29 de agosto de 2014

As coisas simples da vida, n.º 146


Acontece-me tantas vezes! E sobretudo com os meus pais e irmão.

O único motivo por que não gosto de morar no Parque das Nações...

... é este:


Não imaginam o que eu sofro com as melgas. No quarto consigo evitá-las, que é pequeno e o difusor funciona. Na sala à noite tem sido um martírio, pois nem dois difusores as afastam. Encho-me de um spray da Chicco com um cheiro enjoativo a Citronella, e mesmo assim aí vêm elas todas as noites. Ontem fiquei com a certeza de que até me picam através da roupa!

O homem que não conseguia parar, de David Adam

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Muitos de nós já experimentaram obsessões, daquelas que nos acompanham de perto durante uns tempos mas que depois acabamos por esquecer. Eu já tive várias, desde a clássica de não pisar os riscos no chão, subir para os passeios sempre com o pé direito, arrumar os pacotes de leite sempre na mesma posição e até, em miúda, antes de adormecer, ligar e desligar a luz sempre três vezes.

Acho eu, nessas alturas, que algo de mau irá acontecer se eu não fizer as coisas dessa maneira. A verdade é que essas «manias» acabam por passar, às vezes voltam passados uns meses ou anos, outras vezes nunca mais.

Mas e se nunca desaparecessem? Se fizessem sempre, sempre parte da minha vida? E se, pior, a condicionassem e prejudicassem a minha vida em sociedade?

É disto que este livro trata, da POC (perturbação obsessiva compulsiva), daquela que se instala para nunca mais se ir embora. No caso do autor, ele próprio sofre de POC, sob a forma de um medo atroz de contrair sida, mas há outras manifestações, muitas mais. A necessidade de ter sempre as mãos lavadas, tanto que acaba por se arranjar problemas de pele de tanto as lavar. A incapacidade de deitar fora qualquer tipo de resíduo, até se ter a casa cheia de lixo até ao teto.

Vale a pena conhecer a POC, da perspetiva dos doentes mas também da perspetiva do controlo e de como ter POC pode não ser o fim, apenas um obstáculo que muitas pessoas têm de ultrapassar todos os dias.

28 de agosto de 2014

Mais um ano de Barrancos


E começaram hoje mais uma vez as touradas em Barrancos, as únicas em Portugal com touros de morte, legalizadas desde há 12 anos.

Mas mesmo antes disso celebravam-se anualmente, e lembro-me bem de uma reportagem que tive de fazer quando trabalhei no Público. A polícia que semicerrando os olhos ia encaminhando os visitantes, as pensões onde os toureiros tinham os seus pequenos altares e os seus trajes de gala, as bancadas na praça principal feitas de toros de madeira, a entrada e a lide do touro e o momento em que lhe espetavam a espada no cachaço.

O momento em que tive de fechar os olhos.

As coisas que nos irritam #1


A sério que isto me irrita. Tenho amigas mulheres (mais do que homens) em quem posso confiar cem por cento e que estarão sempre ali para mim. E são muitas.

A imigração na Suécia (e como a descobri também através dos livros)

Quando cheguei a Estocolmo, uma das coisas que mais me impressionou e surpreendeu foi a quantidade de imigrantes pelas ruas, aparentemente sem trabalho dado as horas a que circulavam. Sobretudo homens jovens, oriundos do Iraque, Somália, Roménia... Mas também algumas mulheres, sobretudo mais velhas e de etnia cigana que pedem em cada rua.

E foi aí que liguei alguns pontos que tinha guardado na memória devido a livros que li:

1. Nos recentes livros dos suecos Erik Axl Sund (A rapariga-corvo e Fome de fogo, faltando ainda sair o último da trilogia), tudo começa com o assassínio ritualístico de rapazes sem família oriundos da Serra Leoa e sem uma família que os proteja ou que dê pela sua falta. E o tema nunca larga os livros.

2. No livro de Henning Mankell Faceless killers, escrito em 1990, o problema já existia, descrevendo-se campos de refugiados onde viviam imigrantes que não eram aceites em mais lado algum.

3. Stieg Larsson, autor da trilogia Millenium, era um acérrimo defensor dos direitos dos imigrantes na Suécia, aparecendo em tudo o que eram manifestações xenófobas e exercendo o seu contrapoder na revista em que escrevia, a Expo. Depois da sua morte, foi criada a Fundação Stieg Larsson, que continua a sua luta e todos os anos atribui um prémio a ativistas dos direitos humanos.


