30 de abril de 2015

Valentino, by Katerina Plotnikova

Produção maravilhosa para a Vogue Itália em março de 2015. (Já tinha publicado alguns trabalhos desta fotógrafa fantástica aqui.)




Alguém conseguiu o impossível

1. Levar um gato para o pé do mar (água + sítio barulhento).
2. Vestir um colete a um gato.
3. O gato ser siamês (e ainda ir com um ar satisfeito).

Eu gosto de Sampaio da Nóvoa, e eis porquê

Há uns dois anos, a propósito das comemorações do 10 de Junho, ouvi falar pela primeira vez de Sampaio da Nóvoa. Li alguns dos seus pensamentos e concluí precisamente o que penso hoje: que pode ser um bom representante do país, pela vertente humanista que transpira.

Hoje republico na íntegra o que tinha saído aqui no blogue em setembro de 2013:


Doutorado em Ciências da Educação e em História, Sampaio da Nóvoa é mais conhecido por ter sido reitor da Universidade de Lisboa e por ter sido um dos mentores da fusão desta instituição com a Universidade Técnica. Mas nos últimos tempos tem-se dedicado a refletir e a pronunciar-se sobre o estado do país.

Sampaio da Nóvoa, que raramente faz um discurso sem citar poetas de língua portuguesa, começa a perfilar-se como um independente de esquerda com grande potencial para um cargo presidencial.

A avaliar pelo que tenho ouvido dele, e pelo apanhado abaixo feito pelo jornal i, tem precisamente o perfil que prezo num político: o respeito pelo ser humano, pelo cidadão, pelos seus direitos e deveres

Os seus discursos davam para fazer um programa eleitoral. O i foi perceber o que pensa o reitor sobre os principais problemas do país

Austeridade
“Hoje sabemos de ciência certa que a austeridade não é alternativa. O país empobrece, a recessão é cada vez mais profunda”, afirmou, na Aula Magna. Sampaio da Nóvoa defende que existem alternativas ao caminho da austeridade, mas isso não dispensa o rigor orçamental.    


Educação
É um defensor da escola pública e de uma aposta forte nas universidades e no conhecimento como saída para a crise. “O futuro está na valorização do conhecimento, está numa sociedade que se organiza com base no conhecimento”, defende.    


Desemprego
Defende que “o desemprego jovem é a morte a prazo de uma sociedade”. “Se me pusessem nas mãos parte considerável dos fundos comunitários e me deixassem trabalhar com as empresas, com as universidades e com a administração local resolvia o problema em três anos”, disse ao “Expresso”. 

   
Cidadania
Defende que o “revigoramento” da democracia passa pelo reforço dos movimentos sociais. Uma resposta para as “muitas pessoas que têm vontade de intervir”.


Estado Social
É um defensor de um Estado Social forte e um crítico dos cortes do governo nas áreas sociais. “Nestes dois anos não houve qualquer medida de fundo, qualquer mudança de futuro para Portugal, a não ser a obsessão pelo Estado Social.”

Partidos Políticos
Defende que os partidos têm de se renovar. “É preciso renovar a política nos partidos e na sociedade (...) combatendo a promiscuidade entre a política e os negócios.”


Pobreza
Em quase todas as intervenções fala dos mais desprotegidos. Foi para os que vivem “situações de pobreza” que dirigiu as “primeiras palavras” no discurso das comemorações do 10 de Junho. “É neles que penso neste 10 de Junho. A regra de ouro de qualquer contrato social é a defesa dos mais desprotegidos.”

29 de abril de 2015

Os duendes das meias

Há dias, na crónica da manhã, o Nuno Markl explicou-me finalmente o que se passa dentro das minhas botas.

Vivem lá uns duendes que passam o dia inteiro empenhadíssimos a puxar-me as meias para baixo, até elas escorregarem totalmente pelas pernas e concentrarem-se todas no pé das botas. Está explicado, portanto.

Mais alguém tem de conviver com estas criaturas?

