Para 300.º tópico deste blog, um assunto que para mim é de importância extrema por, por motivos totalmente alheios à minha vontade e à minha iniciativa, ter alterado totalmente e para sempre a minha vida: os créditos pessoais. Aqueles que são tão fáceis, tão fáceis, que basta um telefonema para os obter. E, num abrir e fechar de olhos, lá estarão €20.000 ou €30.000 na conta, com juros que podem chegar aos 30 por cento. Aqueles que há quem peça tantas vezes que chega a pedi-los para pagar os que pediu antes...
Quantas vezes quase perdi a cabeça com ofertas destas que me chegam a casa ou ao telemóvel, vindas de bancos e de empresas de crédito como a Cofidis e afins, que anunciam os seus produtos como «energia para viver», como algo que resolverá todos os problemas e não como algo que arranjará muitos mais.
Por isso, e à falta de uma qualquer entidade reguladora que limite este tipo de ataque aos mais suscetíveis e fáceis de convencer, fiquei positivamente surpreendida com uma oferta de crédito que recebi do banco onde atualmente tenho a maior parte dos meus rendimentos, o Santander. Porque a proposta continha 4 folhas A4, apresentadas pela seguinte ordem:
1.º Carta dirigida a mim, com informação do crédito pré-aprovado e hipotética prestação mensal.
2.º Uma folha A4 (esta sim, a mais importante) com a seguinte informação: «Antes de avançar com o seu crédito... deverá sempre: avaliar a necessidade de adquirir determinado bem ou serviço e o seu preço antes da respetiva compra; definir quais as suas necessidades e fazer o planeamento do seu orçamento familiar, considerando as receitas e as despesas; (...) ter sempre em atenção a percentagem do seu orçamento que ficará destinada ao empréstimo; ter em atenção todas as condições do crédito, nomeadamente o prazo, o montante de empréstimo e a TAEG; pensar no futuro - o crédito contratado hoje irá manter-se durante o prazo que escolheu; não financiar por um prazo longo um bem cujo benefício se esgote no imediato.»
3.º Original do contrato de crédito pré-preenchido.
4.º Cópia do documento anterior.
Não sei se outros bancos estarão a fazer o mesmo, ou se isto será alguma obrigatoriedade recente, mas louvo o alerta do banco. Porque, se há pessoas que não conseguem pensar com clareza, que haja pelo menos alguém que faça isso por elas.
6 comentários:
Penso que tem a ver com alterações recentes da legislação... Mas realmente é um enorme passo em frente, porque há imensas pessoas que se iludem com o dinheiro na continha, e vão contraindo divida após divida. E como tu dizes, chegam ao ponto de já fazer créditos para ajudar a liquidar outros... é assustador, e é verdade que os bancos ajudaram. Pode ser que esta fase complicada da famosa crise ajude todas as partes a ganharem mais racionalidade.
Bj
Não tinha conhecimento deste tipo de procedimento, muito pelo contrário fui várias vezes contactada para me proporem crédito para férias de sonho, aumento de plafond, etc, etc.
É realmente de louvar essa nova atitude e esperemos que os outros bancos a sigam.
O ideal é vivermos com o que temos!
xx
E pior do que os bancos são mesmo as outras financeiras, com os juros mais altos... Para essas, ainda mais, devia haver limites à publicidade e uma obrigatoriedade de consciencialização antes da formalização do crédito...
concordo com tudo o que disseste sobretudo com a parte «há pessoas que não conseguem pensar com clareza», porque por muito que os bancos e as financeiras sejam agressivos,de facto, o problema está nas pessoas.
Umas pessoas a querer dinheiro, outras a querer mais ainda...
E outras a pensarem que a vida é muito mais do que dinheiro... ajuda... mas realmente não é tudo!
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