Ligados os pontos, pesquisei um pouco e apercebi-me de que este é de facto um fenómeno sueco onde, neste momento, cerca de 15 por cento da população é imigrante. Se isto nos revela uma sociedade aberta, em excesso pode também transformá-la numa sociedade perigosa, assim os imigrantes comecem a fazer mossa aos nativos.

27 de agosto de 2014

Agora vou estragar tudo

Ao mostrar algumas das coisas que na verdade estavam no backstage de grandes séries e de grandes filmes que achamos fantásticos. (Confesso que A vida de Pi, sobretudo, me fez alguma impressão, talvez pelo enorme contraste entre o muito aberto e o muito fechado.)

The Boardwalk Empire.
A vida de Pi.
O Grande Gatsby.

10 dias

10 dias seguidos sem vomitar, a minha querida Vespa Gata. Estou agora finalmente a começar a descansar.


Curiosidade sobre os suecos


No regresso de Estocolmo, tive a sorte de ficar nos lugares mais à frente, na fila 10. Mas num voo de mais de quatro horas, foi inevitável ter de ir à casa de banho. Mal sabia eu onde me ia meter. À medida que ia avançando para a traseira do avião, a confusão ia-se adensando, com pessoas em pé, viradas para trás nos bancos, caras coradíssimas, a beber vinho e a fazer imenso barulho.

Quando finalmente lá cheguei, deparei com uma hospedeira com um ar um bocado desesperado a tentar ir para o lado da frente. Perguntei-lhe o que se estava a passar. Resposta: «Isto é sempre assim, os voos de Estocolmo e de Oslo para Lisboa são os piores, não se sabem comportar, esgotam o stock todo de álcool, e então quando vêm em grupo nem se fala...»

E esta, hein?

26 de agosto de 2014

Os gatos na História


Não mudaram muito, pois não?

Polaroid Cube: Vou ter uma e mai'nada

É uma câmara minúscula à prova de água e de choque para filmar em movimento, a correr, a andar de bicicleta, a guiar.

Com apenas 3,5 x 3,5 cm, a Polaroid Cube funciona com um cartão de memória de até 32 GB, tem uma amplitude de imagem de 124º e a bateria permite gravar até 90 minutos.

Agora é que vai ser fazer filmes giros. Pena não a ter comigo quando fui ao parque de diversões de Estocolmo.




Faceless killers, de Henning Mankell

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A leitura deste livro tem uma história curiosa. Num parque em Estocolmo, perdi o livro que estava a ler, The Rosie Project. Mas como nunca viajo com pelo menos mais dois livros de reserva, nessa mesma noite comecei a ler este, que tinha comprado num saldo espetacular na The book depository. E não é que descubro que Henning Mankell é sueco, apesar de a história se passar bem mais a sul de Estocolmo?

Mas vamos à história. Este livro faz parte dos Wallander thrillers, uma série de livros policiais que têm sempre como cenário a zona de Malmö, Ystad e arredores e como protagonista o detetive Kurt Wallander. Faceless killers é o primeiro de uma coleção de vários. Neste Wallander, para além de ter de lidar com uma filha ausente e de um pai com princípios de demência, depara com um crime grotesco cometido numa quinta isolada contra um casal de idosos.

A questão, para além da resolução do crime, é lidar com uma xenofobia crescente, agravada por os principais suspeitos serem imigrantes. Mas a história tem muitos trâmites, e nem tudo o que parece é, mesmo que as evidências sejam muitas. Fiquei fã de Mankell e do «seu» detetive Wallander. Parece-me que encontrei aqui mais um maná.

PS: A imigração na Suécia é um dos temas deste livro e de muitos outros, e algo de que só me apercebi agora. Assunto que fica para outro tópico.

25 de agosto de 2014

Um dia arranjo um destes só para me entreter

Visto algures numa rua de Hamburgo.

É o que eu digo, é o mais parecido com voar!

Os baldes de água fria e a ALS/ELA

Andamos todos a achar imensa piada às figuras públicas (e não só) a apanhar com baldes de água em cima, mas saberemos todos (sobretudo as próprias personalidades que apanham com os baldes de água) o que a ALS/ELA (esclerose lateral amiotrófica) de facto é? Em resumo: parece ser bem pior do que a temida esclerose múltipla, anulando as capacidades de locomoção, fala, deglutição e da própria respiração. Com a agravante de, por não afetar as capacidades intelectuais, o paciente perceber tudo o que se passa à sua volta. E de, por atingir um número relativamente pequeno de pessoas, não haver interesse empresarial em investir na investigação para a sua cura.

