Mais imagens da série Transparent cityaqui. Um pouco de voyeurismo não faz mal a ninguém. Aqui, Michael Wolf passa de Hong Kong para Chicago e faz um zoom à privacidade de cada um de nós.
Estas fotos fazem-me lembrar os meus primeiros tempos na Alemanha. Morava em Hamburgo e dava aulas de Português em escolas de línguas. No Inverno, anoitece muito cedo e já era escuro quando regressava a casa, de autocarro. Passava por ruas cheias de prédios (que até nem são muito altos em Hamburgo). Era interessante constatar que os alemães são muito "liberais", quanto às janelas: quase nenhumas têm persianas, grande parte delas nem tem cortinas. Se as luzes estavam acesas, via-se o interior das casas. O autocarro andava devagar, parava nas paragens e eu tinha tempo para ver aquelas salas. Cheguei a ter vergonha, sentia-me muito voyeurista. Mas também me perguntava: porque hei-de virar a cara para o lado, se as pessoas não se dão ao trabalho de esconder o interior das casas?
Acho que a minha consciência acalmou um pouco, quando dei conta de que não eram as pessoas que estavam lá dentro e o que estavam a fazer o que mais me interessava e, sim, a decoração: os móveis, os candeeiros, os sofás, etc. Muitos livros, poucos livros; paredes cheias de quadros, paredes nuas; candeeiros e móveis pomposos, decorações simples...
Desculpe o tamanho do comentário, mas, ao ver as fotos, lembrei-me dessas "viagens" de autocarro.
5 comentários:
Que giro (para quem está de fora, entenda-se)!
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Quantas vezes não passamos por um edifício e imaginamos como será por dentro? :)
Estas fotos fazem-me lembrar os meus primeiros tempos na Alemanha. Morava em Hamburgo e dava aulas de Português em escolas de línguas. No Inverno, anoitece muito cedo e já era escuro quando regressava a casa, de autocarro. Passava por ruas cheias de prédios (que até nem são muito altos em Hamburgo). Era interessante constatar que os alemães são muito "liberais", quanto às janelas: quase nenhumas têm persianas, grande parte delas nem tem cortinas. Se as luzes estavam acesas, via-se o interior das casas. O autocarro andava devagar, parava nas paragens e eu tinha tempo para ver aquelas salas. Cheguei a ter vergonha, sentia-me muito voyeurista. Mas também me perguntava: porque hei-de virar a cara para o lado, se as pessoas não se dão ao trabalho de esconder o interior das casas?
Acho que a minha consciência acalmou um pouco, quando dei conta de que não eram as pessoas que estavam lá dentro e o que estavam a fazer o que mais me interessava e, sim, a decoração: os móveis, os candeeiros, os sofás, etc. Muitos livros, poucos livros; paredes cheias de quadros, paredes nuas; candeeiros e móveis pomposos, decorações simples...
Desculpe o tamanho do comentário, mas, ao ver as fotos, lembrei-me dessas "viagens" de autocarro.
Gosto de receber comentários e, acima de tudo, gosto de saber que publiquei um post que despertou emoções e recordações.
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