Para quem estima muito os livros

Confesso que sou bastante desleixada com os meus livros: atiro-os para dentro da mala, dobro os cantinhos das páginas, levo-os para a praia sem qualquer cuidado. Enfim, um livro lido por mim não consegue esconder que já o foi.

Mas sei que há quem goste de os ter imaculados. E há quem não goste que os outros saibam o que se está a ler. E eu própria tenho um cuidado diferente quando se trata de livros que me foram emprestados.

Para colmatar todas estas situações, a dub (dressed up books) é um solução espetacular. Uma capa de tecido, em três tamanhos para se adaptarem a vários formatos, com um sistema de ímanes que permite ajustá-la ao tamanho da lombada e com padrões giríssimos que só vão chamar ainda mais a atenção para o que temos na mão. Um atilho permite manter o livro fechado quando vai na mala.

A minha dub foi-me oferecida no Natal e já foi usada algumas vezes, é em tamanho médio e tem servido bastante bem em quase todos os livros. Custam €15, independentemente do tamanho, e podem ser compradas online aqui ou em algumas livrarias. Espreitem, os padrões são lindíssimos.



Isto chega a ser assustador...

28 de abril de 2015

9 características de quem é mais inteligente


Estes estudos valem o que valem, mas fiquei contente por saber que cumpro 6 dos 9 requisitos:
1. Não fumar.
2. Ter tido aulas de música.
3. Ser o filho mais velho.
4. Ser magro.
5. Ter um gato.
6. Ter sido amamentado.
7. Ter usado drogas recreativas.
8. Ser canhoto.
9. Ser alto.

Para conhecerem os fundamentos «científicos» de tudo isto, é só clicar aqui.

Para pensar bem antes de sair sem aplicar protetor solar

O vídeo do fotógrafo Thomas Leveritt, How the sun sees you, mostra como fica a nossa pele debaixo de luz ultravioleta, expondo todos os estragos provocados pelo sol. E reparem o que acontece quando colocamos protetor solar. Para pensar pelo menos duas vezes antes de sairmos à rua sem ele.


Preciso tanto disto

27 de abril de 2015

«A um cavalheiro que chorou com a esposa uma pequena perda»

Nota prévia: Publico aqui este poema porque é lindo e me comove, não porque tenha acontecido alguma coisa às minhas gatas, graças a Deus.



Pasaron por nuestras vidas cautelosos
como quien pisa sobre almohadillas de algodón;
capaces de andar sobre vidrio sin quebrarlo,
de rozar una copa sin derramar una gota siquiera.
Sabios en escoger en verano la sombra más fresca,
en invierno, el calor de nuestros cuerpos dormidos.
Andaban por la casa dejando una estela
de inaprensibles briznas de oro o nácar.
Cuántas veces nos quitaron nuestro sitio,
que era también su lugar favorito,
y nosotros, reyes destronados y enormes,
fuimos a acomodarnos – es un decir – 
en el más incomodo asiento de la casa.
Cuántas veces sosegaron nuestra angustia
con ese rumor que vibra en su garganta.
Les dimos cuanto quisieron;
lo aceptaron ellos
con la majestad de quien nada ha pedido.
Y a veces nos poseía la extrañeza
de haber metido en casa una fiera terrible,
una fiera armada de garras y de dientes
que con lengua de lija peina su seda al sol.
Al fin murieron:
Apenas un suspiro
y quedó de ellos un jirón de piel suave, casi nada,
sigilosos y dignos
en la muerte como en la vida.
Así fueron nuestros gatos
y aún ahora,
muchos meses después,
de vez en cuando,
encontramos
un pelillo de seda en nuestras ropas

                                         Esteban Villegas, Vida cotidiana, 1995

Agree!

A mulher de verde, de Arnaldur Indridason

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Arnaldur Indridason não me tinha entusiasmado quando li A voz, o seu primeiro livro com o inspetor Erlendur. Tinha mesmo decidido não voltar a ler mais nenhum policial do escritor islandês. Até que no Curso de Literatura Policial que fiz nos últimos meses, Francisco José Viegas me fez ver o outro lado deste escritor, tendo-me mesmo emprestado este A mulher de verde e também O mistério do lago... E ainda bem.

