30 de setembro de 2010

Relativizar

Ontem, às 20h, em casa da minha mãe, acompanhei atentamente as declarações do governo acerca das novas medidas de austeridade, fazendo contas, egoisticamente, acerca de que forma nos poderiam afectar. Fiquei preocupada. Fomos jantar, conversámos, voltámos a fazer contas mas não chegámos à sobremesa.

Pois, cerca de uma hora mais tarde, pelas 21h, o meu irmão conduzia desesperadamente para o hospital, com a minha mãe no banco de trás, a sofrer de uma dor de cabeça brutal, e comigo ao lado, a pingar suor com uma crise vagal (que tenho frequentemente em ocasiões destas). Quando lá chegámos, a minha ansiedade era tanta que nem consegui levar a minha mãe até à triagem. Alguém a levou numa cadeira de rodas enquanto outro alguém me ajudava a mim.

Felizmente, passou-me depressa. Felizmente, o meu pai apareceu e conseguiu que ela fosse rapidamente vista. Felizmente, a TAC cerebral e as análises estavam limpas. Felizmente, pela 1h da manhã saíamos de lá cansados mas mais descansados. O que uma forte dor de cabeça associada a uma data terrivelmente triste pode fazer.

Para contextualizar, faz hoje 13 anos que a minha querida avó morreu repentinamente, em apenas duas horas, com um aneurisma cerebral.

25 de setembro de 2010

Perfumado

Adoro tudo o que sejam aromas: para o corpo, para a casa, para a roupa. Esta última descoberta é um achado, passe o pleonasmo. Comprei-o na Body Shop, por apenas €10, e perfuma-me os lençóis com uma fragrância suave e não enjoativa que (acho que) me dá um sono verdadeiramente relaxante. Recomendo mesmo.

23 de setembro de 2010

Amizade é...

... estar com amigas que não vemos há mais de um ano e rirmo-nos como se tivéssemos estado juntas ontem.

19 de setembro de 2010

Faltam apenas 4 dias...

... para poder deitar as mãos a esta pérola:
Depois das crónicas que tenho ouvido na Comercial e de algumas que fui lendo na Sábado, mal posso esperar para ler este best of dos "cromos" que fizeram a minha infância e a minha juventude. Que sorte tem a minha geração de o Nuno Markl lhe pertencer.

14 de setembro de 2010

Uma triste figura

Eu até gosto desta ministra. Eu até gosto e muito dos livros que escreveu. Eu até acredito nas suas boas intenções.

Mas convenhamos que esta mensagem de início de ano lectivo lhe saiu muito mal. O cenário é péssimo, com as flores no aparador lá atrás. O enquadramento também, e alguém lhe devia ter emprestado um teleponto a sério que lhe permitisse olhar directamente para a câmara. O eco dá-lhe um ar de tempo de antena dos pequenos partidos.

E, a cereja no topo do bolo, o tom do discurso e a expressão corporal: uma falsa alegria, um falso entusiasmo, uma tentativa de chegar junto dos alunos que se torna deprimente. Haverá aluno (ou professor) que consiga prestar atenção até ao fim?

Não terá o Ministério da Educação assessores que pudessem filtrar uma intervenção como esta? E não se arranjaria por lá uma salinha mais decente? Até eu me sinto envergonhada ao ver este vídeo...

12 de setembro de 2010

O arquitecto

E ainda a propósito do tópico de ontem, a proposta de um livro curiosíssimo sobre o arquitecto do World Trade Center, Minoru Yamasaki.

Hoje praticamente um desconhecido, Yamasaki foi o projectista de duas grandes obras: o complexo urbanístico Pruitt-Igoe, em St. Louis (implodido em 1971 devido ao estado de decadência em que ficou, fruto da sua própria estrutura); e o World Trade Center, ferozmente atacado pela crítica na época - "Se o World Trade Center viesse a sofrer o destino do Complexo Pruitt-Igoe, e fosse condenado à morte pela dinamite, muitos de nós estariam aqui para aplaudir" (The New York Times).

Neste pequeno livro da Tinta-da-China, Rui Tavares encena uma peça de teatro sobre o arquitecto maldito, "mais célebre pelas obras que lhe destruíram do que pelas que construiu". Pelo meio, ainda, uma teoria muito curiosa sobre a inspiração por detrás do projecto do WTC. Mas dessa não falo aqui, para não quebrar o suspense.

11 de setembro de 2010

Onde é que estava no dia 11 de Setembro de 2001?

Chang W. Lee, The New York Times

Duvido que haja muita gente com mais de 20 anos que não saiba responder a esta pergunta. Não porque estivesse a fazer algo de especial, mas porque o atentado às Torres Gémeas marcou o mundo a curto prazo, pela sua brutalidade, acabando por virá-lo do avesso, a médio e longo prazo.

Eu, tenho a certeza, fazia a coisa mais banal do mundo: conversava depois do almoço num antigo silo em Alcântara, onde trabalhava como copy. Estávamos junto à escada de incêndio quando a notícia chegou. E depois, durante o dia, sei que acompanhei o acontecimento, só que não recordo mais pormenores. Foi aquele momento que ficou congelado na minha memória. Um momento de choque, de incredibilidade, de impossibilidade.

Angel Franco, The New York Times

Do que o ser humano é capaz.

1 de setembro de 2010