Ora vamos a isto: A minha dieta em 10 lições

A pedido de alguns leitores, aqui vão alguns conselhos de quem perdeu 10 kg nos últimos 4 meses, graças a uma alimentação equilibrada.

No dia 2 de julho deste ano, fui pela primeira vez na minha vida a uma nutricionista. A partir dos 30 anos, o meu peso sempre andou entre os 62 e os 65 kg, com uma ligeira descida na altura em que usei aparelho dentário. Tendo em conta que meço 1,68 m, não era grave. Só que em finais de junho a balança denunciou mais de 67 kg. Medo. Tinha de fazer alguma coisa. Eu sabia que fazia uma alimentação péssima, mas precisava de ajuda para aprender a comer bem. E assim lá fui à consulta da dra. Mariana Abecasis, que me ensinou não só a comer melhor como me serviu de «polícia» (há quem não precise, mas eu tinha de ter alguém que me controlasse nos primeiros tempos).

Na altura, a minha alimentação era assim:
- 08h30: kiwi e cereais com frutos vermelhos
- 12h30: sopa, prato completo e sobremesa (muitas vezes doce)
- 20h00: piza, hambúrguer, pão, queijo, no fundo aquilo que apanhasse à frente... Para sobremesa, muitas vezes um crepe com chocolate

Hoje, a minha alimentação é assim:
- 08h30: kiwi e cereais com frutos vermelhos (dose um pouco menor do que antigamente)
- 11h00: gelatina 10 kcal (morango ou frutos tropicais são as minhas preferidas)
- 12h30: sopa, prato completo e fruta
- 15h30: iogurte magro, ou fruta, ou gelatina
- 18h00: meia dúzia de bolachas ou tostas (sem nada ou com queijo light La vache qui rit
- 20h00: sopa, ou salada rica, ou peixe ou carne acompanhado de legumes
- 22h00 (só se me apetecer): chocolate Sacialis ou gelado Pura Vida do Pingo Doce
- 00h00: Danacol

Posto isto, vamos a algumas lições:

1.ª lição: Nunca, mas nunca ficar tantas horas sem comer. Eu passei de 3 para 8 refeições diárias, 5 das quais são leves. Nos primeiros tempos tive inclusive de pôr lembretes no telemóvel, hoje já é natural.

2.ª lição: Evitar o consumo de hidratos de carbono à noite, pois é nessa altura que o corpo precisa de menos energia. Substituí-los por legumes, crus ou salteados, que agora no inverno sabem melhor.

3.ª lição: Cortar nas gorduras. Pizas, fritos e coisas do género eram a base da minha alimentação. Bastou cortar nisso para todo o processo começar a inverter-se.

4.ª lição: Beber muita água (ou chá sem açúcar). Nada de refrigerantes, que só têm açúcar e acabam por não matar a sede. O truque é ter sempre uma garrafa de meio litro ao pé de nós e ir bebendo. A certa altura é o próprio organismo que a pede.

5.ª lição: Evitar o pão. Eu se quisesse poderia tê-lo comido, mas apenas ao pequeno-almoço. Como prefiro os cereais, acabei por prescindir dele e hoje como só de vez em quando.

6.ª lição: Espreitar sempre as tabelas nutricionais dos produtos. Há coisas que se anunciam como light e que não o são de todo. E há outras, como os iogurtes, que podem ser uma bomba. Fazem ideia de quão calórico é um iogurte grego? Não queiram (ou antes, queiram) saber.

7.ª lição: Nas refeições principais, havendo várias opções, optar sempre pelos pratos menos elaborados. Havendo por exemplo febras ou bacalhau com natas, escolher a primeira opção.

8.ª lição: Nunca prescindir de verdes (crus ou cozidos) a acompanhar as refeições. Há tanta, tanta coisa... Só quem nunca provou uns bons legumes salteados pode dizer que não há escolha.

9.ª lição: Nunca passar fome. Isto é a pior coisa que se pode fazer, porque quando se ingerir algo, o corpo vai absorver tudinho, com medo de voltar a estar muito tempo sem ser alimentado.

10.ª lição: Se apetecer, fazer um disparate de vez em quando, sem culpa. Pode ser um bom queijo para quem gosta de salgados, ou uma bela musse para os gulosos (dica: o pastel de nata é dos bolos de pastelaria menos calóricos que há). E, de preferência, fazer o disparata à hora de almoço, quando o estrago traz menos consequências. Mas o importante é depois voltar ao plano e não se fazer destas exceções a regra.

Hoje, quatro meses depois, peso 57,6 kg e, acima de tudo, a minha percentagem de massa gorda baixou de 30,7 para 20,4. Isto é muito bom. E, com o tempo, fui aprendendo a equilibrar melhor o que como. Faço mais disparates do que fazia há 3 meses, de vez em quando como arroz ou batatas ao jantar, mas a verdade é que cada vez me apetece menos. E se apetecer, so what? No dia seguinte já não apetece.

Nunca passei fome, os ataques de gula foram quase sempre atendidos e fiz pouco desporto (apenas porque o meu ginásio fechou, mas quero recomeçar em dezembro quando abrir o novo), excetuando os passeios de bicicleta.

E, para além da ajuda da dra. Mariana (que sempre me incentivou e muito, vibrando com os meus sucessos quase mais do que eu), foi preciso força de vontade. Afinal, basta querer.