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Fomos ver La Clemenza di Tito, a última ópera composta por Mozart. Em resumo, Tito, o imperador, é traído por Sestus, grande amigo da sua confiança que, apaixonado por Vitellia, o tenta matar a pedido da mulher furiosa, que pensava que o imperador se ia casar com outra. Mas Tito sobrevive e Sestus, apesar de muito arrependido, é condenado à morte. O imperador vê-se então num dilema: a sensação de traição e a vontade de perdoar. É própria Vitellia que acaba por confessar o plano que tinha concebido. E o clemente Tito a todos perdoa.
A minha última ida à ópera tinha sido no Bolshoi de Moscovo, há 3 anos, para ver uma peça que durou 4 horas. Por isso, esta de 2 horas foi bem leve (se bem que vi meu pai a cabecear 2 ou 3 vezes…). Excelente termos ficado na primeira fila, porque víamos de perto a orquestra. Mau, porque não tínhamos um plano geral do palco.
Do que menos gostei: da encenação a cargo de Joaquim Benite, que situa a peça nos anos 20 do século XX. Em declarações à Agência Lusa, o encenador dizia que o fez para tornar a ópera «mais compreensível para a época actual». Ora, convenhamos, por este motivo faria mais sentido situá-la no século XXI. Honestamente, preferia ter assistido à La Clemenza di Tito enquadrada na Roma antiga…
Do que mais gostei: de todo ritual. De sair mais cedo, de me vestir para a estreia, de ver o meu pai e meu irmão todos aperaltados, de termos ido num carro à altura, enfim, de toda a encenação que envolve uma ida à ópera «à moda antiga». E, claro, de estarmos os 3 juntos numa noite que nunca vamos esquecer.
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