29 de abril de 2011

A uma boa pessoa

Quando acabei o curso, e quando ainda achava que queria ser jornalista, trabalhei um ano no Público, primeiro como estagiária e depois a recibos verdes. Quem conhece o meio sabe que não é fácil começar. Se por alguns fui bem recebida, outros olhavam-me de lado, afinal era apenas uma estagiária.

Dos primeiros, nunca esquecerei David Lopes Ramos, o meu tutor nos três meses de estágio. O David preocupava-se sempre em dar-me trabalhos interessantes, lia o que eu escrevia, opinava e ensinava. Reconhecia o trabalho do próximo e tinha sempre um sorriso no rosto, com um ar de pai Natal com que era impossível não simpatizar. Era um reconhecido crítico gastronómico, o que também pode explicar a sua boa disposição.

Acabo de saber que morreu hoje, com 63 anos. E também só soube hoje que era um antifascista convicto. Nunca lho disse, mas marcou-me para sempre.

28 de abril de 2011

É hoje


Não que tenha resistido ou que seja contra, mas estou com alguma dificuldade em escrever segundo o novo Acordo Ortográfico. A ler já acho «quase» normal. A escrever hesito palavra a palavra. Mas é hoje. A partir de agora. E aqui no blog.

PS: Curioso que neste primeiro tópico com o novo Acordo não haja nem uma palavra que tenha mudado.

27 de abril de 2011

Não podendo comprar, olha-se


Eu gostei de ficar a conhecer o design industrial português com sucesso internacional: os caiaques Nelo, os móveis Cerne, o papel Renova, a louça Vista Alegre e Spal, o calçado Fly London, as garrafas de gás Pluma...

Mas não gostei nada de:
- ouvir os assistentes da exposição Ordem de compra a comentar entre si alguém com quem trabalham;
- ter de subir por uma espécie de andaimes montados dentro do Palácio Quintela para poder ver todas as peças. Sim, é moderno. Mas não, não transmite segurança nenhuma. E acabei por não conseguir subir ao último piso;
- ver peças com uma legendagem tão deficiente que muitas vezes não consegui perceber o que eram.

Valha-nos o site do projecto, onde se pode aceder a todas as peças, classificadas por tipologia e empresas. A ideia é boa. Mas foi mal concretizada.

25 de abril de 2011

Brandos costumes

Fotografias de Alfredo Almeida Coelho da Cunha.

E, para variar, duas imagens do dia 25 de Abril de 1974 sem tanques mas muitíssimo representativas. Foi há 37 anos que o país se começou a libertar. Espero que o dia de hoje nos relembre que, apesar de tantas convulsões, nunca valerá a pena regressar ao passado.

24 de abril de 2011

Eu e a cozinha

Eu não gosto de cozinhar. Na verdade, não sei se não gosto porque não sei ou se não sei porque não gosto.

A minha mãe bem tem tentado incentivar-me, deu-me os mais belos livros de receitas que se pode dar a alguém (receitas selecionadas e copiadas pela sua própria mão) e está constantemente a querer partilhar comigo os cursos de cozinha que vai fazendo e a dar-me a provar as melhores receitas que vai aprendendo.

E o facto de viver sozinha e de não ter obrigação de fazer refeições também não ajuda nada. Uma piza serve sempre, uma sopa feita pela Amália também, uma sandes de queijo fresco seguida de um crepe de chocolate belga cai na perfeição.

Por isso, tornei-me fã das conservas da Tricana, que me permitem variar um bocadinho e comer algo um pouco mais saudável. Ou, pelo menos, um pouco mais tradicional. Atum, sardinhas, bacalhau ou lulas passaram a fazer parte da minha dieta. E eu, a ter de cozinhar, é só o arroz ou umas batatas cozidas.

Há dias, fiquei ainda mais maravilhada ao descobrir que os invólucros de papel que cobrem as latinhas das conservas são colocados à mão! Por uma senhora que, num canto da Conserveira de Lisboa, as embrulha uma por uma, aos milhares, que podem ser vistas numa visita que aconselho.

Fotografia de Cláudia Varejão.

23 de abril de 2011

Ironia

E hoje, no dia mundial do livro, compro o primeiro audiolivro da minha vida. Mas apenas, e sublinho, apenas, porque são textos narrados pelo meu escritor português preferido de sempre, Vergílio Ferreira. E porque sei que de outro modo nunca poderia voltar a ouvir a sua voz.


17 de abril de 2011

Queria mais

É uma das melhores séries policiais que tenho visto nos últimos anos. Com casos impressionantes, cenas fortíssimas, finais inesperados, personagens coerentes e extremamente bem interpretadas. Passada numa Londres moderna, falada com um sotaque grave e totalmente british, povoada por viaturas comuns sem glamour nem perseguições estonteantes.

Luther (Idris Elba) é um inspector da polícia perspicaz mas violento, com uma vida pessoal perturbada. Alice (Ruth Wilson) é um caso resolvido mas não provado, que o persegue para o bem e para o mal. Pelo meio, as histórias e mais meia dúzia de personagens que acompanham bem as primeiras.

A banda sonora, não posso deixar de falar dela: Muse, Massive Attack (no genérico), Sia, Beck, Suede... espero sempre pelo final de cada episódio para ver qual a pérola que foi escolhida. E nunca me desiludo.

Mas a série Luther (diria antes, mini-série) tem um grande/enorme defeito: tem apenas 6 episódios. E deixa-nos com vontade de ver muitos mais.

15 de abril de 2011

55

Horas efectivamente trabalhadas esta semana, ainda sem contar com o dia de amanhã.

E não há meio de esta Vespinha abrandar...