23 de fevereiro de 2009

Paralelismos que não queria encontrar

Kym abandona a clínica de reabilitação durante uns dias para voltar a casa e assistir ao casamento da irmã. Durante esse período, os sentimentos na família são um misto de saudades e de ansiedade, de medo que ela volte a mentir, a roubar, a ser indiscreta e a estragar os momentos. Pais divorciados, com famílias refeitas; o pai ansioso por conciliar e agradar, mas sempre atento a qualquer mau sinal; uma irmã mais velha preocupada com ela mas ressentida por tudo o que a outra os fez passar; um irmão mais novo já morto num acidente causado pela condução de Kym em estado pouco recomendável.

















Gostei muito de O Casamento de Rachel, de Jonathan Demme (O Silêncio dos Inocentes, Filadélfia). E ao mesmo tempo odiei-o.

Porque me fez pensar naquilo em que não quero pensar. Nos meus pais divorciados por problemas parecidos, na minha mãe durante muito tempo dominada pela minha irmã, no meu pai destruído e lavado em lágrimas quando descobria as suas mentiras, no meu irmão que felizmente raramente teve de andar de carro com ela. Os nomes são outros, o espaço geográfico também, as ocasiões também, mas tudo o resto é assustadoramente parecido. Dentro de 2 meses, a minha irmã estará temporariamente de volta. E se por um lado tenho saudades dela, a ansiedade que dentro de mim cresce é enorme, com medo de mais mentiras, de mais intrigas, de mais vigilância apertada. E, tal como a irmã de Kym no filme, sei que quando ela partir o meu sentimento será de alívio. Parece horrível, mas não o posso esconder. Nunca um filme me tinha parecido tão real.

5 comentários:

Mary disse...

Só me ocorre uma palavra: arrepiante...

A Gerência disse...

Também gostei muito do filme.

Anónimo disse...

gosto tanto de ti!

Anónimo disse...

Não fiquei lavado em lágrimas mas estou aqui (tu sabes com sou)... especialmente pela forma com escreveste o segundo parágrafo e pelo Papá. :( :(


Beijinhos,

Vespinha disse...

Maninho, é por isso que eu te adoro! Mas como vês tudo acaba por se equilibrar. Um beijinho.