14 de dezembro de 2012

Como não desperdiçar comida em casa

Esta ideia não é minha e foi retirada do jornal Público de ontem. Mas porque eu própria por vezes dou comigo a deitar comida fora, e sempre com algum sentimento de culpa, achei que valia a pena partilhar.

Os conselhos foram todos dados à jornalista Joana Gorjão Henriques por Hunter Halder (fundador do Re-food, que distribui sobras de restaurantes por quem mais precisa) e por António Costa Pereira (criador da DariAcordar, que recupera comida de máquinas de venda automática para as distribuir por quem mais precisa).

E antes de passar à lista, mais uma curiosidade partilhada por uma amiga que foi quem também me mostrou este artigo: restaurantes de self-service (penso que na Alemanha) onde nos servimos à vontade, mas onde no fim temos de pagar uma multa por cada pedaço que deixarmos no prato. Achei uma excelente ideia.

1. Reeducar para valorizar a comida: «A comida é preciosa, mas não aprendemos a valorizá-la, o nosso comportamento não mostra isso. Os nossos avós e bisavós, que viveram a Grande Depressão dos anos 1930, diziam-nos que deitar comida fora era um pecado – viveram situações de privação em que a comida era preciosa.»

2. Planeamento: Preparar a quantidade de comida certa, não ter mais olhos que barriga

3. Triagem imediata dos restos, prever o futuro da lasanha: «Para mudar comportamentos, é preciso usar instrumentos que os facilitem. Por exemplo, não fazíamos a separação do lixo e hoje temos três caixotes: um para o papel, outro para o vidro, outro para o orgânico. Ou seja, temos instrumentos para apoiar o comportamento. No caso da comida tem de haver uma triagem imediata. Se sobra comida a uma refeição, normalmente ponho-a no frigorífico. Mas devemos tomar logo uma decisão: vou comê-la amanhã? Se pararmos dois minutos para pensar, se calhar pensamos que a lasanha que sobrou estava óptima, mas amanhã vai-nos apetecer comer frango. Então podemos dar o resto ao vizinho ou à família. Tenho uma vizinha que vive de comida 'reciclada'. Outra hipótese é entregá-la a uma organização local que faça a redistribuição de sobras.»

4. Planeamento: Pedir a dose de comida certa num restaurante, pedir meia dose em vez de uma, partilhar a dose com outra pessoa

5. Se sobra comida no restaurante, pedir para embalar o resto: «Se sobra comida dos clientes, não há nada que o restaurante possa fazer com isso. Então cabe à própria pessoa tomar a decisão do que vai fazer. Esse resto pode ser aproveitado para uma refeição mais tarde, ou ser entregue a uma entidade local que faz redistribuição ou oferecida a alguém – o que cada pessoa desperdiça num restaurante é talvez o mesmo que o nosso projecto recolhe por noite – 300 refeições diárias.»

6. Fazer uma ementa de refeições, para ser mais fácil organizar uma lista de compras (que idealmente deve ser diária ou semanal, evitando as grandes compras mensais).

7. Ter atenção aos prazos de validade na compra dos produtos, sabendo a diferença entre »consumir de preferência antes de» (menos restrito) e «data-limite de consumo» (quando não se deve mesmo ultrapassar o prazo).

8. Organização na despensa e/ou frigorífico, colocando à vista os produtos com prazos de consumo mais curtos.

9. Servir no prato menos quantidade (podendo servir mais vezes), a fim de evitar o desperdício do chamado «resto de prato».

10. Com tanta informação (muita dela na Internet) sobre receitas para aproveitamento das sobras para outros pratos (empadão, tortilhas, açorda, pão ralado, batido de frutas, etc), podemos reaproveitar esses excedentes criando em casa «o dia dos excedentes» – explicando aos filhos o que se pretende, eles aderem e tornam-se o garante futuro desses bons hábitos.

2 comentários:

medusa disse...

Eu não gosto nada de deitar comida fora e acho que me saio muito bem no controlo das porções, é raro estragar-se comida aqui em casa.

Cristina Torrão disse...

Também costumo controlar muito bem, é raríssimo deitar comida fora, normalmente, só é suscetível de acontecer quando temos visitas.
Reparei que já faço tudo o que diz a lista, menos a questão do restaurante. Por acaso, uma vez, sobrou tanto que arranjámos coragem e pedimos no restaurante que nos embrulhassem o resto. Mas aconteceu só essa vez.