15 de outubro de 2012

A imagem da tristeza que guardei hoje


Hoje saí de uma consulta pelas 20h, pensando ir para casa, mas quando liguei à minha mãe disse-me que estava a haver uma manifestação em frente à Assembleia da República, após a aprovação do orçamento que todos temíamos e que ainda tínhamos esperança de que não fosse tão violento. Como estava perto, passei por lá, e não resisti a desmontar da Vespa e a dar uma volta.

Foi a primeira vez que estive sozinha numa manifestação e talvez tenha sido a vez em que senti mais aquilo que ali estava a fazer. Observei as pessoas, ouvi as palavras de ordem, mas nada me deixou mais triste do que olhar para a Assembleia, e para a polícia que a protegia, e ter noção de que os agentes a protegiam de mim, e de outros como eu. E que dentro da «casa» onde trabalham os nossos representantes (e que deveria ser também a nossa), estes no fundo não representam quem os elegeu. É muito triste chegarmos a este ponto.

7 comentários:

CAP CRÉUS disse...

Nojentos!

Lígia disse...

Eu já disse a quem me quis ouvir: perderam a credibilidade toda! E pensar que há uns tempos tb sentiram necessidade de se manifestar...para mim bem que podiam se eles a pagar tudo e mais alguma coisa! Nunca mais vou ter pena de me lembrar que se estragarem a farda no serviço a tem de pagar, and so on and so on...

Vespinha disse...

Lígia, não é bem esse o meu ponto de vista.

Aliás, foi precisamente ao olhar para eles que comecei a ficar triste, quando me apercebi ao que este governo chega obrigando cidadãos a estar contra cidadãos. Eu acredito que também eles estejam revoltados, mas aquele é o seu trabalho, são aqueles ordenados que os alimentam e às suas famílias. Não podiam fazer outra coisa que não permanecer ali, parados, a olhar para nós. E foi isto que me deixou triste.

Izzie disse...

Tristeza é mesmo a palavra de ordem no dia de hoje.

Miguel Oliveira disse...

Se for para entrarem no parlamento e darem cabo daquilo tudo, acho bem que se vede o seu acesso. Achei vergonhoso o que a organização fez dias antes, que foi fazer grafitis em estátuas históricas.

Vespinha disse...

O triste é isto ter de acontecer, ter de haver barreiras, chegarmos a esta situação...

Anónimo disse...

a luta pelas fronteiras que não deviam existir... é triste, mesmo!