30 de setembro de 2010

Relativizar

Ontem, às 20h, em casa da minha mãe, acompanhei atentamente as declarações do governo acerca das novas medidas de austeridade, fazendo contas, egoisticamente, acerca de que forma nos poderiam afectar. Fiquei preocupada. Fomos jantar, conversámos, voltámos a fazer contas mas não chegámos à sobremesa.

Pois, cerca de uma hora mais tarde, pelas 21h, o meu irmão conduzia desesperadamente para o hospital, com a minha mãe no banco de trás, a sofrer de uma dor de cabeça brutal, e comigo ao lado, a pingar suor com uma crise vagal (que tenho frequentemente em ocasiões destas). Quando lá chegámos, a minha ansiedade era tanta que nem consegui levar a minha mãe até à triagem. Alguém a levou numa cadeira de rodas enquanto outro alguém me ajudava a mim.

Felizmente, passou-me depressa. Felizmente, o meu pai apareceu e conseguiu que ela fosse rapidamente vista. Felizmente, a TAC cerebral e as análises estavam limpas. Felizmente, pela 1h da manhã saíamos de lá cansados mas mais descansados. O que uma forte dor de cabeça associada a uma data terrivelmente triste pode fazer.

Para contextualizar, faz hoje 13 anos que a minha querida avó morreu repentinamente, em apenas duas horas, com um aneurisma cerebral.

6 comentários:

estouparaaquivirada disse...

Que susto!
Pois é, não há mesmo nada mais importante do que a saúde.
Ainda bem que acabou tudo em bem, deve ter sido do stress, são tantas coisas para gerir que ás vezes o organismo dá-nos estes avisos:
CALMA, temos que levar a vida com mais calma.
xx

Cristina Torrão disse...

A sua mãe talvez tenha pensado demasiado no que aconteceu há 13 anos atrás, nesse mesmo dia, com um certo medo de que lhe acontecesse semelhante (talvez no sub-consciente). A psique prega-nos destas partidas!

Espero que tenha ficado pelo susto, desejo a todos muita saúde!

sininho disse...

bj!

Mary disse...

Céus, ainda ontem falei com a tua Mãe sem fazer ideia que isto tinha acontecido...

De facto, há coisas que, quer queiramos quer não, nos marcam para sempre.

Mas enfim, tudo está bem quando acaba bem :-)

Anónimo disse...

É incrivel o poder da mente e todas as armadilhas e sustos que ela nos prega. É por isto que me fascina tanto e que desejo poder saber mais e ajudar-me a mim e aos outros. :)

Vespinha disse...

É por isso que admiro tanto os bons psicólogos e psiquiatras. Podem de facto fazer a diferença na vida de uma pessoa, e tenho na minha família boas provas disso. Não sei como agradecer a algumas pessoas.