Mais uma coisa: a ideia do balde (não de água fria, mas com pedras de gelo, sublinhe-se) não era despejá-lo alegremente pela cabeça abaixo, mas antes escolher apanhar com ele ou doar fundos para a pesquisa da cura da doença.

É isto. Por favor, vejam o vídeo até ao final, sobretudo a partir do minuto 2:00. E se em vez dos baldes ajudarmos com fundos a sério?

24 de agosto de 2014

Estocolmo, dia 7

Uma boa despedida para o último dia.

- Sergelgatan - descobrir esta escultura numa rua por onde ainda não tinha passado;


- Arlanda Airport - ter tido a sorte de, sem saber, um dos livros que levei para a viagem ser de um escritor policial sueco.

Estocolmo, dia 6 (este era para ser publicado ontem)

Último dia inteiro na cidade. Olhar para o mapa e descobrir o que faltava ver. Pôr algumas coisas de parte. E escolher outras não tanto pelo seu aspeto histórico mas curioso.

- Ostermalms Saluhall - mercado gourmet, que agora já não nos é tão estranho depois de termos cá o de Campo de Ourique e o da Ribeira. E onde comprei o almoço que depois piqueniquei;




- Södermalm - passeio pela zona sul da cidade, aquela que começou por ser uma zona de gente pobre que já não tinha espaço para morar no centro e que hoje é das zonas mais trendy da cidade;




- Vita Bergen - uma verdadeira aldeia num monte no meio da zona sul da cidade. Onde parece que se vive noutros tempos.



Dia disto

23 de agosto de 2014

A propósito das touradas...

... que agora a RTP1 se «orgulha» de transmitir às sextas-feiras à noite. Esta história é verídica, narrada e presenciada pela minha mãe há mais de 30 anos:

Estava de urgência no «velho» Hospital de Elvas, na rua da Cadeia. Foi no ano de 1983. De repente, entraram várias pessoas na larga sala da urgência. À frente, vinha Joaquim Bastinhas, seguido de muitos amigos, entre os quais um colega meu, seu cunhado. Fora «colhido» numa tourada em Vila Franca.
Apresentava uma ferida, que tinha de ser suturada. Um início de «fita»... Perguntei-lhe se tinha as vacinas em dia, nomeadamente a do tétano. Respondeu-me que não. Pedi ao senhor enfermeiro que lha ministrasse. Continuação de «fita»...
Disse-me que tinha «medo» (!!!) de agulhas... A seguir, expliquei-lhe que teria de fazer mais 2 tomas. «Horror»!

Conto-vos esta história, porque não é segredo. Foi presenciada por muita gente.
Medo de agulhas? E o touro, «gostará» de farpas?

22 de agosto de 2014

Estocolmo, dia 5

Dia de começar a abrandar e preguiçar bastante.

- City Hall - a câmara da cidade, onde todos os anos se serve o banquete após a atribuição dos prémios Nobel. A inspiração é italiana, e todo o edifício é majestoso;



- Passeio de barco - mais de duas horas sem fazer nada a não ser olhar e fotografar alguns dos sítios por onde já tinha passado em terra. E descansar as pernas o mais possível.




Quem me dera poder fazê-lo todos os dias...


Vale-me a Vespa.

Publicidade que hoje seria banidíssima

A machista...



 

 A tabagista...


 

E a racista...

21 de agosto de 2014

Estocolmo, dia 4

Dia que começou com chuva e em que decidi meter-me finalmente nas lojas. E dia também de aprender uma série de coisas sobre a sociedade sueca, como a pouca frequência dos casamentos, o controlo dos preços dos alugueres das casas e o problema da imigração, já vindo de há muito tempo.

- Kungsgatan - a par com a Drottninggatan, aqui começou a minha desgraça de compras. É que as lojas com peças de design são irresistíveis e as de outras coisas mais pessoais também...



- Langholmen - ida à ilha onde antigamente se situavam as prisões, hoje ocupadas por hotéis e com praias fluviais onde não resisti a esticar-me a ler;



- Passeio Millenium - ir a Estocolmo e não conhecer alguns dos sítios onde se passa a trilogia Millenium, de Stieg Larsson, seria um crime quase tão grande como os dos livros. Aqui, as casas onde supostamente viveriam Lisbeth Salander e Michael Blomqvist;



- Drottninggatan - aqui terminei quase sempre as minhas noites, a ouvir este rapaz (que entretanto descobri chamar-se Mareks Radzevics e de ser de Riga) a tocar violoncelo de modo irrepreensível.