Neste A mulher de verde há mais mistério e muito mais tensão. Tudo começa quando uma ossada é encontrada nos alicerces de uma casa em construção, ossada essa com uma boas dezenas de anos, do tempo da II Guerra Mundial. E aí se parte para o passado, mais propriamente para o passado de uma família em que a violência doméstica imperava, em que nunca havia paz. E aqui Indridason é exímio em fazer-nos sentir o medo que se vivia naquela casa.

Enquanto se vai procurando a identidade do esqueleto e conhecendo histórias dos anos 40, Erlendur procura também a redenção junto da sua filha Eva Lind, em coma depois de um aborto muito provavelmente provocado por excessos de drogas e de álcool.

Também houve redenção na minha relação com este escritor. Aliás, já parti para mais um livro seu.

24 de abril de 2015

Custa muito respeitar a diferença?

Vejam este vídeo até ao fim, e se possível não se riam dele mesmo no final. Porque, tal como disse há dias, certas coisas não se escolhem, e a felicidade é o mais importante de tudo. É emocionante e de um amor incondicional.

Não sei se é melhor, mas ajuda

Dress your family in corduroy and denim, de David Sedaris

Este é o terceiro livro que leio de David Sedaris (os outros foram Álbum de família e Let's explore diabetes with owls), escritor norte-americano assumidamente homosexual e que escreve crónicas sobre isso e sobre tudo o resto que passa pela sua vida.

São sempre crónicas satíricas, sempre, nas quais tantas vezes o próprio Sedaris se caracteriza de modo incómodo (como em «Nuit of the living dead», em que admite o medo irracional do escuro e do que pode de lá vir quando se encontra sozinho na sua casa numa aldeia da Normandia).

A família percorre muitas das suas crónicas, também esta não muito bem vista. Como quando caracteriza o modo um pouco caótico como se vivia na sua infância, sem horários para nada, com promessas que nunca se cumpriam. Mas Sedaris também descreve vizinhos que teve, empregos por que passou (como o de empregado doméstico em Nova Iorque), a procura de um apartamento em Paris.

Vale a pena ler, e já há três livros de Sedaris traduzidos em Portugal: Álbum de família, Diário de um fumador e Eu falar bonito um dia. Gosto de o ler em inglês, até porque a variedade é enorme, mas estes três já são muito bons para começar.

23 de abril de 2015

Há horas de sorte


Ontem, quando fui ao correio ao fim do dia, encontrei uma chave de casa perdida no chão da garagem. Durante uns segundos pensei em como devolvê-la ao dono, até que de repente se fez luz: no fim de semana tive obras em casa, e o rapaz que fez as pinturas andou com uma chave e deixou-ma na caixa de correio no domingo. Na 2.ª feira fui buscar o correio mas nunca mais me lembrei da dita. E como trago da caixa sempre uma data de papelada, devo tê-la deixado cair pelo caminho.

Portanto, dois dias depois, e com uma quantidade de gente a passar pela garagem, encontrei a minha chave, aquela que nem sabia que tinha perdido.

Hoje é Dia Mundial do Livro...

... por isso, não perder a oportunidade de comprar pelo menos um em promoção. Aqui, por exemplo:

21 de abril de 2015

Sim, e qual é a novidade?

Uma das pragas do século

Os smartphones que matam cada vez mais as conversas. Babycakes Romero é o nome artístico do fotógrafo que decidiu registar aquilo que todos nós acabamos por ver (e por fazer) todos os dias: pessoas em grupo mas que não estão «em grupo», apenas perto umas das outras, porque na verdade estão online, a consultar o Facebook ou a trocar mensagens com quem não está ali.

Sou honesta e confesso que o faço raramente quando estou com outras pessoas, mas que já passei por isto muitas vezes, e cada vez mais. Reparem, sobretudo, na cara de quem não está agarrado ao smartphone, são esses os excluídos.








As dez mulheres do industrial Rauno Rämekorpi, de Arto Paasilinna

Terceiro livro de Arto Paasilinna que leio, e aquele de que gostei menos. O meu preferido foi mesmo o primeiro, A lebre de Vatanen.

