e, acima sem condenar quem não gosta de ler, Daniel Pennac relata algumas experiências que revelaram bons resultados. Excelentes os 10 direitos inalienáveis do leitor.




Sem ler não sou ninguém.

Metálico... - Parte II

Ficou hoje completo o meu sorriso metálico, desta vez com uns elásticos mais para o verde do que para o azul... Ementa de hoje: caldo de canja de galinha, sem as massinhas (almoço) + iogurte líquido natural (lanche) + gelado Häagen-Dazs para um final de dia em grande (jantar). Cada «refeição» sempre seguida de uma escovagem completa.

7 de outubro de 2007

Viagens no scriptorium, de Paul Auster


«Writing is no longer an act of free will for me, it's a matter of survival.»

É assim que Paul Auster explica porque escreve. E ainda bem que precisa de escrever para sobreviver, e ainda bem que, segundo o próprio, precisa de sofrer para escrever. Para mim, saber do lançamento de um novo livro de Paul Auster gera um reflexo imediato: comprá-lo mesmo sem ler a sinopse. Porque sei que vou gostar. Auster sabe escrever histórias, cria personagens únicas e, mais do que isso, tem uma característica que adoro: as histórias dentro das histórias. São sempre um bónus. A ler toda a obra.

O que acabo de ler - Viagens no Scriptorium, de Paul Auster:

Um homem num quarto só com uma cama, uma secretária, uma cadeira, um candeeiro e quatro montes de folhas de papel, algumas escritas. Não sabe porque lá está, quando para lá foi e se de lá pode sair. De início não tem memória, mas ao longo do dia vai recebendo visitas que lhe oferecem peças de um puzzle para sempre inacabado. Peças de um passado de culpa mas também de injustiça, e sem o protagonista chegar a perceber porquê. 128 páginas do mais puro Auster, dentro de uma capa linda para a qual não me canso de olhar.

5 de outubro de 2007

Porque choro a ver filmes

Não costumo chorar a ver filmes, românticos ou outros. Mas choro se vejo animais a sofrer - chorei a ver o Rei Leão (!!) e a ver o Underground, de Emir Kusturica, numa cena inicial em que um jardim zoológico é bombardeado em Belgrado durante a II Guerra Mundial.

E hoje fiquei com lágrimas nos olhos ao ouvir nas notícias que uma gata desaparecida num trágico acidente automóvel há 7 anos apareceu agora em casa da dona, a 200 km do local do acidente. É muito lamechas, eu sei, mas se houvesse dúvidas relativamente ao meu elogio no Dia Mundial do Animal, eis algo que o sublinha.

O que acabo de ler - A História de Lisey, de Stephen King:

Lisey, viúva de um famoso escritor à semelhança de King, vê-se confrontada com recordações muito vivas do marido dois anos após a sua morte. Entre duas dimensões paralelas, a real e Boo'ya Moon, descobre o passado do marido e como esse passado continua a afectar a sua própria vida. Foi o primeiro livro de Stephen King que li, e acho que não vou ler mais nenhum. Primeiro porque, apesar de tudo, estava à espera de mais emoção. Segundo, porque acho que, para a minha realidade, o livro está demasiado cheio de referências à cultura e à população muito específicas de uma zona dos EUA.

Importa-se de repetir?

Dá para reconhecer? Pista: Está no Parlamento Europeu...

4 de outubro de 2007

Os animais são nossos amigos

Só para lembrar que hoje é o Dia Mundial do Animal. Quem me conhece sabe que adoro bichos, desde que não se aparentem com ratos ou algo do género. Aranhas, lagartos, cobras, nada me faz impressão, o que, como é óbvio, não me leva a ir a correr fazer-lhes festinhas. Mas também não sou capaz de matar nem uma formiga nem uma abelha (OK, excepto as melgas – mas essas não as mato, prefiro colocar um repelente). Às vezes penso que, se tivesse de mudar o rumo da minha vida, seria decerto para fazer algo relacionado com bichos, como pet-sitting, trabalho numa reserva ou algo do estilo.

