15 de setembro de 2012

Guia prático para a manifestação

Para que tudo corra bem e para que ninguém seja apanhado desprevenido, aqui fica uma série de bons conselhos publicada ontem em dinheirovivo.pt:

A razão. Na sexta-feira, 7 de setembro, às 19h18, Pedro Passos Coelho surgia nos ecrãs das televisões para anunciar aos portugueses um novo pacote de austeridade (o terceiro desde que é primeiro-ministro). Para além de mais um corte nas pensões de reforma e de algumas ideias difusas sobre a taxação do capital (que ainda estão em estudo), Passos comunicou a alteração da Taxa Social Única (TSU). A partir de de janeiro, o governo passa a cobrar 18% aos trabalhadores nos descontos para a Segurança Social e corta 5,75pontos percentuais nos mesmos custos para empresas. Dito de outra forma, há uma transferência direta de capital dos trabalhadores para as empresas bem superior a 2 mil milhões de euros. Caiu o Carmo e a Trindade e nem sequer personalidade próximas do PSD e do CDS defenderam a medida.

A convocatória. Logo que que começou a crescer a indignação, multiplicaram-se nas redes sociais os apelos à manifestação. Rapidamente se chegou a uma data consensual, 15 de setembro, e milhares de portugueses fizeram «like». Por quantos mais se irá multiplicar esse número é uma incógnita.

Os preparativos. Se está determinado em ir à manifestação, comece por coisas práticas. Leve calçado confortável, pinte os cartazes e não se esqueça do chapéu. Não para dar colorido, mas porque se anuncia um dia bastante quente amanhã. Munido de água, afine a garganta, porque grita-se muito... e alto.

(...)

O comportamento. Qualquer ato de violência deita por terra as razões da manifestação. Por isso, contenha-se e verbalize o seu descontentamento (se for o caso). Não ceda a impulsos nem acompanhe quem apenas está disposto a incendiar as ruas. Dá mau resultado.

A multidão. Estas manifestações são pouco dadas a claustrofóbicos. Escolha um lugar onde se sinta confortável e evite os grandes ajuntamentos de pessoas. Os espaços previstos para as concentrações são amplos e podem encher sem as pessoas esmagadas umas contra as outras. E, obviamente, tenha especial cuidado se levar crianças.

As redes sociais. Esteja atento ao que vai sendo dito nas redes sociais. Mudanças de percurso, eventuais problemas, enfim, tudo o que o Facebook ou Twitter possam relatar na hora. Não gaste é todo o tempo a tirar fotografias patuscas para decorar o mural do Facebook. É uma manifestação, não uma parada.

Transportes. As manifestações duram muitas horas. Por isso, prepare-se para uma longa tarde onde quer que esteja. Como está prevista uma grande adesão resista a levar o carro para o local. Utilize os transportes públicos.

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