Neste que agora li, um industrial de sucesso comemora os seus 60 anos e, após a festa, para despachar as flores que recebeu e cujo pólen causa grande alergia à sua esposa, decide empreender uma jornada de umas horas para as distribuir pelas suas dez amantes.

Acompanhado sempre pelo mesmo taxista, Rauno visita as mais variadas mulheres, desde a relações públicas da sua empresa, uma empregada de limpeza, uma velha amiga jornalista, uma psicóloga e mais umas tantas. A todas oferece enormes ramos de flores e com elas vai comendo os restos da faustosa festa que teve, seguindo-se, claro está, uma boa sessão de sexo.

Meses depois, pelo Natal, decide fazer o mesmo périplo, não sendo no entanto recebido de modo tão caloroso, mas ainda assim bem melhor do que se dá a entender na sinopse.

Tem momentos muito caricatos, é certo, mas a inverosimilhança de uma série de coisas começa a certa altura a ser cansativa. Não há duvida. A lebre de Vatanen é que foi. E Um aprazível suicídio em grupo também é bom.

20 de abril de 2015

Tonight on stage


E para quem não conhece a música deste senhor que estarei prestes a ouvir por esta hora, aqui ficam duas das suas faixas mais conhecidas, que conheci em concertos de Rodrigo Leão. São lindas.


Às vezes ando assim dias seguidos...


... sobretudo porque não depois não me larga a cabeça.

Morte à vista


Ontem foram cerca de 700, durante a passada semana falou-se em outros 400. Todos afogados no Mediterrâneo, enquanto tentavam chegar à ilha italiana de Lampedusa, fugindo dos seus países no Médio Oriente, no Norte de África e na África Subsariana. Procuravam escapar aos conflitos na Síria e na Líbia, ou a coisas ainda mais prosaicas como a seca e a fome.

A Europa não os pode acolher a todos. Mas também não os pode deixar morrer em embarcações em que são transportados por centenas de quilómetros como mercadorias, investindo todas as suas economias no que seria a viagem da sua vida mas que muitas vezes se transforma na viagem da sua morte. O que poderá o mundo fazer por eles?

19 de abril de 2015

Esta velinha é por uma das gatas da minha irmã


A Agnes, que hoje de manhã, juntamente com mais uma dúzia de gatos dos vizinhos, morreu envenenada com veneno para ratos. Porquê, mas porque é que não avisam antes de empreenderem estes combates às pragas? Estes gatinhos só queriam andar pela rua, só queriam ser gatos.

17 de abril de 2015

Batota nojenta

São criados em cativeiro, com todos os cuidados para que um dia possam ser libertados e viver uma vida de lince, uma vida normal, aptos para caçar e sobreviver à sua própria custa, para se multiplicarem e saírem do perigo de extinção. Mas matá-los com veneno não vale. Mesmo.

Gatos de rua: o que podemos fazer por eles


E se não o conseguirmos fazer sozinhos, há muitas associações que podem ajudar, como a Gatos à solta, a Gatos urbanos, a Associação Entre gatos, a Gatos de ninguém e tantas outras.

Essas filhas da mãe...

16 de abril de 2015

Os Dukha e os animais

Os Dukha são uma tribo da Mongólia, nómada, que vive na mesma região há largos séculos. São entre 200 e 400, vivem da Natureza e com ela estabeleceram um relação muito especial, tão especial que lhes permite coabitar com renas, águias, ursos e até lobos (e por vezes até domesticá-los).

Estas imagens, captadas pelo fotógrafo Hamid Sardar-Afkhami, valem mais do que qualquer coisa mais que possa dizer.

As renas usadas como meios de transporte.
Um rapazinho a treinar uma rena.
Uma rena serve de almofada e aquecimento a uma criança.
Uma rapariga preparar-se para dar banho a uma rena bebé.
As águias são treinadas para ajudar na caça de coelhos.
A valorização de uma relação espiritual com os animais. Aqui com um urso...
... e aqui com um lobo.