Parece que começam a ser finalmente editadas em Portugal as melhores novelas gráficas que tenho lido. Há meses foi Blankets, publicado pela Devir, Persépolis e agora Fun Home – Uma tragicomédia familiar, estes últimos publicados pela Contraponto. A grande maioria das novelas gráficas que li até hoje são autobiográficas, e esta não escapa à regra.
Em Fun Home, Alison Bechdel relata a relação que manteve com o pai durante a sua infância e juventude, numa pequena cidade da Pensilvânia, no interior dos Estados Unidos. O pai, Bruce Bechdel, era dono de uma agência funerária (daí o trocadilho «funeral home», casa funerária) e professor de Inglês, sendo extremamente repressivo para a sua família numa sociedade já de si bastante restritiva. E claro que as coisas se agudizam quando Alison assume a sua homossexualidade. E dão uma reviravolta ainda maior quando descobre algo sobre o seu pai (que claro que não posso referir aqui, sob pena de estragar o suspense), algo que depois não poderá esclarecer como queria devido à sua morte repentina. Mas não se pense que este livro é apenas tragédia, há bastante sentido de humor lá pelo meio.
Em 2006, ano da sua publicação, Fun Home foi eleito como um dos melhores livros do ano pelo The New York Times e pelo londrino The Times. Mereceu bem figurar nessa lista.
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