13 de maio de 2013

Máscaras de Salazar, de Fernando Dacosta

Não sei o que me terá levado a comprar este livro, porque tinha ideia de que a escrita do autor era difícil, além de pensar que se tratava de um romance. Até que na feira do livro o ano passado estava com uma excelente promoção e trouxe-o para casa em edição de bolso. E ainda bem.

Em primeiro lugar, continuo a considerar a escrita de Fernando Dacosta um pouco complexa (se fosse eu a sua editora, muitas frases teriam levado uma grande volta), mas as coisas que narra e a divisão em pequeníssimos capítulos e subcapítulos tornam tudo mais interessante.

Em segundo lugar, porque não se trata de romance nenhum, mas de uma série de histórias e episódios que retratam bem o que foram os 42 anos do governo de Salazar. Não apenas a nível político mas, sobretudo, social. Em Máscaras de Salazar fala-se do nascimento da TAP e do prestígio que detinha, de festas orgíacas em casarões no Estoril, dos galãs da época.

Mas também do homem e do político. Um homem que, ao contrário do que eu pensava, se afastava profundamente da Igreja mas que acreditava no esoterismo e recorria a astrólogos. Um homem que por um lado era humilde e poupado, mas por outro arrogante e vaidoso. Um homem que detestava multidões mas que tinha prazer com o poder que estas lhe conferiam.

Não sei se toda a informação histórica é rigorosa (espero que sim...), mas é uma boa leitura para quem quer conhecer um pouco mais do que foi metade do século passado em Portugal.

2 comentários:

Celeste Silveira disse...

E além disso, deixe que lhe diga, é um verdadeiro prazer ouvir o Fernando Dacosta. Ele teve lá efectivamente e privou com aquela gente toda. Foi hilariante ouvi-lo falar do seu convívio com a D. Maria. Sim, a mesma que criava galinhas em S. Bento

Vespinha disse...

Sim, se um dia tiver oportunidade ainda gostava de o ouvir.