30 de outubro de 2011

A minha nostalgia

Como tão bem retrata Woody Allen em Meia-noite em Paris, todos acabamos por ter uma certa nostalgia por tempos nunca vividos. E eu também tenho. Talvez por ter sido a época de juventude dos meus avós, os anos 40 e 50 despertam em mim muita curiosidade.

A par de grandes crises, guerra e pobreza mundial, foram anos de viragem, de grandes contradições. Ao mesmo tempo que o mundo se modernizava, com o desenvolvimento dos meios audiovisuais e de transporte, muitas tradições mantinham-se. Em Lisboa, as avenidas rasgavam-se e automóveis cheios de estilo começavam a circular. Mas, na mesma cidade, ainda se ia a casa à hora de almoço, e os vendedores ainda diziam os seus pregões.

As mulheres subiram as bainhas q.b., mantendo uma extrema elegância com as cinturas finas e as saias rodadas. Os homens andavam impecáveis, penteado irrepreensível, fato completo com colete, gravata e lenço a condizer, se possível óculos de óculos de massa a rematar.

Não vou falar da probreza do interior, de gente que mal tinha para comer, das longas jornadas nas fábricas. Porque a nostalgia pelo nunca vivido faz-se a partir das coisas boas. E essas apaixonam-me.

Vem este tópico a propósito deste fantástico e tão simples anúncio aos relógios Tudor,
que me transportou para há 60 anos.

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