A semana passada tive de ir com a minha mãe à Ordem dos Médicos, pois todas as cédulas profissionais têm de ser atualizadas até ao final do ano. O processo tem de ser feito pessoalmente, e ela teve inclusive de fazer uma marcação há cerca de um mês para poder lá ir. Chegámos e ela entrou. Até que me apareceu na sala de espera com cara de pânico. Lá dentro, em várias secretárias, uma série de funcionários atendiam os médicos e preenchiam impressos. E apresentavam-lhes um leitor de cartões eletrónico para a assinatura digital ser lida pelo computador. Tinha percebido o pânico da minha mãe. Só que destes leitores também não percebo eu, e vi logo que a minha mãe nunca o iria utilizar.
E a conversa avançou, enveredando por um caminho que não nos agradou nada. Pois parece que agora a cédula da Ordem dos Médicos pode ser também um cartão Multibanco associado a uma conta do Santander. A minha mãe disse que não queria, que ficava apenas com a cédula. E a funcionária continuava a insistir: que a conta no Santander era uma superconta, que dava descontos aqui e ali, cartões de crédito ótimos, que tratavam de todas as alterações necessárias para transferir tudo de outro banco para aquele. Na secretária, um iPad 3 que nos daria se a minha mãe aderisse.
E nós a insistir que não. E ela a querer continuar a debitar as vantagens. Até que lhe perguntei quem representava ali, percebendo que não era da Ordem dos Médicos mas do próprio Santander. Tudo esclarecido.
O meu ponto de vista: a Ordem dos Médicos tem todo o direito de negociar parcerias com entidades bancárias, mas não tem qualquer direito de abrir portas a quem vai fazer pressão sobre os seus associados. O que se passou ali foi uma vergonha, uma tentativa descarada de venda de produtos bancários, algo que recusamos todos os dias pelo telefone ou em quiosques nos centros comerciais mas que ali nos foi imposto. E a Ordem dos Médicos não devia embarcar num esquema destes.
4 comentários:
se me acontecer vou fazer chiqueiro
Então espero que te aconteça! :)
E não rebentaste com aquilo?
Eu não podia, eu nem sou médica... Mas o meu pai, que ainda lá vai ter de ir tratar do mesmo assunto, é menino para o fazer!
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