7 de dezembro de 2012

Sobre seringas e metadona

A propósito desta notícia sobre a troca de seringas e a distribuição de metadona deixarem de ser possíveis nas farmácias, a minha mãe publicou isto ontem no Facebook, preocupada com as consequências que dessa medida possam advir:

Sinto-me tão revoltada!
Perdoem-me se mostrar alguma exaltação no que vou escrever.
A partir de janeiro não haverá mais trocas de seringas nas farmácias nem será disponibilizada metadona aos toxicodependentes! Com esta medida estavam a evitar-se 7000 (sete mil) novos casos de SIDA, por ano, e estava a haver uma "poupança" de 4 milhões de euros no tratamento de novos casos. Isto significa que vai haver um brutal crescimento de seropositivos. Muitos deles (a maioria) não vai poder pagar qualquer tipo de tratamento. 
Sei bem o que é um seropositivo. Fui médica no extinto Centro das Taipas na rua das Taipas. Sei bem o sofrimento dos familiares destes doentes. Infelizmente, também sei que o grupo etário do consumo de drogas está a aumentar de uma forma vertiginosa. Há, atualmente, pessoas a iniciarem-se nesse flagelo aos 40, 50 e mais anos. Tenho a certeza que o desemprego é uma das principais causas.
Será que os nossos governantes deixaram de ser humanos? Ou também sabem que com os ordenados que auferem poderão pagar todos os tratamentos a algum familiar que deles necessite (também eles têm telhados de vidro!).
E, muitas vezes, não há tratamento que salve uma vida. Vão começar a MORRER muitas mais pessoas. E essas mortes podiam ser evitadas. Peço-lhes que partilhem, por favor.
Obrigada.

Espero que isto ainda seja reversível, ou contornável, mas nada como estarmos atentos ao que se anda a fazer no nosso país.

3 comentários:

Izzie disse...

Foi o que pensei, e tirando a questão do sofrimento humano e falando a linguagem do governo (números), vai poupar-se na farinha e gastar-se nos farelos.

Sexinho disse...

Faço minhas as palavras da Izzie...

Cristina Torrão disse...

Muito bem!