Há cerca de um ano, estava num domingo à noite a ver televisão quando uma reportagem me chamou a atenção para a ver até ao fim. Falava de um rapaz de 20 e tal anos que nasceu sem braços e sem pernas, coisa que à partida não me teria dado vontade de assistir a tudo. Mas foi o tom da peça que me atraiu. Com uma visão positiva sobre a vida de Paulo Azevedo (não deixando no entanto de referir as dificuldades por que tem passado), mostrava-me um rapaz normal, que estudou, que trabalha (agora como actor numa telenovela), que guia carro e moto-4, que namora e é vaidoso com o seu aspecto. Um rapaz que, ao contrário de tantos outros com e sem deficiências, não passa a vida a queixar-se da vida que lhe calhou. Porque não se contenta com a que lhe calhou, esforçando-se por escrevê-la ele.
No final da reportagem, quando passavam os créditos, vi que tinha sido feita por uma colega e amiga minha, a Sofia Arêde. Passados uns meses, a Sofia ligou-me a pedir-me conselho porque a tinham convidado para escrever um livro sobre o Paulo. Não aceitar estava fora de questão, restava uma negociação relativa a valores e timings de entrega de originais. Em Novembro, o livro foi publicado.
Chama-se, tal como a reportagem, Uma vida normal.
2 comentários:
É daquelas histórias que nos fazem sentir pequeninas, pequeninas...
Não sabia que tinhas revisto o livro?!
Estás louca? Não o revi, ainda por cima é da concorrência... Ela pediu-me conselhos, não trabalho! :)
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