16 de junho de 2011

A questão Finkler, de Howard Jacobson

Deve ser de mim. Só pode ser de mim. Porque se leio em todo o lado que um livro está «carregado de humor» e o mesmo não me arrancou sequer um sorriso, então algo está errado. A mim, antes pelo contrário, transmitiu-me uma profunda tristeza, a sensação de que grande parte das pessoas não está bem na pele que tem.

Em A questão Finkler (de Howard Jacobson, vencedor do Man Booker Prize 2010), Julian Treslove, um não-judeu com dois grandes amigos judeus passa, de um momento para o outro, a viver obcecado com a questão judaica. Com a sua filosofia, com as suas tradições, com a sua sexualidade. Ao ponto de se querer tornar num. Um dos amigos, por outro lado, é altamente crítico do seu povo, ao ponto de entrar para um grupo autointitulado Judeus EnVERgonhados. O terceiro, conformado com a vida, vai assistindo aos movimentos de um e de outro.

Custou-me a entrar neste livro, custou-me a atravessá-lo, sempre com o fantasma do antissemitismo e com medo de que algo acontecesse, e custou-me a terminá-lo. E agora aguardo mais opiniões para ter a certeza de que sou eu que estou errada.

3 comentários:

sininho disse...

pois... este doeu-me até ao fim. não só não arranca sorrisos como não arranca tantas outras emoções que me fazem gostar de ler.

Vespinha disse...

Ufff... então o problema não foi só meu... :)

Tiago M. Franco disse...

Também não encontrei humor no livro. Há quem diga que é por não ser Judeu que não percebo as piadas, mas, se encontrei humor foi o humor negro.