A quinta dos animais, de George Orwell

Uma boa fábula nunca fez mal a ninguém.

E, ainda que seja uma sátira à ascensão do regime estalinista, a verdade é que este A quinta dos animais, de George Orwell, tem nuances que se aplicam a muitos governos e a muitos tempos: a mentira, a ganância, a demagogia, a corrupção.

Em resumo, um dia os animais de uma quinta revoltam-se, expulsando os humanos e tomando conta de todas as tarefas de modo eficiente. No início, todos são iguais, mas a pouco e pouco uns vão-se tornando mais iguais do que outros, ao ponto de a tirania e o terror se instalarem inevitavelmente. E, como quem não quer a coisa, até os Sete Mandamentos do Mundo Animal se vão transformando (para o que acrescentei em itálico):

1. Todas as criaturas que caminham sobre duas pernas são nossas inimigas.
2. Todas as criaturas que caminham sobre quatro patas ou que têm asas são nossas aliadas.
3. Nenhum animal usará roupas.
4. Nenhum animal dormirá numa cama com lençóis.
5. Nenhum animal beberá álcool em excesso.
6. Nenhum animal matará outro animal sem motivo.
7. Os animais são todos iguais mas alguns são mais iguais do que os outros.

Nota: Este livro foi durante muitos anos conhecido em Portugal como O triunfo dos porcos, e agora recuperou finalmente o seu título original. E ainda bem, porque acho que só ganha em não revelar tanto sobre o seu conteúdo.