Vivi até aos 28 anos no mesmo bairro e na mesma casa, onde ainda hoje vivem a minha mãe e o meu irmão. As casas devem ser entre 20 e 30, todas iguais e construídas em cooperativa por um conjunto de jornalistas no final dos anos 60. Mas houve uma delas que, não sei porquê, não foi logo habitada, acabando, segundo sempre me disseram, por ser ocupada pelos «retornados».
Aquilo era para mim um mistério. Quem eram os retornados? E porque é que moravam nuna casa que não era deles? E porque é que aquela casa era a menos cuidada de todas, tendo inclusive um aspeto inacabado? Com os anos, a casa foi melhorando de aspeto até ficar igual a todas as outras. Mas o nome dos seus donos nunca o soube, eram simplesmente os «retornados».
É claro que hoje já sei o que são retornados, pessoas que tiveram uma boa vida nas colónias que tiveram de deixar para trás aquando da descolonização. Muitos perderam tudo e tiveram de começar a vida de novo, de se adaptarem a viver num Portugal que ainda vivia em convulsão após o 25 de Abril. Mas quero saber mais.
Por isso, aos outros curiosos como eu, recomendo que acompanhem a série «Depois do adeus», que começou ontem na RTP1 e que é uma espécie de «Conta-me como foi» sobre o reinício de tantas vidas. Aos sábados à noite.
6 comentários:
Estava a começar a preparar um post sobre o mesmo tema, mas antes dei uma espreitadela no teu blogue e dei de caras com isto. Estamos sintonizadas. Também gostei bastante e o tema diz-me muito, pois recebemos em nossa casa os meus tios e os meus primos. Beijinhos
Oh, perdi o primeiro episódio! Será que repetem?
Espetacular! Estas Séries fazem.nos recuar no tempo, e é tão bom! E as roupas? Já reparou que os óculos estão outra vez na moda?? Enormes!!
Eu gostei bastante. Devem repetir, mas devem conseguir recuperar os episódios nas gravações automáticas do Meo ou da Zon,
eu sou retornada... e se calhar devia contar a história do que me lembro e do que me relembraram...
Sininho, acho que devias... mesmo...
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