Comecei a ler este livro com grande expectativa, por ser de um autor russo e por pertencer à coleção da Tinta-da-china selecionada por Ricardo Araújo Pereira, de que já tinha lido Os Cadernos de Pickwick.
Esperava um pouco da personagem que encontrei, um homem de trinta anos de uma indolência incrível, que tudo adia, sem vontade de fazer nada e que até para se vestir necessita da ajuda do seu criado. Mas esperava mais, talvez peripécias de um preguiçoso e não tanto a descrição do amor platónico que, também por preguiça, acaba por não ter consequências. E quando esta parte ocupa umas 300 páginas das mais de 600 do livro, a vontade de chegar ao fim era cada vez maior.
Fiquei bem ciente do conceito de oblomovite (estado derivado do nome de Oblomov), em que alguém passa pela vida quase apenas por passar. Mas talvez um terço das páginas tivesse chegado, mesmo para ainda fazer o retrato de uma Rússia novecentista em que os grandes senhores latifundiários entram em decadência.
Não achei assim muita piada.
2 comentários:
Não digo que não seja um bom livro mas também achei "muita parra e pouca uva"
Estava à espera de tanto mais!
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