Eu, que gosto tanto de bichos, espantei-me comigo mesma ao perceber que havia um (ainda por cima enorme) de que nunca tinha ouvido falar. Nas minhas leituras atrasadas da National Geographic (vou na de Agosto...) dei com o narval, que não é assim tão raro e que se calcula existirem entre 40 e 70 mil exemplares.
O narval (em inglês
narwhal) é um mamífero cetáceo cinzento e branco, da família das baleias, que vive no Círculo Polar Ártico. Mede entre 4 e 5 metros e, ao contrário da baleia «vulgar», não tem barbatana dorsal. Os machos distinguem-se claramente das fêmeas, e aqui está o seu grande trunfo: um enorme dente incisivo em espiral que se projecta para a frente como um chifre, que pode medir 3 metros de comprimento e que lhe permite «sentir» alguns factores externos, como mudanças subtis de temperatura. É o dente/chifre do místico unicórnio.
E é o seu dente, que o torna tão diferente, que o torna também tão cobiçado pelo marfim, vendido a cerca de €95 por cada 30 cm. Caçados pelos
inuit pelo marfim e também pela gordura que contêm, milhares de narvais acabam por jazer intactos no fundo do oceano, uma vez que, se os tiros não forem certeiros (e dados no momento em que os narvais inspiram), os mamíferos vão ao fundo sem hipótese de recuperação. Não critico os
inuit, que vivem do negócio como meio de subsistência, critico apenas quem não dá os tais tiros «certeiros», que tornam a caçada inútil para ambas as partes.
E aqui fica uma imagem dos «unicórnios» dos mares, para provar que este mito afinal é verdadeiro: