Um homem quer muito, muito ser escritor. E, durante anos, passa as noites a escrever e os dias a tentar que alguma editora o publique. Até que um dia, por mero acaso, depara com uma pasta antiga que contém dentro um original. Um original que lê de rajada e que não resiste a passar para o seu computador, apenas para «sentir as palavras a passarem-lhe por entre os dedos». E de repente, voluntariamente ou talvez não, as coisas fogem-lhe do controlo e, num ápice, Rory Jansen (Bradley Cooper) torna-se num escritor de sucesso com palavras que não são suas.
Rory queria tanto ser um grande escritor que quase acredita que o é. Até ao dia em que se encontra com o verdadeiro autor do original que encontrou. Num diálogo bastante tenso e ao mesmo tempo com algum humor, um velhote sem nome (Jeremy Irons) confronta-o com o seu feito e prova-lhe como aquelas palavras só saíram assim porque foram de facto vidas por si, na Paris pós-II Guerra Mundial. Entramos assim numa história dentro da história e saímos dela com um Rory angustiadíssimo, finalmente consciente do que fez e ansioso por voltar atrás.
E muito mais não posso contar. Exceto que também a história de Rory nos está a ser contada por outro escritor (Dennis Quaid), numa espécie de matrioska de histórias que contém palavras. Entrei na sala sem saber o que ia ver. Saí de lá com um ligeiro aperto no estômago. Poderemos julgar Rory? Eu não consegui.
PS: Jeremy Irons está no seu melhor como sempre, Bradley Cooper nunca o tinha visto num filme mas gostei, Dennis Quaid está um canastrão, Olivia Wilde bastante irritantezinha.
2 comentários:
vi-o no sábado (porque o james bond estava esgotado... lol) e gostei tanto!
Tenho que ver!
homem sem blogue
homemsemblogue.blogspot.pt
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