27 de outubro de 2011

We need to talk about Kevin, de Lionel Shriver


Até que ponto seremos realmente condicionados pelo ambiente que nos rodeia? Poderá uma criança nascer naturalmente má ou o será o seu caráter moldado por uma mãe pouco afetuosa?

Dois anos depois de o seu filho ter matado 7 colegas e 2 funcionários da escola, Eva inicia uma série de cartas para seu ex-marido onde revê toda a vida do casal, antes e depois do nascimento de Kevin. As dúvidas acerca de avançar para a maternidade, o nascimento tardio do filho, o abandono de uma vida independente cheia de experiências e viagens para dar lugar à vida nos subúrbios. E, a partir daí, a recusa de Kevin em mamar, o choro incessante que para quando o pai chega a casa, o uso de fraldas até aos 6 anos, pequenos acidentes que vão acontecendo com vizinhos e colegas de escola, a ausência num jovem de gostos e preferências em qualquer sentido, a superproteção de um pai que tudo atribui às fases do crescimento. Até que um dia, uma fatídica quinta-feira, a tragédia acontece. Algo que, no fundo Eva sempre previu.

Vencedor do Orange Prize em 2005, We need to talk about Kevin, de Lionel Shriver, é um livro poderoso, intenso, que me surpreendeu sempre a cada página, mesmo quando, já perto do final, achava que não havia mais nada que me pudesse surpreender. Mas havia, e muito.

4 comentários:

sophia disse...

parece que tenho de pôr esse livro na minha lista de futuras aquisições

Vespinha disse...

Não te vais arrepender, apesar de ser bastante duro...

Cristina Torrão disse...

Também me parece interessante.

Eu não acredito que uma criança possa nascer naturalmente má, embora possa haver tendência para o rancor e a agressividade. Isso, combinado com certos factores, como uma mãe distante e um pai que não leva os problemas a sério, pode tornar-se numa mistura explosiva. Eu acho que tudo depende da mistura (carácter/educação/meio ambiente). E o pior para uma criança será mesmo ter a sensação de que a mãe não a quer e não lhe liga.

Vespinha disse...

Cristina, tens de ler o livro... as interpretações podem mesmo ser muitas!