Hoje ao iníco da tarde fui ao CCB ver a exposição Tinta nos nervos, banda desenhada portuguesa, que apresenta trabalhos de 41 desenhadores. Gostei, alguns surpreenderam-me pela novidade. De seguida fui ao Museu da Cidade de Almada à inauguração de Diários gráficos em Almada. E que diferença! Perdoem-me alguns dos desenhadores representados no CCB (até porque alguns também estão na exposição de Almada), se calhar estou aqui a escrever uma barbaridade, mas na maior parte dos casos o que vi em Almada dá 10 a 0 aos primeiros. São mais de 400 trabalhos de 30 desenhadores, que assim se descrevem a si próprios: «Não somos desenhadores perfeitos.» Pois eu acho que estão lá muito perto.
Maravilhei-me com aqueles cadernos cheios de vida, pequenos no tamanho mas tão grandes naquilo que contêm. Visões do dia-a-dia, de pessoas, de sítios, de momentos, de sentimentos. Sempre com um toque muito pessoal, recorrendo a técnicas que vão da tinta-da-china à colagem, passando pela simples esferográfica ou pelas canetas de feltro.
A qualidade do que vi não foi a maior surpresa, porque já a conhecia bem. Surpresa a sério foi a simpatia com que eu e uma amiga fomos recebidas. Ainda que já houvesse um elo de ligação, o extraordinário Eduardo Salavisa (também mentor em Portugal da divulgação desta forma de arte), surpreendeu-me a humildade daqueles artistas, sempre com um sorriso nos lábios, sempre interessados em quem se interessa pelo trabalho deles. E vale a pena ganhar interesse. Muito.
Vespas na Costa do Castelo, João Catarino.
Azinhaga em Carnide, Pedro Cabral.
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