A barracada da feira

Previa-se desfiles de moda, barraquinhas de petiscos, cachupa, muita música e muita dança, mostras de artesanato e, à noite, bons concertos. Assim, ontem ao fim da tarde lá fomos para a Alameda D. Afonso Henriques, para o Sons, Saberes e Sabores de Cabo Verde, e o que encontrámos foi: uma dúzia de barraquinhas, metade das quais fechadas; música a gritar pelos altifalantes; 30 ou 40 pessoas a vaguear; e duas tendas entreabertas que nem percebi o que tinham. Mas o concerto estava marcado, por isso havia de animar.

O jantar foi no Império, na falta de descobrir o que comermos nas anunciadas tendas da gastronomia. E, pelas 21h30, ligam-nos a avisar que aparentemente tinha havido desentendimentos na organização e que o concerto estava cancelado, com um simples traço por cima do cartaz que o anunciava.

Eu tenho em boa conta a comunidade cabo-verdiana em Portugal, acho não se segregam mas prezam a sua cultura e gostam de a divulgar de modo inteligente. Mas ontem foi uma vergonha e a imagem que passou foi muito triste. Até pode haver uma boa explicação, mas a falta de respeito que senti por quem lá foi e voltou desanimado já não esqueço. Valeu-nos o bife do Império e a Iggyroska no Bairro Alto.