Este livro promete muito mas depois acaba por dar muito pouco. À partida, seria mais uma distopia, com as mulheres como alvo a serem banidas de toda a força laboral e a limitarem-se a poder dizer 100 palavras por dia, punidas por choques de uma pulseira elétrica sempre que ultrapassem o limite.
Jean é uma dessas mulheres, mãe de três rapazes e de uma rapariga de 6 anos, também ela já treinada para estar quase sempre calada. Com o marido a trabalhar para o governo, que pretende generalizar o Movimento Puro, Jean sente-se aprisionada, até que é subitamente chamada, como cientista, para resolver um problema de saúde do irmão do presidente, problema esse relacionado precisamente com a fala.
Há uma miscelânea de temas e de estilos neste livro: o filho mais velho de Jean é um adepto do Movimento, Jean passa a vida a lamentar não ter lutado pelos direitos das mulheres 20 anos antes, pelo meio tem um amante com quem tenta lutar contra o Movimento Puro que quer conquistar o mundo, preocupa-se com a filha mas a certa altura esta deixa de ter protagonismo... Parece que a autora quis escrever um livro ao estilo de Margaret Atwood, misturando laivos de Dan Brown, de Ira Levin (The Stepford wives), acabando por gerar um Frankenstein sem classificação possível.
A história base dava pano para mangas. Ficou-se por aí.
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