Adoro gatos e cães, lobos e linces, mochos e corujas, tigres e leopardos, girafas e elefantes, lémures e chimpanzés, pássaros e borboletas, ursos e koalas, peixes e baleias, coelhos e tartarugas, raposas e veados, sapos e libelinhas… E admiro-os por serem genuínos, seres em que a defesa e o ataque dependem apenas de si próprios. Seres que quando dão amizade é sempre honestamente, sem precisarem de contrapartidas.

Em casa só tenho as duas gatas mas a Twiggy também está sempre no meu coração.

Às minhas bichinhas, um feliz Dia do Animal. Pelo menos uma dose reforçada de ração e de festinhas já ninguém vos tira.

1 de outubro de 2007

Transparente

Não é só um excelente escritor, é também uma excelente pessoa, bem com os outros e bem com a vida.

Há muitos anos que gostava de Richard Zimler (da sua escrita, entenda-se), desde que lançou O Último Cabalista de Lisboa. É curioso porque é um livro escrito nos Estados Unidos, em inglês, e que não conseguiu publicação em nenhuma editora norte-americana. Foi em Lisboa que uma editora (na altura a Quetzal) apostou no livro, e ainda bem. Porque a sua escrita é excelente, comovente e rigorosa no que à História diz respeito.

Passados uns anos li Goa ou o Guardião da Aurora e, mais recentemente, À Procura de Sana. O ano passado, no âmbito do curso de escrita que fiz no Corte Inglês, tive a sorte de o conhecer, numa conversa que teve com os participantes e onde mostrou que é alguém humilde e cheio de valor, muito agradecido ao público que o segue. Adorei a forma como falava, como gesticulava, como hesitava na construção de algumas frases.

A semana passada fui ao lançamento de A Sétima Porta (onde se deu a tal cena do «um» beijinho…). Mais uma vez fiquei impressionada com a tranquilidade de Zimler, que contou a forma como se reconciliou com a cidade de Berlim (porque se apaixonou por alguém cujos pais lá viviam). Mas, acima de tudo, impressionou-me a forma como agradeceu com toda a naturalidade e comoção ao seu companheiro de há 29 anos, Alexandre Quintanilha. Oxalá todas as relações fossem claras e transparentes como a sua.

28 de setembro de 2007

«Um» beijinho

Julgava que a mania do beijinho «único» já tinha passado de moda. Mas não. Ontem, surpreendentemente, fui apresentada a uma pessoa que não só me queria dar apenas «um» beijinho, como, ainda por cima, fez questão de o mencionar quando juntava a sua face à minha:

- Só um - disse, enquanto se aproximava.
- Eu prefiro dois - respondi eu, avançando logo com a outra bochecha e não dando hipótese para recuos.
- A minha mãe ensinou-me a ser muito poupadinho...
- Pois eu gosto muito de dar beijinhos...

E assim foi, dois beijinhos, se bem que um deles à força.

Para a próxima estendo a mão. Só a direita.

25 de setembro de 2007

Educação

Não tenho filhos mas um dia quero ter. Achava que ter gatas bem comportadas e bem educadas era um bom treino, mas agora começo a aperceber-me de como deve ser muito, muito mais difícil educar um filho. Não devido às questões financeiras, porque essas são indiscutíveis…

No início a orientação dos primeiros passos, o incentivo para a primeira autonomia que permite que coma e saiba brincar sozinho, a ajuda na pronúncia das primeiras palavras. Depois a gestão das crises, a capacidade de lidar com as birras e com os pedidos de desculpa, o sangue frio de impor horários a cumprir… E, no meio de tudo isto, a responsabilidade de transmitir valores como a partilha e o interesse e respeito pelo próximo.

Pais e mães de todo o mundo, admiro-vos.