Fui, e continuo a ser desde há cerca de um mês, a primeira e única habitante de um prédio com 32 apartamentos. E não tem sido nada fácil... Senão veja-se:
- durante as primeiras duas semanas, a água quente ia e vinha, e não raras vezes tive de tomar banho «à gato» (e vivam os Dodots). Lá descobri que o problema era da bomba que abastece o cilindro, e que era ligada diária e manualmente por um funcionário da obra. Ora, quando o sujeito se esquecia, quem ficava com água fria era eu. Arranjei agora uma solução de compromisso: sou eu mesma quem vai ligar a bomba todas as noites, durante cerca de uma hora. Com a agravante de, nos primeiros tempos, ter tido de ir à casa das máquinas (na garagem) às escuras e às apalpadelas;
- as escadas e zonas comuns estão um nojo, sempre com pó, sempre com pegadas, não fosse o meu edifício o último antes de se passar a outros em obras. Assim, ter a casa impecavelmente limpa é também uma utopia;
- o vendedor já não pode ver o meu número de telefone a tocar-lhe no telemóvel, mas não resisto, porque estou sempre a encontrar pequenos defeitos que, se houvesse outros vizinhos, seriam diluídos por mais gente. Assim, quem passa por chata sou mesmo só eu;
- e de vez em quando ainda tenho trolhas a passar por mim com um sorrisinho e um «Boa noite, tudo bem?». E o pior é que tenho mesmo de responder.
Estou a pensar em cobrar uma taxa aos meus futuros vizinhos, por todos os problemas que me vi obrigada a resolver-lhes quando eles ainda nem sabiam que existiam.
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