22 de dezembro de 2007

Quem parte e quem fica

Ontem foi um dia mau. Bastante mau.

Para começar, a notícia da morte de um colega de trabalho, durante a noite, de forma repentina. Era um solitário, um pouco calado mas sempre preocupado com o bem-estar do próximo. Sempre pronto a ajudar, sempre com um sorriso meigo. Para trás deixou dezenas de colegas que gostavam dele mais do que se calhar pensava, deixou um lugar vazio e o trabalho todo a meio. Fazia os desenhos técnicos de que precisamos para colocar nos livros escolares. Agora não conseguimos olhar para eles. Morreu de 20 para 21 de Dezembro, não sei bem de quê nem se sozinho se acompanhado. Tinha 49 anos.

Para terminar, a notícia de que mais uma colega se vai embora. Cansou-se, deixou de ter paciência, quer experimentar coisas novas. Fico contente por ela. Mas fico triste por mim, porque o ambiente deixa de ser o que foi durante anos. Éramos 3 bastante unidas. Agora fico eu.

Há algo em comum nestes dois acontecimentos. Por muito confuso que pareça, acho que quem parte fica sempre melhor do que quem fica. O C. porque pelo menos já passou por aquilo que todos tememos, a morte, e já sabe o que isso é. A S., porque parte para o desconhecido, para um desafio. Quem fica, fica com o desconhecido e com o conhecido. Para mim não é confuso, é muito claro.

2 comentários:

Mary disse...

Eu, em contrapartida, prometo que não vou a lado nenhum :-)

Vespinha disse...

Eu sei!
:)
:)
:)