Para que tudo corra bem e para que ninguém seja apanhado desprevenido, aqui fica uma série de bons conselhos publicada ontem em dinheirovivo.pt:
A razão. Na sexta-feira, 7 de setembro, às 19h18, Pedro Passos
Coelho surgia nos ecrãs das televisões para anunciar aos portugueses um novo
pacote de austeridade (o terceiro desde que é primeiro-ministro). Para além de
mais um corte nas pensões de reforma e de algumas ideias difusas sobre a
taxação do capital (que ainda estão em estudo), Passos comunicou a alteração da
Taxa Social Única (TSU). A partir de de janeiro, o governo passa a cobrar 18%
aos trabalhadores nos descontos para a Segurança Social e corta 5,75pontos
percentuais nos mesmos custos para empresas. Dito de outra forma, há uma
transferência direta de capital dos trabalhadores para as empresas bem superior
a 2 mil milhões de euros. Caiu o Carmo e a Trindade e nem sequer personalidade
próximas do PSD e do CDS defenderam a medida.
A convocatória. Logo que que começou a crescer a
indignação, multiplicaram-se nas redes sociais os apelos à manifestação.
Rapidamente se chegou a uma data consensual, 15 de setembro, e milhares de
portugueses fizeram «like». Por quantos mais se irá multiplicar esse número é
uma incógnita.
Os preparativos. Se está determinado em ir à manifestação, comece por coisas
práticas. Leve calçado confortável, pinte os cartazes e não se esqueça do
chapéu. Não para dar colorido, mas porque se anuncia um dia bastante quente
amanhã. Munido de água, afine a garganta, porque grita-se muito... e alto.
(...)
O comportamento. Qualquer ato de violência deita por
terra as razões da manifestação. Por isso, contenha-se e verbalize o seu
descontentamento (se for o caso). Não ceda a impulsos nem acompanhe quem apenas
está disposto a incendiar as ruas. Dá mau resultado.
A multidão. Estas manifestações são pouco dadas a claustrofóbicos. Escolha
um lugar onde se sinta confortável e evite os grandes ajuntamentos de pessoas.
Os espaços previstos para as concentrações são amplos e podem encher sem as
pessoas esmagadas umas contra as outras. E, obviamente, tenha especial cuidado
se levar crianças.
As redes sociais. Esteja atento ao que vai sendo dito nas redes sociais. Mudanças
de percurso, eventuais problemas, enfim, tudo o que o Facebook ou Twitter
possam relatar na hora. Não gaste é todo o tempo a tirar fotografias patuscas
para decorar o mural do Facebook. É uma manifestação, não uma parada.
Transportes. As manifestações duram muitas horas. Por isso, prepare-se para
uma longa tarde onde quer que esteja. Como está prevista uma grande adesão
resista a levar o carro para o local. Utilize os transportes públicos.
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